Connect with us

Reviews

Review – West of Dead

Publicado

em

O oeste americano é uma terra de contos, lendas e sangue. Assim que as grandes explorações rumo ao “Velho Oeste” começaram, também cresceram as maquinações nos corações dos homens, explorando até os ossos desta nova terra, recheada de riqueza naturais. West of Dead conta a história de uma das almas que foram executadas enquanto tentava levar uma vida nesta terra árida. No entanto, o pós-vida de nosso amigo espectral não será tão agradável e pacífico quanto ele pensa.

Recheado de referências para os fãs do subgênero Dark Country, West of Dead traz uma história soturna de vingança no pós-vida, trazendo localidades diferentes, personagens calados e misteriosos, um estilo de arte chamativo e uma trilha sonora pesada e “suja” como o melhor blues da Lousiana.

Não é um pecado se você não chorar

Como dito por nosso protagonista, o Sr. Mason, a morte é diferente do que esperamos, pelo menos em West of Dead. Nada de portão perolado ou uma terra esterilizada, como é de se esperar. Em West of Dead, a primeira coisa que vemos é um saloon vazio e sujo, esperando a próxima alma perdida entrar. Após ouvir os conselhos de trás do balcão, Mason deve seguir rumo aos intricados labirintos do pós-vida.

Coberturas para o Bang-Bang não faltam.

Enquanto navega por estes traiçoeiros locais, ele deve lutar contra os espíritos daqueles que não conseguem descanso. Soldados, cowboys ou qualquer outra forma de vida extraordinária que ainda esteja rastejando pelos corredores. O protagonista sai em busca de descobrir os motivos por trás dos eventos ocorridos dentro daquela sala, onde viu aquele homem, de pé, com uma escopeta de cano serrada apontada em direção a seu rosto.

Enfrentando inúmeros inimigos, entre eles grandes lendas das histórias de faroeste que fazem aparições como os chefões do game, como Wendigos ou pistoleiros fantasmagóricos, Mason está preparado para tudo com suas armas.

Como toda e boa obra da Raw Fury, uma empresa que já tive o prazer de jogar dois outros ótimos títulos – Night Call e Whispers of a Machine -, já era de se esperar uma grande qualidade de West of Dead. Assim sendo, o jogo não desapontou, trazendo um enredo de ponta e uma jogabilidade simples. O jogo utiliza os botões do mouse, cada qual referente a uma arma, e os botões E e R do teclado para utilizar os itens adquiridos pelos níveis ou comprados do Undertaker.

Imagem do review de West of Dead
Wendingo é aquele primeiro boss que não deixa a desejar.

O problema maior em West of Dead é que as armas e itens são contra-intuitivos na hora de se usar. Os itens e armas à esquerda são utilizados com o botão direito do mouse, e vice-versa. Muitas vezes você deseja usar um, mas acaba utilizando o outro. Mas isso é algo que pode ser facilmente corrigido com um patch, e depois de um tempo o jogador também se acostuma. Só que nos primeiros momentos do jogo, principalmente na luta contra o Wendigo, essa pequena confusão atrapalha bastante.

Após cada nível, o jogador pode descansar em uma espécie de purgatório, onde pode usar os pecados adquiridos durante o nível. Os pecados são como uma segunda moeda, que são pagas a uma indígena que transforma os mesmos em itens e armas, adquiridas na hora em que são desbloqueadas. E caso o jogador morra durante a aventura, pode recuperá-las pelos mapas gerados de forma aleatória.

Imagem do review de West of Dead
E a sombra das asas do abutre cobre os corpos ocultos na relva.

Todos temem o coveiro

O jogo conta com a lógica roguelite, onde uma vez que morremos, retornamos ao começo do atual capítulo e partimos de lá. Cada “run” é diferente da anterior, em questão de armas, aprimoramentos e itens que levamos conosco. As armas aqui são as que mais podemos esperar da temática de faroeste, como rifles, revólveres e escopetas de cano serrado. Usando-as, Mason deixa apenas um rastro de corpos pelo caminho dos mortos.

Esteja preparado para enfrentar os mais diversos tipos de inimigos, pois esse inferno astral desértico é cheio de surpresas. Em um momento, estamos atirando no que um dia foi um grupo de soldados na conquista do Oeste e hoje são almas penadas decadentes. Em outro, estamos lutando contra os próprios cães do inferno, carrascos com seus facões gigantes e criaturas abissais que se escondem pela lama dos pântanos, todos eles com um único objetivo: destruir o que sobrou de Mason.

Imagem do review de West of Dead
Não aceitamos devoluções.

