“Mission start” ou “heavy machine gun” são frases que marcaram o gamer dos anos 1990. Elas estão de volta em Metal Slug Tactics, a nova abordagem da icônica franquia que, quase sempre, foi um beat ‘em up 2D. Agora, estamos falando de um jogo de estratégia em turnos tradicional, nos moldes de Final Fantasy Tactics, ou Marvel’s Midnight Suns, falando em jogos mais atuais desse gênero.
Tivemos acesso a uma prévia do jogo e agora você confere as nossas impressões. Já posso dizer de início que o game está muito legal dentro da nova proposta. É um game de estratégia, mas com a cara de Metal Slug de sempre. O estilo artístico, elementos, efeitos sonoros, humor, tudo isso é bastante comum por quem já jogou os outros títulos da franquia da SNK.
Estratégia + roguelike?
Metal Slug Tactics entrega o arroz e feijão de jogos de estratégia, mas com uma surpresa: o elemento roguelike que explicarei depois. Nessa demo, você começa com três personagens e pode destravar mais um ( todos rostos conhecidos da série), tem uma região com algumas missões diferentes e um chefe disponível. Deu para brincar bastante e ter uma boa ideia do que o estúdio Leikir está preparando.
Apesar de o jogo ser engraçado, parecer inofensivo por conta de seu estilo artístico, ele é bem desafiador. Para mim, parte do desafio está (entre outros motivos menores) no posicionamento inicial dos personagens. O jogo, na maior parte do tempo, só permite colocá-los em partes do mapa em que você já estará cercado pelos inimigos, então os primeiros segundos será de muita ação e você pode nem se safar desse início. Às vezes, o jogo é bonzinho e permite posicionar os personagens mais distanciado dos inimigos, mas isso é um fator aleatório.
Sim, aleatório, já que Metal Slug Tactics também é um roguelike. Ele tem fatores randomizados e a forma como as fases são montadas é um deles. Dentro de um mapa, você tem diferentes fases com caminhos diferentes. Ou seja, é possível chegar até o chefe passando por quatro ou cinco fases até que o chefe surge.
Essas fases são geradas aleatoriamente, mas entenda que esse fator se aplica ao posicionamento dos inimigos e assets, diferentes objetivos principais, como derrotar todos os inimigos, ou uma certa quantidade, ou ainda sobreviver tantos turnos, entre outras opcionais que, se cumpridas, geram mais experiência e dinheiro no final.
Morreu? Volte tudo de novo
Outro fator que tem a ver com roguelike, são as tentativas do zero toda vez que morre, igual acontece com Hades, Returnal e vários outros jogos do tipo. Isso não é comum é jogos de estratégia em turnos, que sempre permite o jogador repetir a mesma fase, esse não é o caso de Metal Slug Tactics. Caso você chegue no chefe daquele mapa e perca o combate, voltará tudo de novo.
Mas, como acontece em jogos desse tipo, a cada retorno, algo novo acontece na base para reforçar os personagens. Aparecem novidades como a possibilidade de comprar vantagens como o icônico tanque para ser usado em combate, melhorias para armas e coisas do tipo. Caso você morra muito, mais chance tem de ficar mais forte, essa é basicamente a filosofia de um roguelike.
A princípio, torci o nariz para essa mistureba de jogo de estratégia com roguelike, achei que não combinava. Porém depois de algumas tentativas, achei até interessante, especialmente por não ter outros jogos (pelo menos eu nunca joguei) que misturam esses gêneros. Tenha em mente: ambos os gêneros são difíceis por si só, então Metal Slug Tactics é realmente difícil.
Metal Slug Tactics promete ser desafiador
Em mais de 3 horas, cheguei no chefe somente uma vez. E que batalha difícil! Você não só o enfrenta, como também vários inimigos comuns em um mapa que vai se modificando, e se você ficar parado, será engolido, mas se avançar, terá que enfrentar diversos lacaios, ao mesmo tempo em que o chefe gigante dispara mísseis que pega uma área gigante, atingido até seus próprios aliados. Ninguém está a salvo.
Particularmente, achei bastante injusto o comportamento do chefe, mais especificamente quando falo de seus ataques. Ele dispara mísseis que atingem uma grande área e, às vezes, não tem para onde correr, só aceitar a morte. Falando nela, é possível levantar um aliado caído também. Outra vantagem é resetar o turno, com uma quantidade de vezes limitada.
Os combates seguem um arroz com feijão de jogos de estratégia em turnos. Cada personagem tem uma quantidade limitada de blocos para se mover, pode executar um ataque com a arma primária ou a secundária que é mais forte e tem munição limitada, ou ainda usar um dos especiais, caso esteja apto para isso. Se der sorte, a missão pode ter um tanque o esperando, algo que facilita bastante no combate.
Essa foi uma pequena demo, então acredito que o jogo tem ainda consideravelmente mais para oferecer e isso é algo que quero muito ver. Gosto de ser desafiado, é tanto que soulslike, roguelike e metroidvania estão entre meus gêneros favoritos, então não dispensarei Metal Slug Tactics quando chegar. Isso acontecerá no último trimestre deste ano e você terá nossa avaliação final por aqui.