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O que dizer de Yooka-Laylee and the Impossible Lair, que mal conheço e já gosto muito? Não dá pra negar que desde seu primeiro título a Playtonic Games vem agitando o mundo dos indies, e Yooka-Laylee tem ingredientes que conquistaram muitos jogadores (inclusive eu). Nesta sequência, a desenvolvedora traz mudanças que a princípio podem te deixar receoso, já que o primeiro título é tão bom e esta sequência poderia, sem problema algum, ter a mesma fórmula (é claro que melhorias seriam bem-vindas), mas ao invés disso os produtores fizeram muitas reformulações, principalmente no estilo de câmera. E diferente do que muitos pensaram, isso não prejudicou o carisma da dupla colorida – na verdade só os tornou melhores.

Yooka-Laylee and the Impossible Lair é um jogo de aventura em plataformas com momentos onde a jogatina acontece em fases com visão 2.5D, e outros em um mapa onde a câmera fica acima do personagem, bem no estilo The Legend of Zelda, oferecendo muito mais do que apenas um seletor de fases. Com um visual caprichado e design de fases fortemente inspirado na série Donkey Kong Country, o resultado não poderia ser outro: o jogo é imensamente divertido, cativante e nostálgico.

Recrutando aliados para o Enxame Real

A dupla carismática formada pelo camaleão Yooka e a morceguinha Laylee retorna para impedir mais um plano cruel do Capital B, que com seu novo dispositivo consegue controlar a mente das pequenas abelhas, incluindo a equipe Beettalion, um tipo de escudo protetor formado por um enxame de guerreiras que certamente te ajudaria a vencer o chefão. Sem essa proteção, o covil do vilão é realmente impossível de vencer! Agora, você precisa se fortalecer para tentar novamente essa batalha, e o melhor disso é que você vai transbordar de nostalgia.

Imagem do jogo Yooka-Laylee and the Impossible Lair
Talvez eu esteja louco, mas comparo o Capital B com o Gru, do filme Meu Malvado Favorito.

A Rainha Phoebe usa sua magia para separar a formação das Beettalion por diversos lugares e livros. Desta forma, sua missão em Yooka-Laylee and the Impossible Lair será resgatar as criaturinhas para criar uma nova formação. Você poderá encontrá-las a cada final de fase ou em alguns locais no mapa, mas o mais importante é que você não precisa encontrar todas elas para tentar derrotar o Capital B. O covil estará sempre de portas abertas te desafiando para a batalha, e claramente sem a Beettalion ou com poucos soldadinhos o combate é desafiador, pois cada uma das 48 abelhinhas funcionam como um dano a mais que você poderá resistir, e isso forçará você a procurar por mais aliados antes de tentar um novo conflito.

Não pense que a possibilidade de enfrentar o chefão livremente fará o jogo terminar mais rápido. A verdade é que as fases chamam tanta atenção por serem tão divertidas que certamente deixarão você mais empolgado em completar a formação Beettalion do que tentar derrotar seu arqui-inimigo a cada novo aliado (a não ser que você seja um daqueles jogadores que adoram desafios insanos). Mesmo se você conseguir derrotá-lo, não será o fim do jogo, pois há muitos outros objetivos neste mundo.

Se você curtia as fases da série Donkey Kong Country, vai notar algumas semelhanças por aqui. Os níveis estão cheios de ideias inspiradas no título do gorila, mas isso não é ruim e nem torna Yooka-Laylee and the Impossible Lair mais do mesmo (de forma alguma), pois o jogo tem características próprias que foram misturadas a essas outras implementações. O resultado desta soma são fases cheias de plataformas com desafios na medida, puzzles divertidos, inimigos interessantes, passagens secretas e muitos, mas muitos coletáveis.

Imagem do jogo Yooka-Laylee and the Impossible Lair
O visual de Yooka-Laylee and the Impossible Lair é lindo e tem um charme surpreendente!

Como no primeiro jogo, aqui você também vai coletar muitas Quills, que são aquelas penas que servem como um tipo de moeda. Além delas, há também as moedas T.W.I.T, que você vai utilizar para desbloquear outras partes do mapa no decorrer do jogo. E sabe quem irá cobrá-lo para abrir esses portões? Sim, o Trowzer. Esses “paywalls” – não são paywalls reais, afinal não há microtransações – fazem parte do seu novo negócio, o que, na prática, é uma forma de limitar o jogador a completar um pouco mais das fases disponíveis para então abrir outra sequência de níveis.

Com as penas, você também poderá abrir gaiolas que liberam chaves e pequenas passagens, ou ainda comprar os famosos Tonics da Vendi (lembra-se dela?). Pois é, os Tonics estão em Yooka-Laylee and the Impossible Lair para ajudá-lo durante as fases, trazendo alguns suportes e até mesmo filtros que deixam as fases com uma aparência bem diferente. Há diversos tipos, sendo alguns diferentes do que vimos no jogo anterior, e você só pode comprá-los após encontrar uma amostra de cada um deles no mapa.

Imagem do jogo Yooka-Laylee and the Impossible Lair
É impossível não lembrar os bons momentos jogando Donkey Kong Country.

