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Um dos jogos mais desejados na Steam, Hades 2 finalmente chegou. Mesmo sendo em acesso antecipado como foi com o primeiro jogo, os desenvolvedores prometem que a sequência já conta com mais conteúdo em relação ao título anterior, que não era tão grande. O novo game da Supergiant se beneficia muito do que foi estabelecido com seu antecessor, se parecendo em vários aspectos, embora tenha seu toque original.

Uma nova história, uma nova protagonista. Ao invés de Zagreus, que tinha que subir em sua jornada rumo à superfície, agora temos Melinoe, que precisa descer às profundezas em busca de Chronos, o inimigo da vez. Assim como o jogo anterior, a sequência também traz uma trama que envolve a família da protagonista, em uma história que se desenvolve mais conforme as várias tentativas do jogador em avançar.

Hades 2 é igual a Hades, mas diferente

Hades 2 conta com personagens já conhecidos, além de outros novos. Todos tem o mesmo papel: auxiliar Melinoe em sua jornada com as bençãos divinas, que são diferentes habilidades e atributos que a protagonista terá ao seu dispor. Quanto mais o jogador tenta, maior é a variedade, principalmente porque os eventos são aleatórios.

Como já acontecia no primeiro game, todos os personagens são bem carismáticos e isso acontece por conta de uma arte original e o trabalho dos dubladores. As vozes cabem exatamente ao design mostrado, um belo trabalho da Supergiant em escolher os atores certos para os personagens criados por eles.

A cada novo encontro com cada um deles, seja pelas dungeons, ou ainda na Encruzilhada, que é o hub do jogo, a história vai se desenrolando. As falas dos personagens mudam de acordo com alguns acontecimentos. Por exemplo, o primeiro chefe é sempre a mentora de Melinoe. Se você entra em sua arena com a vida cheia, ela comentará esse fato. Esse tipo de coisa acontece em outras circunstâncias também.

Se tem algo que eu já admirava no game de 2020 e continuo admirando em Hades 2, são esses encontros aleatórios que sempre fazem muito sentido. Tudo é muito bem amarrado, não fica pontas soltas. Claro, existem inúmeros jogos que fazem isso bem, mas vale lembrar que estamos falando de um jogo roguelike que tem o fator aleatoriedade como algo bastante presente em sua essência. A localização em PT-BR continua excelente também.

O foco de Hades 2 é o mesmo do jogo anterior: seu gameplay. Melinoe é um pouco mais ágil que Zagreus e também conta com diferentes armas e uma grande quantidade de habilidades, sejam as provisórias dadas pelos deuses nas dungeons, ou aquelas fixas. O jogo basicamente o força a ter várias tentativas para conseguir ficar mais forte. E MUITO difícil conseguir chegar no final de primeira.

Game melhora o que o antecessor trouxe

Tudo que falei funciona, literalmente, como o primeiro jogo. O gameplay está um pouco mais fluído (eu instalei o primeiro Hades de novo para ter certeza), a animação também está levemente melhor, assim como a arte. A trilha sonora segue na mesma pegada, com composições do antecessor, além de outras originais.

Não é exatamente uma coisa ruim ser tão parecido com o primeiro título, já que ele é praticamente excelente em quase tudo que faz. Mesmo naquilo em que Hades 2 é bem parecido com seu antecessor, a Supergiant consegue melhorar esses aspectos. Ou seja, elementos como o gameplay, mecânicas, arte, trilha sonora (que é uma das minhas favoritas da vida), estão todas muito bem implementadas.

Lembrando que estamos falando de um jogo em acesso antecipado que terá adições em intervalos de meses, chegando em sua versão final no fim do ano, pelo menos essa é a previsão inicial dos desenvolvedores. Mesmo nesse estado, não vi qualquer bug, glitch ou outra coisa fora do normal. O jogo tem funcionado como se estive já em sua versão final.

A minha expectativa é que a Supergiant adicione mais elementos originais para diferenciar Hades 2 de seu antecessor. Sim, ele tem uma nova história, personagens novos, novas armas e habilidades, trilha sonora com novas composições, mas tudo é muito feito baseado no primeiro jogo. Independente disso, é viciante igual o primeiro, mas nesse momento, não mereceria nota máximo por faltar originalidade em relação a aventura de Zagreus. Em poucas palavras, se gostou do primeiro, vai gostar do segundo.