Como funciona o Nuzlocke em Pokémon?
- Regra 1 – Apenas o primeiro Pokémon de cada local visitado pode ser capturado. Se derrotá-lo em batalha, sua chance se perdeu ali.
- Regra 2 – Se o seu monstro de bolso chegar a 0HP, terá de descartá-lo do seu time.
- Regra 3 – Não capturar monstros encontrados no Grand Underground.
- Regra 4 – Não utilizar de forma alguma monstros ou ovos dados por NPCs.
- Regra 5 – Caso a sua equipe inteira perder o combate, você recomeçará o jogo do zero.
Aos trancos e balanços, Red finalmente chega ao fim da Victory Road, vence o desafio final de Barry e encara os portões da Liga Pokémon em Sinnoh. Era o último passo de sua jornada, que iniciou com uma derrota em Kanto e uma vitória em Hoenn. Só tinha um elemento que preocupava o treinador para desempatar essa questão: Cynthia.
A campeã é uma verdadeira força da natureza e, por anos, foi considerada uma das oponentes mais bem-estruturadas de toda a franquia. Não é para menos, além de ter uma equipe equilibrada, seus monstros são uma verdadeira aula de como construir um embate lendário para marcar a memória de todos os seus desafiantes.
Bom, agora seria a minha vez de testar. Antes de atravessar os portões, tomei uma decisão e usei a Pedra do Trovão para evoluir o Pikachu. Ele era ótimo, mas não suportaria o que estava para vir. Então, Staraptor, Kricketune, Crobat, Gengar, Raichu e Machamp entraram como o elenco final e só eles tinham essa chance de vencer e proclamar Sinnoh para si. Que não chegariam todos ao fim já era uma certeza, considerando que eu terei de encarar o Garchomp para alcançar a vitória. Porém, quem seria derrubado para que eu conseguisse chegar lá?
VS Aaron
O primeiro confronto da Elite dos 4 seria contra Aaron, o especialista de Pokémon insetos. Assim que atravessa a porta, ele já aguarda os competidores para causar pânico, principalmente pela região ter pouquíssimos monstros de Fogo que possam bater de frente com a sua força. Os voadores até podem ter mais vantagem aqui, porém, se você não vai pronto é bom repensar se está apto a passar aos próximos.
Para não ter erro ou problema, iniciei a partida com Crobat e Aaron dispara com seu Dustox. Brincadeira de criança, para dizer o mínimo. Além de ser muito mais veloz, os insetos iniciais não são muito conhecidos por serem muralhas. O mesmo pode ser dito do que veio logo em seguida, com Beautifly caindo nas garras ferozes de meu Staraptor. Para mim, estava decidido, os dois seriam o destaque deste embate.
Heracross chegou para tentar equilibrar as coisas, mas o misto de Inseto/Lutador não lida nada bem com a ameaça dos céus. Para quem não sabe, eles causam 4x de dano nesta combinação específica e Staraptor continuou na liderança. Era só manter o ritmo e a vitória chegaria sem um sacrifício muito grande.
A Vespiqueen veio logo adiante, qual decidi trocar por Raichu. Se minha memória funcionava bem, a abelha carregava o movimento Power Gem que é do tipo Pedra e não podia correr o risco de perder minhas asas. A estreia do rato elétrico não podia ser melhor, levando o embate com firmeza. Aí Aaron decidiu jogar seu Pokémon mais poderoso, Drapion, o grande escorpião venenoso.
Staraptor voltou à ação, qual confesso ter sido o meu maior erro. Drapion é uma ameaça bem complicada de se lidar, principalmente por uma parcela enorme dos seus movimentos terem uma alta chance de atingir o crítico. E adivinha o que aconteceu: meu pássaro caiu dos céus e não teve a menor chance de vencer. Pois é, eu estava no primeiro membro da Elite dos 4 e já perdi um dos meus seis.
Machamp terminou a batalha por mim, principalmente por não ter nenhum golpe do adversário que seja superefetivo e mesmo os críticos não o derrubariam com facilidade. Porém, a partir dali, eu teria de subir as escadarias com apenas cinco em minha equipe, sendo que isso era uma baita desvantagem nas condições que eu encontraria à frente.
VS Bertha
Devo confessar para vocês, joguei Pokémon Diamond lá em 2007 e enfrentei essa mesma Elite dos 4 de uma forma incansável. Ainda assim, chegando com Red em Shining Pearl eu me deparei com uma grande surpresa: eu tinha me esquecido completamente de Bertha, a segunda a me oferecer uma batalha competente.
