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Review – Alan Wake 2

Entre investigações e confrontos, o sobrenatural domina o universo de Alan Wake 2

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Faz tempo que joguei Alan Wake e sua expansão, American Nightmare. Época boa do Xbox 360 que não volta mais. É doido pensar que isso foi há 13 anos. E falando a real, só lembro de algumas coisas, fora a mecânica com a lanterna para enfraquecer os inimigos e poltergeists transformando tratores em chefões. Alan Wake 2, como esperado, é uma sequência direta e que, para total compreensão da história, exige que você tenha jogado o game original. Tenha você jogado ou não, vale conferir uma retrospectiva no YouTube.

A história acontece, veja só, 13 anos depois dos eventos do primeiro game, quando nosso querido escritor optou por ficar aprisionado na escuridão. Como? Não vou entrar em detalhes para não dar spoilers. E tenho outra má notícia: além do primeiro Alan Wake, a sequência interliga eventos de Control. A desenvolvedora Remedy Entertainment inventou de criar seu próprio universo conectado, o RCU (Remedy Connected Universe). Funciona pra nova trama? Absolutamente. Mas desfrutar dessa história toda, mesmo que Alan Wake 2 descreva alguns eventos anteriores com menções e documentos espalhados pela campanha, não será uma tarefa fácil.

Alan Wake 2
O primeiro susto a gente não esquece

Revisitando Bright Falls

Tudo começa com um assassinato em Cauldron Lake, em Bright Falls. Você controla Saga Anderson, uma agente do FBI que, junto do parceiro Alex Casey, investigam a cena do crime para tentar entender o que diabos aconteceu. Alex é o escritor Sam Lake da vida real, cujo rosto imortalizou Max Payne. E a voz também é a mesma de Max, dublada por James McCaffrey.

Coletando as primeiras pistas, Alan Wake 2 demonstra sua mecânica de “lugar mental”: um ambiente que se comporta como uma hub, com um quadro de casos para organizar pistas e desvendar mistérios. Neste mesmo ambiente, Saga pode fazer upgrade nas armas e rever colecionáveis, como propagandas de tv e músicas no rádio.

O gameplay é essencialmente o mesmo do jogo anterior, com esquiva, empurrão, uso de armas de fogo e principalmente a lanterna, a qual você precisa carregar com baterias e é utilizada não só para iluminar como também para quebrar a defesa dos inimigos tomados pela escuridão. De novidades, temos áreas com luz forte onde os protagonistas ficam protegidos dos inimigos e a Lâmpada de Anjo encontrada por Alan, que permite mover a luz de um lugar à outro e abrir passagens. E assim como Saga possui seu lugar mental, Alan conta com a sala do escritor, onde faz seus upgrades e também manipula ambientes com o quadro do enredo, alterando a trama.

Alan Wake 2
Um lugar mental pra chamar de meu

A exploração também ficou mais livre, conectando três localizações distintas e bem amplas. A interface recebeu o mapeamento padrão dos jogos em terceira pessoa de hoje em dia, com atalhos rápidos nos botões direcionais. E pra concluir o checklist temos os refúgios, áreas seguras onde podemos salvar o progresso.

A incessante repetição de inimigos humanos do game original felizmente deu lugar à uma boa variedade de ameaças em Alan Wake 2. A Remedy caprichou bastante neste quesito, trazendo criaturas horripilantes e com um certo quê de Silent Hill. Melhor que isso é a trilha e a ambientação sonora, extremamente pontual e assustadora. O jogo potencializa a tensão com flashes de fotos bizarras na sua cara, como corpos mutilados e coisas do tipo, pra dar aquele grau no seu psicológico. Principalmente ao morrer.

Alan Wake 2
Alan reaparece 13 anos depois do seu sumiço

Enquanto que o combate diverte pela variedade de inimigos e tensão crescente, a investigação tira o pé do acelerador. É um equilíbrio compreensível, bastante evidente ao alternar entre Saga e Alan, dando espaço para a história se desenrolar e manter a curiosidade do jogador. Porém mexer com o quadro de casos no lugar mental cansa com o tempo, mesmo que você passe a ignorar pistas secundárias. Sem contar que, às vezes, Saga tira umas conclusões que só uma vidente conseguiria. Outra coisa que me incomodou foram os cadeados de titânio, que só abrem com chave ou segredo, mas não com um tiro.

O visual next-gen de Alan Wake 2

Alan Wake 2 foi produzido com a Northlight Engine, usada pela primeira vez em Quantum Break e aprimorada para trazer modelos com faces humanas mais realistas, animações por captura de movimento, renderização de física com iluminação global, e por aí vai. Quem for jogar no PC e tiver uma placa NVIDIA GeForce RTX da série 40, verá o jogo rodando em sua total glória, mas ainda assim sofrendo pra rodar com FPS alto.

