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Finjam surpresa: a série Warhammer 40,000 está ganhando um novo jogo! Os fãs deste clássico dos RPGs de mesa provavelmente já desistiram de tentar acompanhar a franquia nos games, já que existem muitos títulos e é um mais diferente do que o outro. A cartada da vez é Warhammer 40,000: Shootas, Blood & Teef, um shooter em 2D moldado no melhor estilo de Contra e Metal Slug, daquele jeitinho que a gente gosta: ação frenética, tiro para todo lado e muito heavy metal (não, isso não é Doom 2016).

As estrelas do momento são os orcs, que protagonizam este jogo repleto de zoeira e violência desenfreada. Shootas, Blood & Teef é um alívio cômico para a franquia e ainda traz um multiplayer de sofá irresistível, daqueles que a gente joga por horas sem perceber. Seus maiores problemas acabam ficando a cargo da performance, o que pode ser facilmente resolvido dependendo da plataforma que você for jogar.

Não mexe no meu cabelo

Como já citado anteriormente, Warhammer 40,000: Shootas, Blood & Teef não é um jogo para ser levado a sério, pois todo e qualquer tipo de história e diálogo presente aqui existem apenas para arrancar umas risadinhas. Aqui controlamos um orc que estava vivendo sua vida tranquilamente durante as campanhas de chacina e conquista do seu povo, até que seu Chefe de Guerra decide roubar seu rabo de cavalo. Traído e sedento por vingança, nosso personagem decide matar todos que vê pela frente, até que finalmente consiga reencontrar seu antigo líder e recuperar o que é seu.

Warhammer
Toma chumbo!

O jogo nos dá a opção de escolher entre quatro classes diferentes, cada uma com suas especialidades e arsenal próprio. Independente do que você escolher, todos são divertidos de jogar e o mais legal é que, caso você consiga curtir um multiplayer com mais três amigos, cada um pode escolher uma classe sem repetir. O co-op está disponível tanto localmente quanto online, então não tem desculpa para não reunir a galera – e vai por mim, vai ser muito melhor jogar assim do que sozinho. O jogo também traz um modo competitivo onde quatro jogadores podem se matar em uma arena, então tem multiplayer para todos os gostos.

A fórmula de Shootas, Blood & Teef já está bem batida e pode ser resumida em uma frase: atire ou morra. Os comandos são um pouco confusos de início, pois devemos usar o analógico direito para mover a mira em 360°, o botão que pula é o gatilho esquerdo e os demais variam entre trocar de arma, atirar bombas, desviar etc. Dá para pegar o jeito rápido, mas é inegável que o esquema de pular é bem esquisito (mas compreensível, já que precisamos mover o analógico da mira constantemente, então não daria para ser em um botão convencional).

Nada mais heavy metal do que uma banda de orcs tocando numa matança ao vivo

As fases consistem em andar para frente e matar tudo que cruzar seu caminho, enfrentando hordas e mais hordas de inimigos até chegar no chefe. Diferente dos clássicos do gênero, o level design já lembra algo mais semelhante a Broforce, onde você não tem só uma direção para andar, mas pode explorar todo um mapa com múltiplos caminhos.

Ao todo, são 20 armas diferentes para desbloquear e a variedade é bem satisfatória, então é sempre gratificante descolar um trabuco novo para dar continuidade à matança. Apesar de sermos um exército de um homem só, não achei a dificuldade tão insana quanto a dos clássicos do gênero, sendo possível encarar tranquilamente as multidões na dificuldade Normal. É claro que quem quiser passar raiva ainda tem a opção de aumentar o nível de dificuldade, então fique à vontade.

O verdadeiro Switch Killer

Os gráficos do jogo são desenhados a mão e casam bem com a proposta de ser um Warhammer mais amigável e brincalhão, então é tudo agressivamente “fofinho”. A trilha musical também faz jus e é composta apenas de heavy metal de primeira, inclusive trazendo algumas faixas autorais com vocal. Acho que está mais que comprovado que metal é a melhor música para massacres, então aqui não tem erro.

Contudo, se você for jogar em um Nintendo Switch, pode se preparar para passar raiva porque a performance nesta plataforma está deplorável. A começar pelo tempo de loading, o primeiro carregamento demora entre dois e três minutos, o que para nós, que estamos acostumados com o SSD da nova geração, é uma eternidade! Sempre que o jogo precisa carregar uma nova fase ou dar um reloading após a morte, lá vai mais um minutinho da sua vida. O tempo que você perde esperando Shootas, Blood & Teef carregar em qualquer situação não é brincadeira.

Veteranos de Metal Slug sabem bem como lidar com tanques

O segundo grande problema de performance no Switch está no fato do console não aguentar dar conta de dezenas de inimigos e tiros voando pela tela. Sempre que isso acontece, o framerate cai tanto que até a música começa a travar (o que é um pecado, já que interrompe nosso momento heavy metal). Se você estiver jogando com mais pessoas, pior ainda, porque daí será o dobro ou até o quádruplo de personagens e tiros se mexendo constantemente. Isso pode ser resolvido com alguns patches, já que se trata de problemas de otimização, mas até o momento, recomendo fortemente jogar em qualquer plataforma, menos no Switch.

Um outro probleminha exclusivo do Switch é o tamanho das coisas no modo portátil. Quem tiver um modelo OLED vai sofrer menos com isso, mas tudo fica pequeno demais nas versões clássicas do console, muitas vezes tornando difícil enxergar onde você está mirando no meio daquele caos. Infelizmente esse não é um problema solucionável por parte dos devs, então o jeito é jogar pela televisão para não precisar aumentar o grau dos óculos depois.

Warhammer 40,000: Shootas, Blood & Teef é um spin-off divertido da franquia e faz bonito dentro do gênero que decidiu explorar, mas seus problemas de performance podem estragar completamente a experiência. Se você não for um jogador exclusivo de Switch, pode ser que tenha uma oportunidade de experimentá-lo em condições mais satisfatórias. Se você for nintendista, sinto muito.