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No final de 2019, com a implementação dos protocolos de isolamento e distanciamento social, vimos que por um bom tempo, eventos presenciais seriam postergados a um futuro incerto. Porém com a vinda da vacina, em 2022 recebemos o aval e o convite para prestigiar a Retro games Brasil 2022.

A Retro Games Brasil foi realizada pela MGS Produções de Eventos retornou esse ano no centro de convenções do Senac Santo Amaro. Trazendo inúmeros entusiastas, fãs da cultura de retro games, desenvolvedores indies e a demo do tão esperado Teenage Mutant Ninja Turtles: Shredder’s Revenge!

Uma viagem ao passado

O cenário de retro games é sempre algo a ser apreciado. Grande monitores com suas belas scan lines, os famosos CRTs, com ilustres presenças no evento como o Sony PVM-14M4E e JVC TM-1650SU. Além das inúmeras curiosidades que os colecionadores levaram ao local. Jogos, consoles, acessórios e tudo mais que seu coração pudesse desejar.

Criaturas de outro tempo

O evento todo coube no andar térreo do centro de exposições, mesmo que o plano fosse que ambos o primeiro andar e o mezanino fossem utilizados para exposições. Com isso as mesas onde se podia jogar e testar jogos novos, ou reviver alguns clássicos ficaram delegadas para as laterais da sala, enquanto o centro acomodava as lojinhas.

Uma mistura de mercado de colecionáveis com exposição, ou seja, um vale tudo pronto para abraçar tudo e todos relacionados a games. Porém a quantidade em si deixou um tanto quanto a desejar, com os grandes destaques sendo a demo de Shreder’s Revenge, o nacional Pocket Bravery, o campeonato de Windjammers 2 e SFV e a sala dedicada ao grupo Odyssey.

Mantendo viva a Odisséia

Na Retro Games Brasil, o pessoal do grupo Odyssey estava em peso, dando um show de preservação e criatividade ao apresentar seus projetos. Uma das grandes atrações eram os Odyssey Contos, escritos por Gabriel S.F. Dentro da sala do grupo Odyssey também era possível encontrar inúmeras mercadorias para todo tipo de fã, além de jogos indies e seus desenvolvedores. Com Back to Belt e Plou roubando a cena no local.

Muito carinho e dedicação na sala do pessoal da Odyssey Brasil

Com seus novos jogos, unidos aos contos escritos por Gabriel, a Odyssey Brasil está criando um curioso e interessantíssimo universo conectado de histórias. Com as grandes novidades sendo Corredor Espacial, Josue Jorge: Tempestade de Areia e Os Selvagens! Contos que, unidos aos anteriores irão ver todo o seu universo mudar com a chegada de O Senhor das Trevas.

Santa Tartaruga!

Verdes, peludos ou normais, os heróis de Manhattan estão de volta ao mundo dos beat’em ups sidescroll com Teenage Mutant Ninja Turtles: Shredder’s Revenge. O novo game da Tribute Games Inc. e publicado pela Dotemu não deixa a desejar perto do seus clássicos Turtles In Time e Hyperstone Heist. Jogável pela primeira vez na América latina aqui na Retro Games Brasil.

Bebop e Rocksteady não deram nem para o “cheiro”

Tudo começa com Beebop e Rocksteady tomando controle do Canal 6, roubando a cabeça do corpo robótico de Krang e fazendo Vernon Fenwick de refém. Com Manhattan mais uma vez sob a ameaça da volta de Krang e seu Technodrome, as tartarugas juntas de Mestre Splinter e April vão as ruas contra os ninjas do Clã do Pé.

O gameplay pega o conceito inicial dos jogos antigos citados acima e os refina a níveis extraordinários. A movimentação é rápida e dinâmica, fluida, mas não de maneira que faça com que o jogador fique perdido, além da pouca poluição visual na tela, garantindo uma jogatina satisfatória, que permite o jogador apreciar os cenários e piadas do jogo.

Os combos são fluídos e a mecânica de cancel funciona de maneira excelente, permitindo combos imensos para aqueles mais hábeis. Na demo pude jogar dois níveis, a estação do Canal 6 e as ruas de Manhattan, com Bebop e Rocksteaddy como chefes. Mas depois em uma conversa com Arnaud ele me disse que o jogo terá um catalogo imenso de níveis e chefes, ou seja alto valor de replay e horas de pancadaria cascuda!

Imagem do artigo sobre a Retro Games Brasil
Aquela play solo de respeito

Porém, ainda assim tenho que adicionar que o combate ainda parece não estar totalmente ajustado e afinado. O jogo em certos momentos parece não estar totalmente polido, mas é de se esperar. Porém jogar com Mestre Splinter e April foi muito divertido, com o ancião se movendo lentamente, mas com ataques ferozes e um lançamento aéreo brutal.