Alan Wake 2
Alice, onde você está?

O game suporta a nova tecnologia DLSS 3.5 com reconstrução do ray tracing por inteligência artificial, aliviando o uso da GPU para rodar com frames extras. Infelizmente não tive o luxo de testar estes recursos gráficos, mas meu notebook com uma RTX 3060 conseguiu rodar no médio, ficando entre 50 e 60 FPS a maior parte do tempo.

Não dá pra negar que 2023 está sendo especial para os gamers. E Alan Wake 2 entra fácil na lista dos melhores jogos lançados este ano. Com uma história ainda mais impactante e bem construída, inimigos cabulosos pra encarar e a excelente dinâmica entre os dois protagonistas, esta aventura é mais do que recomendada. Um jogaço pra degustar no escuro, com fone de ouvido e sem pressa pra terminar.

Prós

  • Um jogo verdadeiramente next-gen
  • História empolgante, repleta de pontas pra amarrar e intercalada entre dois protagonistas
  • Mecânica inédita de investigação
  • Puzzles bastante inteligentes

Contras

  • Alguns puzzles são complicados demais
  • Sofre pra rodar estável em PCs medianos
  • Bug nas legendas em PT-BR

Nintendo

Review – Born of Bread

Encarne um protagonista feito de pão e salve o mundo das garras do caos

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Já houve uma época em que a internet surtou com um jogo em que controlávamos um pão de forma, então acredito que Born of Bread tem potencial de sobra para se tornar um dos títulos favoritos do ano para os amantes de pães. O indie da WildArts Studio tem fortes inspirações em Paper Mario, tanto no visual quanto no gameplay, mas consegue ser autêntico o suficiente para ganhar nossa simpatia de imediato.

Misturando elementos de aventura com RPG, Born of Bread nos coloca em uma jornada repleta de fantasia, personagens carismáticos e um humor bem leve, daqueles que nos tiram umas risadinhas naturalmente. Não é aquele tipo de jogo que chama a atenção logo de cara, mas quanto mais nos aprofundamos naquele mundinho, mais apaixonante ele se torna.

O pãozinho da profecia

O jogo começa quando um grupo de arqueólogos acaba libertando um mal há muito emprisionado, trazendo de volta à vida diversas criaturas sedentas por caos. Ao mesmo tempo, o padeiro real de um certo reino acidentalmente cria um golem de pão após fazer uma receita mágica, trazendo nosso protagonista Loaf para a história. Após serem derrotados por essas figuras misteriosas, a dupla se vê forçada a partir em uma jornada para salvar seu lar e cumprir uma profecia de milhares de anos.

Até os NPCs conseguem ser carismáticos neste jogo

Apesar das grandes semelhanças com Paper Mario, ainda acho que Born of Bread se assemelha muito mais a Super Mario RPG. A história é repleta de diálogos bobos, mas muito bem-humorados, além de contar com personagens cheios de personalidade. É muito divertido acompanhar as interações entre eles – o que pode até surpreender em determinados momentos, já que o jogo também aborda alguns temas mais adultos nas suas entrelinhas.

O visual é inegavelmente semelhante aos jogos do Mario de papel, trazendo um 2.5D que mistura cenários tridimensionais com personagens 2D. Todos os mapas contam com uma profundidade que nos permite explorar diferentes planos, enquanto seus elementos são 3D. Apenas os seres-vivos desse mundo são “feitos de papel”, o que traz um certo charme para o estilo artístico do jogo.

Todos os cenários conseguem ser um colírio para os olhos!

Jogar Born of Bread é como assistir a uma animação interativa, pois ele tem todos os requisitos necessários para nos cativar rapidamente: cores vivas, elementos desenhados a mão, personagens estereotipados e muita descontração. A trilha musical também não fica atrás, coroando esse conjunto com faixas envolventes e dignas de uma clássica história de jornada do herói.

Tudo no seu tempo

Apesar da franquia Paper Mario também contar com um combate estratégico em turnos, as mecânicas vistas em Born of Bread acabam ficando mais próximas de Super Mario RPG, novamente. As batalhas seguem o padrão clássico dos RPGs de turno, mas com algumas diferenças relevantes que tornam o jogo mais original.