A parte gráfica de West of Dead é estonteante. Com uma perspectiva sempre isométrica do mapa, West of Dead permite ao jogador ter uma visão ampla dos caminhos e salas nas quais está se aventurando. Os efeitos de sombra e luz dão aos gráficos um ar de comics, mais semelhantes às artes presentes em Hellboy, além de uma ótima trilha sonora e sonoplastia para acompanhar a voz do próprio Hellboy, Ron Perlman, dando um ar ainda mais incrível para a voz do pistoleiro Samson.

Pessoalmente não sou o maior fã de Western, tanto que passei longe de Red Dead Redemption 2 quando saiu, mesmo gostando do primeiro. Porém amo jogos que não tem medo de expressar um toque mais estilístico ao invés de fotorrealista, e West of Dead é esse jogo. Para você que estava em busca de um próximo Hotline Miami ou Hong Kong Massacre, West of Dead é com certeza tão boa pedida quanto um Whisky Cowboy no sol do meio-dia.

Prós

  • Estilo de arte impecável
  • Trilha sonora de ponta
  • Sonoplastia de alta qualidade
  • Inovador e divertido

Contras

  • Desorientador no começo
  • Falta de um bestiário

Nintendo

Review – Born of Bread

Encarne um protagonista feito de pão e salve o mundo das garras do caos

Publicado

em

Já houve uma época em que a internet surtou com um jogo em que controlávamos um pão de forma, então acredito que Born of Bread tem potencial de sobra para se tornar um dos títulos favoritos do ano para os amantes de pães. O indie da WildArts Studio tem fortes inspirações em Paper Mario, tanto no visual quanto no gameplay, mas consegue ser autêntico o suficiente para ganhar nossa simpatia de imediato.

Misturando elementos de aventura com RPG, Born of Bread nos coloca em uma jornada repleta de fantasia, personagens carismáticos e um humor bem leve, daqueles que nos tiram umas risadinhas naturalmente. Não é aquele tipo de jogo que chama a atenção logo de cara, mas quanto mais nos aprofundamos naquele mundinho, mais apaixonante ele se torna.

O pãozinho da profecia

O jogo começa quando um grupo de arqueólogos acaba libertando um mal há muito emprisionado, trazendo de volta à vida diversas criaturas sedentas por caos. Ao mesmo tempo, o padeiro real de um certo reino acidentalmente cria um golem de pão após fazer uma receita mágica, trazendo nosso protagonista Loaf para a história. Após serem derrotados por essas figuras misteriosas, a dupla se vê forçada a partir em uma jornada para salvar seu lar e cumprir uma profecia de milhares de anos.

Até os NPCs conseguem ser carismáticos neste jogo

Apesar das grandes semelhanças com Paper Mario, ainda acho que Born of Bread se assemelha muito mais a Super Mario RPG. A história é repleta de diálogos bobos, mas muito bem-humorados, além de contar com personagens cheios de personalidade. É muito divertido acompanhar as interações entre eles – o que pode até surpreender em determinados momentos, já que o jogo também aborda alguns temas mais adultos nas suas entrelinhas.

O visual é inegavelmente semelhante aos jogos do Mario de papel, trazendo um 2.5D que mistura cenários tridimensionais com personagens 2D. Todos os mapas contam com uma profundidade que nos permite explorar diferentes planos, enquanto seus elementos são 3D. Apenas os seres-vivos desse mundo são “feitos de papel”, o que traz um certo charme para o estilo artístico do jogo.

Todos os cenários conseguem ser um colírio para os olhos!

Jogar Born of Bread é como assistir a uma animação interativa, pois ele tem todos os requisitos necessários para nos cativar rapidamente: cores vivas, elementos desenhados a mão, personagens estereotipados e muita descontração. A trilha musical também não fica atrás, coroando esse conjunto com faixas envolventes e dignas de uma clássica história de jornada do herói.

Tudo no seu tempo

Apesar da franquia Paper Mario também contar com um combate estratégico em turnos, as mecânicas vistas em Born of Bread acabam ficando mais próximas de Super Mario RPG, novamente. As batalhas seguem o padrão clássico dos RPGs de turno, mas com algumas diferenças relevantes que tornam o jogo mais original.

Aqui, todo tipo de ataque ou arma possui um timing diferente. Ao acertarmos esse tempo, o golpe sai mais forte e somos recompensados recuperando alguns pontos de ação. Da mesma forma, é possível acertar um timing para se proteger de um ataque inimigo e coisas do gênero. A diferença é que toda variação de ação ofensiva traz um pequeno minigame diferente, que em sua maioria envolve apertar o botão no momento exato ou macetá-lo até encher uma barrinha de poder.