Eu acredito que April deve ter um vídeo game contaminado pelo Mutagênico que criou as tartarugas, mesmo que não seja a backstory oficial no entanto. A nossa querida repórter consegue usar movimentos dos World Warriors de Street Fighter 2 a Alpha! Ataques de Chun-Li como Hazan Tenshou-Kyan, Peach Assault de Rainbow Mika e até mesmo uma cambalhota estilo Blanka! Um jogo que vale a pena esperar com certeza.

Pancadaria de bolso? Tô dentro!

No meio da Retro Games Brasil havia um estande que de longe já parecia interessante, mas de perto se mostrou algo incrível. A Statera Studio levou pra lá seu novo projeto, chamado Pocket Bravery, um novo jogo de luta que pode ser a aposta nacional para entrar no circuito mundial de Fighting Games.

Usando o estilo SD (Super Deformed), Pocket Bravery traz uma experiência sólida como jogo de luta e um roster bem diverso, ainda que ele não estivesse completamente disponível durante o evento. Os sistemas são bem semelhantes à jogos como Street Fighter, The King of Fighters e Pocket Rumble.

Um futuro grande nome no cenário nacional e internacional?

Jonathan Ferreira, CEO da Statera Studio, disse que o projeto original era lançar um jogo mais aos moldes de The King of Fighters XIII. Mas, no momento, tiveram de optar pelo estilo SD. O sonho ainda vive no Projeto Bravery, um jogo que o estúdio pretende lançar nos moldes de um jogo com estilo gráfico mais refinado.

Minha visão do projeto até o momento é que há muita chance de sucesso. O estilo de Pocket Bravery é bem agradável e me lembra da época mais experimental e marcante do gênero, com Street Fighter III, série Alpha e Capcom vs SNK 2. Mas ainda há alguns ajustes finos a serem feitos em relação às animações durante combos e pacing do jogo em si.

Palestras para o passado e futuro

Um dos grandes chamarizes da Retro Games Brasil foram as palestras que seriam feitas durante o decorrer do evento. Abriram com a Sociedade Histórica de Videogames do Brasil, falando sobre seu novo projeto, um documentário contando a trajetória do Hacker Brasileiro que mantem um projeto de manter a memória do Zeebo viva no cenário mundial dos games.

Túlio da 2Dreams durante sua palestra na Retro Games Brasil

Em seguida tivemos o pessoal da Jam.gg nos falando mais de sua plataforma via browser onde a emulação e comunidade multiplayer segue firme e forte. Uma plataforma que permite jogadores do mundo todo jogar diretamente do browser jogos como The King of Fighter 98, Metal Slug X, Earthworm Jim, Windjammers e muitos outros.

Logo após tivemos palestras de desenvolvedores nacionais, abrindo com Thais Weiller, desenvolvedora do excelente Blazing Chrome e sua visão direta e focada na produção de jogos. Seguida por Jonathan Ferreira e uma visão mais profunda do projeto Pocket Bravery. Em seguida Tulio da 2Dreams fez uma extensa e profunda palestra sobre os projetos passados e futuros da 2Dreams.

A palestra final foi com Arnaud da Dotemu, falando dos desafios durante o processo de se unir a Tribute Games Inc. para trazer a comunidade gamer, um novo game das Tartarugas nos moldes antigos. Como exemplo sob como é penoso trablhar com esses tipos de projetos, o mesmo disse que Streets of Rage 4, por exemplo, teve de sete a oito projetos descartados antes do produto final que recebemos.

Recordar é viver

Na soma total do evento, muita coisa ficou de fora no final, porém havia algo mais importante ali que qualquer outro tipo de atração possível. Que era ver o pessoal se reencontrando em um dia só para comprar, vender ou ficar de bobeira em meio a grandes monitores antigos que pesam mais que um pastor alemão. A Retro games Brasil acendeu mais uma vez o farol de encontro de amigos em eventos após tanto tempo

Nada mais importante do que curtir com os amigos, sejam eles velhos ou novos!

Rindo das memórias e histórias de locadora ou de um primeiro console. Eu mesmo tive o prazer de rever várias amizades que fiz graças ao Gamerview, além de novas amizades que surgiram lá, mas fiquei triste por que deixei passar a chance de conhecer outros que conversei apenas pela internet. Mas não deixemos isso nos abalar, pois as linhas CRT ainda irão iluminar vários momentos futuros de eventos futuros da Retro Games Brasil.