Kratos que se cuide! Wolverine chegou com tudo neste novo Beat ‘em Up. E olha que eu não dava nada para este game, heim! Desde X2: Wolverine’s Revenge (2003), nenhum outro game lançado posteriormente fez jus ao personagem. Com o filme nos cinemas, fiquei mais receoso ainda. O filme é uma porcaria, sem dúvida. Mas para a minha surpresa, tudo que falta nele (incluindo sangue), está presente no jogo X-Men Origins: Wolverine.
O game segue a história do filme, com o Wolverine de Hugh Jackman e todo aquele estilo da adaptação cinematográfica. Mas, felizmente, o jogo apresenta também algumas passagens pela história original da HQ. Hugh é apenas um “skin” do Wolverine, uma mera aparência. E ele arrebenta todo mundo sem dó, com cara de psicopata, respiração ofegante e tudo mais. Logo na primeira fase, na África, já dá para sentir isso: Wolverine arranca pernas, braços e cabeças de soldados africanos, em um banho de sangue absurdo. Parecido com God of War, como dizem por aí? Totalmente! Mas com seus próprios méritos.
Desenvolvido com a Unreal Engine 3, o jogo apresenta visual caprichado e uma boa mistura de gêneros. Boa parte ele é um Beat ‘em Up. Em outros momentos, o jogo apresenta quebra-cabeças estilo Tomb Raider. Há até mesmo algumas partes em que a câmera se posiciona em um ângulo fixo para dar aquela sensação de plataforma sidescroller. E isto funciona super bem, equilibrando a ação com os desafios. Ou seja, o jogo não se resume na porradaria incessante de games como Devil May Cry.
Ainda falando sobre o visual, a produtora Raven Software caprichou nos mínimos detalhes. A cada golpe do Wolverine, o inimigo fica marcado por cortes no corpo. O mesmo acontece no cenário, que também sofre os cortes. A cada dano tomado, seu corpo fica mais destruído. Às vezes chega ao exagero da HQ atual, em que ele fica com os ossos expostos e com buracos por todo o corpo, à lá Exterminador do Futuro. Mas quer saber, isso ficou sensacional no game. Ainda mais com o fator de cura em tempo real, reestruturando seu corpo aos poucos.
Wolverine dispõe de inúmeros combos e habilidades especiais. Para atacar, ele possui apenas dois golpes, um forte e outro rápido e mais fraco. Pode parecer pouco, mas o jogo oferece um sistema de evolução muito bem bolado, que só faz aumentar a variedade de combos com o uso de outros botões. É possível agarrar inimigos, arremessar em lanças, matá-lo com um único golpe no melhor estilo Finish Him, e até mesmo pular a longas distâncias para derrubar o inimigo no chão ou no ar. O personagem dispõe de habilidades (skills) como fator de cura, golpes especiais e sentidos aguçados, entre outros. Durante a jogatina, você encontra também os Mutagens, habilidades que evoluem conforme o aumento de experiência. Um destes Mutagens, por exemplo, permite um golpe parecido com aquele “parafuso” do Bison (do Street Fighter II), que simplesmente transforma o inimigo em restos de carne moída.
No quesito inimigo, o game apresenta pouca variedade. Além dos soldados a dar com rodo, você enfrenta os protótipos WENDIGO (super soldados), gigantes de pedra (Leviathans), soldados mutantes, andróides e até Sentinelas. Cada um possui seus pontos fracos, mas apresentam bons desafios. Especialmente quando estão em grandes grupos. Os chefes de fase são Dente de Sabre, Gambit, Blob, Sentinela Mark I e Deadpool, no final do game. Batalha que acontece igual ao filme, no topo de uma torre de usina nuclear.
X-Men Origins: Wolverine é um jogo mais do que bem vindo. Pena ter perdido sua originalidade ao misturar gêneros demais em um pacote só. Tem até as dog tags, de Gears of War 2, na mistura. Glitches e bugs também são perceptíveis em boa parte do game. A famosa “parede invisível” está presente e incomoda bastante, impedindo o jogador de andar ou pular sobre alguma área que aparentemente parece acessível. Mesmo assim, X-Men Origins: Wolverine é uma excelente experiência de ação.