De todos os membros que encarei aqui, ela foi a única que me ofereceu o combate mais equilibrado de todo este game. Não porque acabei perdendo outro membro aqui, qual não foi o caso, mas por me obrigar a utilizar a estratégia de uma forma bem mais acirrada do que os demais. Afinal de contas, além de não ter nenhuma vantagem contra ela, Gengar e Raichu nada podiam fazer contra a treinadora. Kricketune, nem se fala.
Comecei apostando no seguro, com Crobat enfrentando Quagsire e derrubando ele com um pouco de dificuldade. Sabia desde o princípio que não seria simples, mas estava tentando me segurar no que podia. Sudowoodo veio em seguida, então troquei para Machamp para encerrar com uma agilidade maior.
Whiscash segue o mesmo ideal de Pokémon que Quagsire, mas mantive Machamp em jogo e vamos combinar: ele é bem chato de ser enfrentado. Venci, mas não foi de forma rápida. Golem chegou em seguida e também não aguentou o tranco. Podem reclamar do quanto for, mas que Machamp segura a onda é indiscutível. Aí chegou Hippowdon.
Vendo que Machamp não ia segurar a onda, fui obrigado a retornar para o Crobat e ver se conseguia fazer a diferença. Quase perdi meu morcego, obtendo a vitória completa envenenando meu oponente e sendo tão chato quanto Bertha. Foi por muito pouco mesmo, mas consegui passar “ileso” pela treinadora e subi a escadaria ao terceiro desafio. São areias que ficaram para trás, com o perdão do trocadilho.
VS Flint
Flint, o amigo de Volkner, estava me aguardando para ver se eu ofereceria uma batalha Pokémon tão boa quanto foi no ginásio elétrico. Sua especialidade são os monstros de Fogo, porém, ele é aquele que tem uma das equipes mais misturadas possíveis dentro do game. Nem mesmo dá para dizer que ele condiz com o que sua reputação fala.
Meu Gengar, por ter ficado de fora da última luta, entra contra a Rapidash e vence sem muitos problemas. Nada que uma Shadow Ball muito bem colocada não consiga, não é? Aproveitando a onda, ele foi mantido em jogo para encarar Steelix. A muralha não é conhecida por aguentar ataques mágicos por muito tempo e eu sabia que tinha chances.
Lopunny como o terceiro que vem para o combate chegou até a ser um ultraje. O que o coelho poderia fazer contra o Gengar? Bom, absolutamente nada, com a vitória vindo também em forma sequencial. Me obrigando a mudar um pouco a estratégia, Flint evoca Drifblim e eu troquei o protagonista para o Raichu.
Pois é, o Thunderbolt do meu Pokémon fez um trabalho excepcional e nem preciso dizer que o balão estourou com a maior facilidade do planeta. Por fim, Flint chama o seu ás e as coisas começam a esquentar de vez. Como disse acima, contra o Aaron, monstros de Fogo não têm muita presença na quarta geração. Além de Rapidash, apenas outro toma uma posição de destaque: Infernape.
Agora me diz, quem eu jogaria para enfrentá-lo? Kricketune não brilhou em momento algum, mas aqui ele não teria a menor chance também. Machamp e Gengar não fariam muita diferença, por mais que sejam poderosos. Crobat não ficaria muito distante de Raichu, então de que adiantaria trocá-lo? Bom, mantive o rato elétrico.
Para a minha surpresa, o primeiro movimento do macaco das chamas foi um Close Combat. A vontade era fechar os olhos e não contemplar o fim do meu estimado Raichu. Para a minha surpresa, ele não apenas aguentou o golpe como desferiu em seguida um Thunderbolt que estraçalhou a melhor opção de Flint. Por pouco, mas foi mais uma vitória limpa e que nenhum membro do grupo caiu.
VS Lucian
Assim como me esqueci de Bertha, Lucian era outro que eu nem me recordava da existência. A sua especialidade só consegui me lembrar por seu visual, então fiz o que podia ter de melhor em minhas mãos: se o poder Psíquico estaria em alta, entraria com a melhor opção contra eles, Kricketune. Você pensou no Gengar que eu sei, porém não queria arriscar que um golpe ousado derrubasse ele.
Mr.Mime foi o primeiro Pokémon jogado por Lucian, qual derrubei sem muita dor de cabeça. Pode ter as defesas reforçadas e as mudanças de parâmetros, mas não funcionaram contra meu X-Scissor. Porém, assim que o mímico caiu, veio o meu maior temor: Alakazam. Sim, caros leitores, o mesmo monstro que derrubou um time inteiro meu em Kanto. Lá, nas mãos de Blue. Aqui, na Elite dos 4.