Cada ataque envolve um tipo de QTE diferente

Essas mudanças na dinâmica dos golpes deixa o combate bem mais envolvente e menos automático. Arrisco até a dizer que essa mecânica é até melhor do que a vista em Super Mario RPG, pois lá o timing consiste mais na base da adivinhação e “tentativa e erro”. Aqui, temos total noção do que é necessário fazer para acertar o tempo, bastando apenas se acostumar aos diferentes minigames e Quick Time Events.

Outra particularidade bem interessante desse combate é a possibilidade de fazer streams das batalhas. Aqui, o jogo simula uma live em que espectadores fictícios começarão a comentar seu desempenho e pedir alguns movimentos específicos. Ao satisfazê-los, podemos ganhar alguns bônus no final do confronto, então acaba sendo uma ideia criativa para tornar as batalhas menos repetitivas e mais instigantes.

A mecânica de livestream nos incentiva a testar coisas novas em combate

As habilidades que desbloqueamos em combate também nos serão úteis durante a exploração, pois existem diversos caminhos e áreas que estarão bloqueados de início. Bebendo um pouco da fonte dos metroidvanias, Born of Bread tem sua parcela de backtracking e incentiva os jogadores a revisitar mapas antigos para encontrar itens que ficaram para trás. Nem sempre é recompensador se preocupar com isso, mas é uma boa desculpa para quem quer fazer sua experiência render ainda mais.

Minha única crítica realmente relevante é que o jogo inevitavelmente pode se tornar enjoativo com o tempo, algo que acontece até com Paper Mario, devido à rotina de diálogos, exploração e combate. A campanha não foge muito disso, mas também não falha em nos divertir do início ao fim – ainda que em menor escala mais perto do final. Born of Bread definitivamente é uma das maiores surpresas do ano e mais um título de destaque em meio a um mar de excelentes indies que foram lançados nos últimos meses.

Continue lendo

Nintendo

Review – The King of Fighters XIII: Global Match

A SNK trouxe The King of Fighters XIII: Global Match como uma boa mistura entre arcade e modernidade

Publicado

em

The King of Fighters XIII Global Match

Enquanto Mortal Kombat e Street Fighter continuam buscando o futuro, The King of Fighters XIII pega suas experiências passadas com carinho para trazer novas sensações ao público que sente falta de um bom e velho jogo de luta arcade 2D.

Na versão “Global Match”, a SNK trouxe como novidades o rollback netcode, expandiu os recursos vistos no lobby e ainda introduziu o modo espectador. E mesmo que você não curta o ambiente online e nem queira investir na carreira de pro player para disputar a EVO, ainda vale os bons tempos de fliperama que ele inspira de volta.

Jogo moderno com sensação dos antigos fliperamas

A evolução em The King of Fighters XIII

Para começar, sendo bem honesto com vocês, há muitos anos que meus dedos não ficavam com calo em um jogo de luta. E foi exatamente isso o que ocorreu enquanto testava o novo The King of Fighters XIII: Global Match. A experiência me fez retornar para antes dos anos 2000, quando esse estilo reinava nos consoles e arcades.

É impossível não querer disputar uma partida com cada pessoa que vai te visitar, assim como não vejo a menor chance de escolher um modo que não seja o 3v3 clássico. Há diversas outras opções, como o Time Attack, Survival e até uma galeria para você poder ver todas as artes e filmes disponíveis. Porém, a alegria só vem quando o oponente é derrubado no chão com muito suor.

Quando chega no Perfect a alegria fica completa

O elenco é fantástico, assim como a adaptação do seu gameplay para os consoles mais modernos. Apesar de chegar para o PlayStation 4 e Nintendo Switch, eu testei no PS5 e não tenho nada do que reclamar. Os comandos respondem adequadamente, são muito velozes e recria com exatidão a época onde este tipo de experiência era o que mais importava para uma desenvolvedora.

Não estou reclamando dos capítulos mais recentes da SNK, caros leitores. Só queria deixar claro que The King of Fighters XIII: Global Match é a escolha ideal para quem está buscando um bom jogo arcade e sem um apelo gráfico ultra-realista – priorizando o que temos de melhor nos movimentos dos personagens e no rico elenco.

É preciso saber apanhar também

A luta como você esperava

Eu me aventurei bastante por todos os modos e parece que fui transportado diretamente para a época onde jogava Street Fighter Alpha 3, no meu primeiro PlayStation. A grande diferença é que, além dos recursos inéditos que a nova geração pode proporcionar, também temos um número de lutadores bem maior.