Aqui, todo tipo de ataque ou arma possui um timing diferente. Ao acertarmos esse tempo, o golpe sai mais forte e somos recompensados recuperando alguns pontos de ação. Da mesma forma, é possível acertar um timing para se proteger de um ataque inimigo e coisas do gênero. A diferença é que toda variação de ação ofensiva traz um pequeno minigame diferente, que em sua maioria envolve apertar o botão no momento exato ou macetá-lo até encher uma barrinha de poder.

Cada ataque envolve um tipo de QTE diferente

Essas mudanças na dinâmica dos golpes deixa o combate bem mais envolvente e menos automático. Arrisco até a dizer que essa mecânica é até melhor do que a vista em Super Mario RPG, pois lá o timing consiste mais na base da adivinhação e “tentativa e erro”. Aqui, temos total noção do que é necessário fazer para acertar o tempo, bastando apenas se acostumar aos diferentes minigames e Quick Time Events.

Outra particularidade bem interessante desse combate é a possibilidade de fazer streams das batalhas. Aqui, o jogo simula uma live em que espectadores fictícios começarão a comentar seu desempenho e pedir alguns movimentos específicos. Ao satisfazê-los, podemos ganhar alguns bônus no final do confronto, então acaba sendo uma ideia criativa para tornar as batalhas menos repetitivas e mais instigantes.

A mecânica de livestream nos incentiva a testar coisas novas em combate

As habilidades que desbloqueamos em combate também nos serão úteis durante a exploração, pois existem diversos caminhos e áreas que estarão bloqueados de início. Bebendo um pouco da fonte dos metroidvanias, Born of Bread tem sua parcela de backtracking e incentiva os jogadores a revisitar mapas antigos para encontrar itens que ficaram para trás. Nem sempre é recompensador se preocupar com isso, mas é uma boa desculpa para quem quer fazer sua experiência render ainda mais.

Minha única crítica realmente relevante é que o jogo inevitavelmente pode se tornar enjoativo com o tempo, algo que acontece até com Paper Mario, devido à rotina de diálogos, exploração e combate. A campanha não foge muito disso, mas também não falha em nos divertir do início ao fim – ainda que em menor escala mais perto do final. Born of Bread definitivamente é uma das maiores surpresas do ano e mais um título de destaque em meio a um mar de excelentes indies que foram lançados nos últimos meses.

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Review – The King of Fighters XIII: Global Match

A SNK trouxe The King of Fighters XIII: Global Match como uma boa mistura entre arcade e modernidade

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The King of Fighters XIII Global Match

Enquanto Mortal Kombat e Street Fighter continuam buscando o futuro, The King of Fighters XIII pega suas experiências passadas com carinho para trazer novas sensações ao público que sente falta de um bom e velho jogo de luta arcade 2D.

Na versão “Global Match”, a SNK trouxe como novidades o rollback netcode, expandiu os recursos vistos no lobby e ainda introduziu o modo espectador. E mesmo que você não curta o ambiente online e nem queira investir na carreira de pro player para disputar a EVO, ainda vale os bons tempos de fliperama que ele inspira de volta.

Jogo moderno com sensação dos antigos fliperamas

A evolução em The King of Fighters XIII

Para começar, sendo bem honesto com vocês, há muitos anos que meus dedos não ficavam com calo em um jogo de luta. E foi exatamente isso o que ocorreu enquanto testava o novo The King of Fighters XIII: Global Match. A experiência me fez retornar para antes dos anos 2000, quando esse estilo reinava nos consoles e arcades.

É impossível não querer disputar uma partida com cada pessoa que vai te visitar, assim como não vejo a menor chance de escolher um modo que não seja o 3v3 clássico. Há diversas outras opções, como o Time Attack, Survival e até uma galeria para você poder ver todas as artes e filmes disponíveis. Porém, a alegria só vem quando o oponente é derrubado no chão com muito suor.

Quando chega no Perfect a alegria fica completa

O elenco é fantástico, assim como a adaptação do seu gameplay para os consoles mais modernos. Apesar de chegar para o PlayStation 4 e Nintendo Switch, eu testei no PS5 e não tenho nada do que reclamar. Os comandos respondem adequadamente, são muito velozes e recria com exatidão a época onde este tipo de experiência era o que mais importava para uma desenvolvedora.

Não estou reclamando dos capítulos mais recentes da SNK, caros leitores. Só queria deixar claro que The King of Fighters XIII: Global Match é a escolha ideal para quem está buscando um bom jogo arcade e sem um apelo gráfico ultra-realista – priorizando o que temos de melhor nos movimentos dos personagens e no rico elenco.

