De todas as franquias da Nintendo que continuam vivas, a do Donkey Kong foi a mais injustiçada durante a era Switch. Estamos falando de um dos personagens mais importantes da Big N reduzido a apenas dois remasters – um no início e outro no fim do ciclo de um console que já está no mercado há oito anos! Donkey Kong Country Returns está retornando pela terceira vez, trazendo um título requentado que, no fim, ainda é o mesmo de 15 anos atrás.
Originalmente lançado para o Wii, o jogo foi bem marcante em sua época – afinal, era o retorno do gorilão em seu formato mais popular! Em 2013, ele recebeu uma versão aprimorada para o 3DS e agora, 12 anos depois, está ganhando uma repaginada com texturas em alta definição. Certamente não é o que os fãs do personagem gostariam nesse momento, mas ao menos temos o luxo de dizer que ambos os títulos desse revival estão disponíveis no Switch.
O retorno do retorno
Donkey Kong Country Returns HD é um port da versão de 3DS e não da original de Wii, já que a do portátil era mais completa e contava com adições relevantes. Apesar de ser considerado um excelente jogo, seus controles de movimento foram amplamente criticados na época. Além disso, ele também fez sua fama por ser bem difícil – uma característica que foi mantida na sequência Tropical Freeze, mas de uma forma mais branda.

Além da adição do 3D, o port do 3DS também trouxe novas fases, adaptações no gameplay e, não menos importante, um nível de dificuldade mais acessível para quem não gosta de passar tanta raiva. A versão de Switch mantém tudo isso e, assim como a anterior, também é melhor de jogar que a original do Wii, pelo simples fato de não precisarmos chacoalhar os braços o tempo inteiro (mas ainda existe a possibilidade de jogar com controles clássicos, caso alguém esteja se sentindo nostálgico).
O port em HD faz jus ao nome e tem como principal (e único) diferencial o upgrade gráfico. Mesmo tendo sido lançado duas vezes no passado, em nenhuma delas Donkey Kong Country Returns teve a oportunidade de rodar com texturas em Full HD, então agora a dívida está paga. O jogo também foi adaptado para widescreen e traz personagens levemente mais detalhados – mas esse é um detalhe pouco perceptível durante o gameplay.

O modo fácil (que no 3DS era chamado New Mode) foi rebatizado de Modern Mode, mas na prática funciona da mesma forma: tanto o DK quanto Diddy possuem três corações, ao invés de dois. Ao reunir a dupla, você conta com seis corações, lhe garantindo dois acertos adicionais antes do fatídico game over. Contudo, é válido reforçar que o jogo continua bem difícil nesse modo – e, de forma geral, ele ainda tem uma dificuldade muito maior que a do Tropical Freeze.
Mantendo o legado vivo
Apesar de trazer mecânicas bem diferentes da trilogia clássica do SNES, Donkey Kong Country Returns é um dos melhores jogos de plataforma do personagem (ainda que fique atrás da sua sequência, que melhorou muitas coisas). A campanha ainda segue o mesmo formato, com diversas fases divididas em mundos protegidos por um chefe no final.
Diferente dos primórdios, aqui não controlamos ambos os macacos alternadamente. Ao jogar em singleplayer, assumimos o papel de DK, enquanto Diddy funciona como um ajudante. Equipado com um jetpack, ele monta nas costas do gorila e consegue fazê-lo planar para alcançar lugares mais distantes. Já no modo co-op, cada jogador controla um personagem, mudando toda a dinâmica do gameplay.

Se comparado com os títulos do SNES, aqui é muito mais “pesado” controlar o DK, então é fácil morrer por puro descuido. Tudo é uma questão de costume, mas é fato que o jogo tende a se tornar bem frustrante – especialmente nas fases mais avançadas, que apresentam um salto de dificuldade bem alto. O personagem possui muitos movimentos e alguns deles simplesmente não se encaixam bem no conjunto, como é o caso do sopro, que quebra totalmente o ritmo da ação (e felizmente foi removido da sequência).
Todas as fases também estão abarrotadas de colecionáveis e áreas secretas, trazendo um fator replay muito alto para quem gosta de fazer 100%. Ao finalizar a campanha, ainda é possível se aventurar no mundo 9, que foi adicionado no port de 3DS; ele traz oito fases completamente novas e bem mais difíceis que as da campanha principal (se é que isso seja possível), funcionando como um desafio hardcore.

Dito isso, é fácil afirmar que Donkey Kong Country Returns é um grande jogo – mas esse novo port não traz nenhuma adição relevante o suficiente para justificar uma nova compra. É exatamente o mesmo jogo de 2010, só que adaptado para TVs modernas com filtros em HD. Para quem nunca jogou antes, com certeza vale bastante a pena, mas quem já experimentou uma ou até mesmo ambas as versões anteriores não vai encontrar nada de novo aqui.
Curiosamente, a Nintendo escolheu o dia do lançamento deste port para revelar o Switch 2 ao público, então espero que eles estejam preparando algo realmente especial para essa franquia na sua próxima geração. Ela merece mais!
Prós:
🔺 Continua sendo um excelente jogo de plataforma
🔺 Visual renovado com texturas em alta definição
🔺 Traz todo o conteúdo extra adicionado no port de 3DS
Contras:
🔻 Nenhuma adição relevante, além do upgrade visual
🔻 A jogabilidade pode ser frustrante em diversos momentos
🔻 Sofre com alguns framedrops vez ou outra
Ficha Técnica:
Lançamento: 16/01/2025
Desenvolvedora: Retro Studios (original), Forever Entertainment (port)
Distribuidora: Nintendo
Plataformas: Switch