Um assovio quebra o silêncio da trincheira enquanto um morteiro se aproxima, soldados com os pés chafurdando na lama fétida misturada com sangue e corpos em decomposição, tentam sobreviver, mas em Amnesia: The Bunker, a superfície recheada com balas voando de ambos os lados é o local mais seguro para os soldados franceses.
Em Amnesia: The Bunker o tempo e o espaço se encontram nas trincheiras Francesas, onde o protagonista Henri Clément irá conhecer um pavor que jamais fora conhecido na terra. O local que antes era visto como a última alternativa de segurança, se torna uma armadilha mortal para Henri e os outros soldados de seu batalhão.
Podendo atacar diretamente a criatura desta vez, Amnesia: The Bunker é uma experiência mais curta do que as anteriores, mas isto não quer dizer que seja menos impactante. Segredos nos esperam nas profundas sombras subterrâneas deste bunker.
Um flash de luz na “Terra de Ninguém”
Amnesia: The Bunker abre com o jogador conhecendo Henri Clément correndo pela sua vida pelas trincheiras francesas, enquanto soldados alemães avançam ferozmente. Encurralado, Henri recebe ajuda de seu amigo Augustin Lambert, que inclusive o salva de um ataque alemão de Gás Mostarda, trazendo uma máscara no momento exato.
Após isto, durante uma missão de reconhecimento, Augustin desaparece e Henri avança pela “Terra de Ninguém” em busca de seu amigo. Chegando a uma cratera ele vê Augustin ferido, dando d’água do local para Augustin beber e recobrar a consciência, enquanto fogem ambos são atingidos pela onda de choque de uma bala de morteiro.
A última coisa de que Henri se lembra antes de acordar, é de seu amigo falando sobre o quão estranho era o gosto d’água. Acordando muito depois, já na ala médica do bunker, Henri nota que o local está vazio, silencioso e extremamente inquietante. Resta ao jogador seguir bunker adentro para descobrir o que está acontecendo.
Ao chegar na cozinha, Henri encontra outro soldado aliado, chamado Boisrond, antes que possa explicar o que está acontecendo, mãos surgem por um buraco da parede e puxam-no para a escuridão logo após ele nos dizer como fugir. Mantenha a luz acesa e não faça barulhos, sobreviver é sua missão agora, gerencie sabiamente seu inventário, colete provas, evite a fera e não fique na escuridão parar manter sua sanidade intacta.
A luz que ilumina, também denuncia
O silêncio é a maior arma do jogador em Amnesia: The Bunker, afinal uma enorme criatura quadrupede vaga pelos corredores em busca de sua próxima vítima. Atento a qualquer ruído que possa ser feito pelo jogador, a criatura conhecida como A Fera está caçando Henri, tanto para saciar sua sede de violência, quanto por talvez, ajuda.
Como dito, Boisrond deixa com o jogador um revólver, sua única forma de se defender diretamente da fera. Mesmo tendo uma arma de fogo, não acredite que ele irá te salvar, pois a pele dessa criatura é grossa e forte, com o revólver apenas o incomodando, se quiser para-lo de vez em quando será necessário granadas de fogo, explosivas, de gás e até mesmo uma espingarda.
Fora essa mecânica, em The Bunker, a aposta da iluminação é multiplicada com a mecânica do gerador. Pelo Bunker, além de itens de cura, granadas, panos, tochas e balas, é possível se encontrar combustível, este que é usado para se abastecer um gerador que ilumina toda a área subterrânea do bunker, com a luz impedindo o avanço da Fera, já que a mesma a teme.
Sempre que abastecemos o gerador, ganhamos mais tempo e facilitamos a exploração do bunker, já que podemos ligar seções inteiras de iluminação, mas cuidado, quanto mais luzes acesas, maior o consumo de combustível e menor o tempo que elas permanecerão assim.
Poucos minutos, que parecem horas
Amnesia: The Bunker é bem menor do que os outros jogos, podendo ser vencido razoavelmente rápido caso o jogador saiba como manipular as alavancas de luz e circundar a fera. Com isso o jogo se torna razoavelmente fácil, com os maiores problemas sendo alguns pequenos imprevistos de iluminação e os ratos espalhados que podem e irão morder o jogador caso tenham a chance.
E o fato de ser um jogo tão razoavelmente curto, mas que apresenta tantas ideias é seu maior ponto fraco. Quando começamos, acreditamos que a fera é algum experimento de guerra, logo encontramos ruinas romanas, que nos fazem acreditar que o monstro é algo mitológico, porém ao final descobrimos uma terceira ruina, que é a responsável pela fera e digamos que acabou forçando um pouco demais a barra em minha opinião.
Ainda assim Amnesia: The Bunker é uma excelente experiência de horror, os corredores vazios e visão embaçada de Henri na escuridão irão mexer com os sentidos dos jogadores. É um jogo razoavelmente leve, com setups mais simples sendo capazes de roda-lo e o uso de fones é extremamente necessário para total imersão.
Teste sua capacidade de fugir de uma terrível fera a espreita nos corredores deste bunker e viva parar contar a história, ou não em um dos dois finais de Amnesia: The Bunker.