Uma aventura cheia de puzzles e coletáveis

O mapa de Yooka-Laylee and the Impossible Lair poderia ser apenas para seleção de fases, pois só pelo visual e escolha da câmera já é maravilhoso, mas os produtores adicionaram muitos afazeres que dão a sensação de que aqui é uma enorme fase para completar. É como se estivéssemos explorando um mapa de The Legend of Zelda, com até algumas dungeons com puzzles que são relativamente simples, mas que recompensam com diversos coletáveis.

As fases 2.5D são acessadas através dos livros dispersos pelo mapa, mas muitas vezes eles estão inalcançáveis e você precisará resolver alguns quebra-cabeças para encontrar ou liberar o acesso. E não é só isso: esse mapa também oferece muitos baús com Quills e personagens conhecidos com tarefas para você cumprir, entre muitas outras atividades que, com certeza, vão tomar seu tempo tanto fora quanto dentro dos livros.

Essa máquina não parece funcionar direito.

Uma das coisas que me deixou completamente surpreso (e feliz) foram as variações de fases. Para que elas aconteçam, você precisará resolver puzzles, jogar bombas congelantes, acionar máquinas, desbloquear a passagem de água, entre muitos objetivos diferentes. O legal é que todos são criativos e acabam sendo uma boa surpresa todas as vezes que o cenário se transforma. Será impossível não sorrir com a mágica mudando o ambiente onde o livrinho está.

Dentro das fases, as variações são de cair o queixo. Você pode dizer que estou exagerando, que se trata da mesma fase com objetos e inimigos diferentes, mas é aí que você se engana! A base do nível é a mesma, mas o ambiente e o desafio mudam completamente. Muita vezes, o caminho é diferente com inimigos e coletáveis dispostos de outras maneiras. Pasmem: até a música muda! É um design muito inteligente que aproveita o espaço para criar desafios reutilizando parte daquilo que você já viu e, mesmo sendo semelhante, a experiência é nova. Sem dúvidas, é uma das melhores mecânicas que vi em Yooka-Laylee and the Impossible Lair, que certamente vai agradar muitos jogadores e ainda aumenta a quantidade de fases do jogo.

Imagem do jogo Yooka-Laylee and the Impossible Lair
A primeira lição para lidar com as variações: tira o casaco.

Em um movimento de esticar a língua (semelhante ao Yoshi), Yooka pode carregar objetos, e com isso é possível agarrar chaves, bombas de água, granadas, conchas e muitos outros objetos para superar obstáculos ou encontrar passagens secretas que inclusive existem aos montes. Mas infelizmente, elas não dão acesso a fases bônus (quem jogou Donkey Kong Country, sabe do que estou falando). Mesmo não havendo bônus dentro das fases, os jogadores ainda terão a oportunidade de superar fases curtas que são puros desafios, sendo oferecidas pelas páginas douradas que, quando você vence, vão revelar parte do mundo (que é bem grande, por sinal) com a localização de novas fases e paywalls.

Todas essas mudanças fazem Yooka-Laylee and the Impossible Lair ser ainda melhor do que o anterior. É possível perceber que há melhorias na organização geral do jogo, como na interface dos menus, o design de som que parecem menos exagerado e que agora não toca a cada transição de cena (felizmente), entre muitos outros detalhes que mostram que esse jogo trata-se realmente de uma boa evolução.

A segunda lição: põe o casaco.

Os detalhes visuais chamam atenção em Yooka-Laylee and the Impossible Lair, e talvez um bom exemplo para falar sobre isso é citar as pequenas guerreiras Beettalion: cada uma tem um visual, nome e armamento próprio, embora você não consiga vê-las em combate. Outro detalhe charmoso é a transição de música quando mergulhamos na água, que é fluida e muito bonita, mas claro, a trilha sonora bem produzida sempre ajuda muito nestes momentos.

Mesmo com toda diversão, o jogo possui pequenos problemas como quedas de frames durante a revelação de partes do mapa ou quando uma guerreira Beettalion retorna para a Rainha Phoebe. Também ocorre uma certa dificuldade em acertar alguns inimigos dependendo do ângulo do seu ataque, e você pode ficar frustrado ao ver que passou por cima do objeto e ainda assim não conseguiu acertá-lo. Felizmente, isso não atrapalha muito a jogatina e pode ser corrigido com atualizações no futuro.

Imagem do jogo Yooka-Laylee and the Impossible Lair
Minha reação quando descubro que fiz a escolha errada.

Os personagens continuam bastante cômicos, e embora as narrações ainda não sejam compreensíveis, dá para ler as suas piadinhas pelos balões de diálogos. Porém o segundo título da Playtonic Games também não possui tradução para o nosso idioma. Outras características que estão de fora são modos multiplayer, e não há jogos arcades como anteriormente, mas quem sabe isso possa ser implementado no futuro. Se vier, espero que sejam ideias diferentes e melhores.

Com um design de fases tão diversificado e muito conteúdo, Yooka-Laylee and the Impossible Lair é um excelente jogo de plataformas, um prato cheio para quem gosta de jogos do gênero (e até para quem não gosta). Sem dúvidas, quem der uma chance para a dupla dinâmica gostará da experiência e continuará nessa missão para recrutar novamente o Enxame Real e vencer de uma vez por todas o covil impossível do Capital B.

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