H.P Lovecraft foi um dos grandes escritores de horror da história, com contos que até hoje conseguem atrair inúmeros olhos. Com um extenso universo criado, obviamente muitos jogos adaptam um conto do escritor ou os usam como base para algo totalmente novo, como é o caso de Forgive Me Father.
Um FPS aos moldes de DOOM e Quake, onde sempre em velocidade máxima devemos enfrentar criaturas saídas diretamente de pesadelos afim de ajudar nosso primo e a cidade de Pestisville. Ultimamente terríveis sombras e acontecimentos tem assombrado o local. Cabendo ao jogador controlar o padre Kusemek ou uma jornalista sem um nome.
Entregue-se a loucura
Como grande parte das obras de horror Lovecraftiano, Forgive Me Father tem uma abertura enigmática e cheia de charme Vitoriano. Como dito acima, na história, um primo que mora na cidade de Pestisville envia uma carta em busca de ajuda de seus familiares. A cidade aparentemente foi jogada ao caos.
Após surgir um estranho culto a uma entidade marítima a cidade foi jogada em uma “névoa” de insanidade. Em suas ruas destorcidas, os habitantes se tornam cada vez mais monstruosos, sangue corre pelas ruas e estranhos encantos podem ser encontrados. Sendo nossa missão, limpar o local.
Com essa narrativa Forgive Me Father engloba grande parte dos contos Lovecraftianos. Mesmo sendo uma experiência relativamente curta, temos cenários, inimigos e chefes que seguem perfeitamente as linhas de criaturas e cenários criados pelo insano escritor de Providence.
Os cenários se dividem em cidade, jardins, porto, mata e por ultimo um reino de caos e insanidade governado por Cthulhu. Ao final de cada capitulo enfrentamos um dos vários antigos deuses e um “convidado”, uma vez que o mesmo não faz parte dos escritos originais, mas é tão icônico quanto.
Banqueteando-se com os deuses da loucura
O design de inimigos e detalhes nos ambientes e chefes são incríveis. Dá para ver que a Byte Barrel se esforçou bastante para entregar uma narrativa que agradaria tanto os antigos leitores, quanto aqueles que desejam conhecer mais do universo relacionado a Cthulhu e seus contos.
Os inimigos sempre vestidos com roupas longas semelhantes a aristocratas, soldados nazistas e cientistas são extremamente bem feitos e alguns até mesmo possuem surpresas em seu design. Um que achei incrível logo de cara é o zumbi comum do jogo, onde após um headshot, caso esteja carregando uma cabeça em suas mãos, irá substituir a cabeça antiga, pela extra que estava carregando.
Os chefes são representações de contos relacionados a Cthulhu ou a narrativas semelhantes. Como Azathoth, Hastur: O Rei de Amarelo, Nyarlathotep e claro, o famoso Cláudio, ops, quer dizer Cthulhu. Em toda sua imponência, magnitude e loucura, reinando através de sonhos insanos.
Forgive Me Father apresenta seu gameplay com uma linda e bem executada temática de HQ. Onde tal qual como em The Blind Prophet, tanto os persoangens, quanto inimigos apresentam traços grossos e se movem de maneira “estática” como uma colagem ou stop motion. Porém aqui em forma de FPS ao invés de Click’n’Point.
Respeito ao mestre
Um dos grandes pontos fortes de Forgive me Father é o quão interessante é o mundo criado, aumentando e muito o valor de replay. Com o modo endless o jogador pode simplesmente relaxar enquanto explode inimigos com armas humanas, místicas ou usar as poderosas relíquias mágicas enquanto ouve a excelente trilha sonora de Forgive Me Father.
Porém cuidado, como em todo bom conto, jogo ou filme de horror cósmico é necessário manter um olho na sanidade do personagem. No canto inferior direito há um medidor que vai de zero a cem. Uma vez que estoure, o mundo se torna preto e branco, a música se distorce e as regras podem acabar mudando para pior!
No entanto o jogo pode sofrer alguns pequenos engasgos de tempo em tempo o que causa uma pequena frustração, ainda mais em bosses como Big Ugly Fish. Mas Forgive Me Father é um excelente Run’n’Gun, para fãs do gênero, fãs de horror ou apenas aqueles que querem explodir alguns cultistas.