Kricketune podia ter muitas vantagens, mas não seria veloz o bastante para derrubar o ícone dos Psíquicos. Então seria Gengar. Para a minha surpresa, o coitado do fantasma não aguentou uma pedalada e foi derrubado com apenas um Psychic. Sim, além de Staraptor estar fora, meu querido espírito também tinha caído. Aí vocês já sabem como funciona: como eu ia aguentar Cynthia sem estas duas potências?
Raichu veio para me tirar o trauma da criatura, derrubando Alakazam com o movimento Slam. Afinal de contas, o bicho não aguenta qualquer porrada física. Medicham veio em seguida, qual preferi jogar no seguro e mandar Crobat resolver o trabalho por mim. Girafarig foi o próximo e, por carregar consigo o tipo Normal também, optei por Machamp. E foi aí que cometi meu segundo erro na mesma batalha Pokémon.
Devo admitir que cometi uma falha e os quatro braços caíram com apenas um golpe da jovem girafa. Conselho de amigo, nunca subestime uma criatura qual nunca treinou e sequer se recorda de suas maiores habilidades. Crobat, mesmo com fraquezas, a derrubou em seguida e Lucian decidiu usar o seu ás para finalizar: Bronzong.
Contra todas as expectativas, Kricketune deu um verdadeiro show contra o sino metálico. Afinal de contas, podia demorar, mas golpe por golpe foram abatendo o oponente até a sua queda. Não foi tão glamouroso quanto Raichu segurando um Close Combat do Infernape ou Crobat derrubando o Hippowdon na estratégia. Porém, foi uma vitória que veio suada e o grilo era uma das estrelas dali.
O fim da Liga Pokémon: VS Cynthia
Subi nas escadarias e contemplei onde seria o final da minha aventura. Cynthia me aguardava, majestosa como sempre. Encarar o desafio dela sempre foi algo que empolga todos os jogadores e não era diferente comigo. Por mais que tivesse a vencido incontáveis vezes no passado. Com apenas Crobat, Raichu e Kricketune como meus Pokémon, as chances não estavam nada próximas de outra vitória.
Spiritomb e Raichu protagonizaram o primeiro confronto, com o rato elétrico levando a melhor, mas já perceptível que a diferença de níveis podia me prejudicar nesta batalha. Eu não estava tão distante deles, então seriam combates mais complexos de alcançar a vitória. Gastrodon veio em seguida, então optei por Crobat para fazer o trabalho e varrer a lesma de campo. Porém, como comentei, não foi algo que veio fácil.
Sabe o que me simplificou a vida: os dois próximos, por mais incrível que pareça. Roserade não teve a menor chance de arranhar meu morcego, que venceu sem fazer o menor esforço. Milotic chegou em seguida, com Raichu dando um show à parte e mostrando que nenhuma gota de água vai fazer a diferença em Pokémon Shining Pearl.
Restavam dois e um deles era um dragão dos mais sinistros que já existiram na franquia. Porém, o que veio antes foi Lucario. O mesmo que poderia ser derrubado por Staraptor, Gengar e Machamp se tivessem sobrevivido ao desafio. Crobat era a opção mais óbvia, considerando que Voador ainda tem uma vantagem sobre Lutador e isso podia me salvar ali para quando Garchomp aparecesse.
Ao menos foi o que achei, já que meu morcego caiu diante dos meus olhos com um Dragon Pulse. Pois é, não durou de forma alguma. Raichu saiu em seguida e ali minha derrota já estava estabelecida. Mesmo vencendo o Pokémon Aura, como que ele e Kricketune derrubariam o ás de Cynthia? Aí o rato elétrico foi derrubado por Lucario também, me tirando até a opção de tentar usá-lo contra o último monstro dela.
Kricketune era tudo o que me restava e, bom, nem preciso dizer que sua defesa não foi o suficiente para levar os movimentos do guerreiro à derrota. Ali Red caiu novamente, da mesma forma como foi em Kanto. Sem nem mesmo ver o oponente suar. Cynthia sempre foi uma potência e eu sabia que tinha chances altas de me vencer. Só achei que chegaria no Garchomp, sabem? Bom, a opção agora seria voltar para casa e refletir sobre os erros cometidos. Se voltará a Kanto ou Sinnoh para tentar mais uma vez ou irá para outra região, apenas o futuro dirá. Pokémon Nuzlocke é assim, infelizmente.
Ainda assim, a viagem importa e as aventuras descritas também são parte de nossa jornada. Não é? Mesmo derrotado, eu sei que meu time em seu potencial completo teria chances contra ela e chegar debilitado até a Campeã que foi o meu infortúnio. Perder as esperanças não é uma opção. Nunca foi. Porém, vamos organizar as coisas e ver onde os próximos passos nos levarão. Espero que você ainda esteja por aí!