É preciso saber apanhar também

A luta como você esperava

Eu me aventurei bastante por todos os modos e parece que fui transportado diretamente para a época onde jogava Street Fighter Alpha 3, no meu primeiro PlayStation. A grande diferença é que, além dos recursos inéditos que a nova geração pode proporcionar, também temos um número de lutadores bem maior.

Além dos grupos que podem ser selecionados em The King of Fighters XIII: Global Match, também dá para desbloquear alguns lutadores secretos conforme avança nos outros modos. Sim, você não precisará pagar nem R$1 a mais ou esperar por Passes de Temporada. Está tudo lá, dependendo apenas da sua habilidade.

Ele pode não ser o favorito de todos, como é o caso de KOF ’98, mas consegue reunir todos os aspectos positivos da franquia para trazer um gameplay consistente, gráficos aprimorados, cenários belissimos e até mesmo certos ganchos da história que farão o público desejar finalizar o quanto antes. Caso ele esteja em seu radar, não precisa pensar duas vezes e pode investir sem medo de ser feliz.

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Review – Super Crazy Rhythm Castle

O jogo de ritmo mais caótico que você já conheceu

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Imagine como se Guitar Hero se encontrasse com Overcooked e desse origem ao jogo de ritmo mais caótico que já existiu. Super Crazy Rhythm Castle é exatamente este título e chegou aos consoles no finzinho de 2023 para divertir as festas de fim de ano.

Desenvolvido pela Second Impact Games, o lançamento publicado pela Konami aposta na mistura de gêneros e jogabilidade simples, com muita música e cores, para uma aventura que chega após 10 anos de trabalho.

Super Crazy Rhythm Castle
Junte-se aos heróis mais bizarros nesta aventura caótica

Sem muito sentido para a história, que acaba divertindo pela loucura, nós embarcamos numa aventura por um castelo musical em que o enlouquecido Rei Ferdinand nos espera, pronto para defender sua coroa e acabar com seu dia. Para deter os planos desse maléfico tirano, manter o ritmo dos nossos personagens e salvar diversos NPCs das garras da crueldade, os jogadores precisarão superar os desafios perversos em desafios ritmicos para vencer o Rei no próprio jogo dele.

Realize combos sem perder o Rhythm

Seja jogando sozinho ou com ajuda dos amigos, você utilizará um elenco de personagens malucos em salas com atividades ainda mais insanas para tentar alcançar até três estrelas em cada partida, para avançar até a derradeira batalha contra o malvado Rei. Por mais maluquice que seja, o trabalho da desenvolvedora britânica esbanja carisma e estilo, com muita cor e cuidado ao trabalhar o som e o visual.

Super Crazy Rhythm Castle
Tente entender a atividade proposta em meio ao ritmo e caos

Com mais de 30 faixas para você conhecer e desbloquear, cada música oferece a opção de ser jogada com três ou quatro teclas, de acordo com a dificuldade que você desejar, além de estar dentro de um mundinho próprio. Como assim? Imagine a ambientação criada em Psyconauts, mas para apenas uma sala, com atividades tematizadas e a música para ser jogada.

Isso mesmo! Você pode jogar a música, ao melhor estilo Guitar Hero, ou se preocupar em realizar as atividades e ações que a sala impõe, quase como tentativa de atrapalhar o seu desempenho rítmico. Quando isso acontece na companhia de até outros 03 jogadores, Super Crazy Rhythm Castle é um jogo fácil e divertido, porém contar com um NPC no modo single player tornou-se algo realmente desafiador para conquistar a avaliação máxima de três estrelas.

Caos multitarefa

A diversão neste novo jogo da Konami está além da música e ritmo, pois não sabemos o que vamos encontrar em cada andar do castelo, muito menos no desafio temático proposto. Enfrentar uma berinjela gigante que ataca como DJ, jogar como cachorro para coletar ouro, tentar prever qual tecla apertar num pequeno espaço de tempo, limpar a tela para facilitar o jogo, entre outras atividades que precisarão ser intercaladas, sempre mantendo o ritmo e dando sequência ao combo.

Super Crazy Rhythm Castle
Nada como a calmaria para quem quer apenas um jogo de ritmo

O jogo é relativamente curto, já que você pode ficar rejogando apenas as músicas no Music Lab, porém vai oferecer boas risadas com os absurdos e uma trilha sonora agradável, que consegue mesclar muito bem diversos tipos e gêneros musicais.

Esse detalhe ganha ainda mais destaque pelo trabalho da Konami em misturar os temas de Castlevania e Gradius ao catálogo de músicas disponíveis. No fim, Super Crazy Rhythm Castle ocupa um lugar especial por divertir aquela jogatina despretenciosa, principalmente quando você estiver na companhia dos amigos.

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