Além dos grupos que podem ser selecionados em The King of Fighters XIII: Global Match, também dá para desbloquear alguns lutadores secretos conforme avança nos outros modos. Sim, você não precisará pagar nem R$1 a mais ou esperar por Passes de Temporada. Está tudo lá, dependendo apenas da sua habilidade.

Ele pode não ser o favorito de todos, como é o caso de KOF ’98, mas consegue reunir todos os aspectos positivos da franquia para trazer um gameplay consistente, gráficos aprimorados, cenários belissimos e até mesmo certos ganchos da história que farão o público desejar finalizar o quanto antes. Caso ele esteja em seu radar, não precisa pensar duas vezes e pode investir sem medo de ser feliz.

Continue lendo

Nintendo

Review – Super Crazy Rhythm Castle

O jogo de ritmo mais caótico que você já conheceu

Publicado

em

Imagine como se Guitar Hero se encontrasse com Overcooked e desse origem ao jogo de ritmo mais caótico que já existiu. Super Crazy Rhythm Castle é exatamente este título e chegou aos consoles no finzinho de 2023 para divertir as festas de fim de ano.

Desenvolvido pela Second Impact Games, o lançamento publicado pela Konami aposta na mistura de gêneros e jogabilidade simples, com muita música e cores, para uma aventura que chega após 10 anos de trabalho.

Super Crazy Rhythm Castle
Junte-se aos heróis mais bizarros nesta aventura caótica

Sem muito sentido para a história, que acaba divertindo pela loucura, nós embarcamos numa aventura por um castelo musical em que o enlouquecido Rei Ferdinand nos espera, pronto para defender sua coroa e acabar com seu dia. Para deter os planos desse maléfico tirano, manter o ritmo dos nossos personagens e salvar diversos NPCs das garras da crueldade, os jogadores precisarão superar os desafios perversos em desafios ritmicos para vencer o Rei no próprio jogo dele.

Realize combos sem perder o Rhythm

Seja jogando sozinho ou com ajuda dos amigos, você utilizará um elenco de personagens malucos em salas com atividades ainda mais insanas para tentar alcançar até três estrelas em cada partida, para avançar até a derradeira batalha contra o malvado Rei. Por mais maluquice que seja, o trabalho da desenvolvedora britânica esbanja carisma e estilo, com muita cor e cuidado ao trabalhar o som e o visual.

Super Crazy Rhythm Castle
Tente entender a atividade proposta em meio ao ritmo e caos

Com mais de 30 faixas para você conhecer e desbloquear, cada música oferece a opção de ser jogada com três ou quatro teclas, de acordo com a dificuldade que você desejar, além de estar dentro de um mundinho próprio. Como assim? Imagine a ambientação criada em Psyconauts, mas para apenas uma sala, com atividades tematizadas e a música para ser jogada.

Isso mesmo! Você pode jogar a música, ao melhor estilo Guitar Hero, ou se preocupar em realizar as atividades e ações que a sala impõe, quase como tentativa de atrapalhar o seu desempenho rítmico. Quando isso acontece na companhia de até outros 03 jogadores, Super Crazy Rhythm Castle é um jogo fácil e divertido, porém contar com um NPC no modo single player tornou-se algo realmente desafiador para conquistar a avaliação máxima de três estrelas.

Caos multitarefa

A diversão neste novo jogo da Konami está além da música e ritmo, pois não sabemos o que vamos encontrar em cada andar do castelo, muito menos no desafio temático proposto. Enfrentar uma berinjela gigante que ataca como DJ, jogar como cachorro para coletar ouro, tentar prever qual tecla apertar num pequeno espaço de tempo, limpar a tela para facilitar o jogo, entre outras atividades que precisarão ser intercaladas, sempre mantendo o ritmo e dando sequência ao combo.

Super Crazy Rhythm Castle
Nada como a calmaria para quem quer apenas um jogo de ritmo

O jogo é relativamente curto, já que você pode ficar rejogando apenas as músicas no Music Lab, porém vai oferecer boas risadas com os absurdos e uma trilha sonora agradável, que consegue mesclar muito bem diversos tipos e gêneros musicais.

Esse detalhe ganha ainda mais destaque pelo trabalho da Konami em misturar os temas de Castlevania e Gradius ao catálogo de músicas disponíveis. No fim, Super Crazy Rhythm Castle ocupa um lugar especial por divertir aquela jogatina despretenciosa, principalmente quando você estiver na companhia dos amigos.

Continue lendo