Review – War Robots: Frontiers

O jogo War Robots sempre foi um passatempo que mantive em meus celulares desde seu lançamento em 2014, uma maneira de “coçar” a falta de um título do gênero para consoles ou computadores. Recentemente, o universo do jogo mobile foi expandido com sua nova IP, War Robots: Frontiers, um jogo que traz os combates entre máquinas gigantes das telas dos celulares para os computadores e consoles.

Mantendo suas mecânicas de evolução de peças, diferentes mechas e armamentos, War Robots: Frontiers permite que os jogadores se enfrentem em cenários maiores e mais bem elaborados, possibilitando diferentes estratégias, abordagens de combate e customizações. Além disso, o jogo traz uma narrativa paralela que busca expandir seu universo.

Um novo mundo feroz

Em War Robots: Frontiers, o jogador é apresentado a uma breve cutscene mostrando que o universo e as explorações em busca de recursos continuam se expandindo, com as batalhas ocorrendo em planetas do sistema conhecido como Wild Ten. Com isso, a busca por pilotos de mechas tem se intensificado, permitindo que qualquer pessoa tente se alistar.

Cada temporada promete expandir a narrativa dessa constante batalha, apresentando novos pilotos lendários e mechas marcantes. Atualmente, o jogo conta apenas com três pilotos estrela e suas máquinas modificadas. No geral, não traz uma história marcante, mas tenta suavizar o tom de ser um mercenário nesse mundo, diferentemente de títulos como MechWarrior e Armored Core, que são mais explícitos sobre as implicações de servir a uma superempresa e seus interesses.

Originalmente, na Temporada 0, War Robots: Frontiers trazia os pilotos heróis Marcus Shedd, Kate Sinclair e Sempre. Com a chegada da primeira temporada, foi adicionado Idy Demerost, o mesmo personagem que aparece na cutscene. Cada piloto herói, assim como os pilotos comuns, possui cinco níveis de habilidades, que podem ser aprimoradas através da experiência adquirida em campo de batalha. A diferença é que suas habilidades únicas são significativamente mais poderosas em relação aos pilotos comuns.

Além do novo piloto herói, a Temporada 1 trouxe o novo mecha incomum chamado Cyclope, além de uma nova moeda do jogo, chamada ficha, utilizada apenas para realizar trocas nos itens disponíveis em cada um dos três tiers do passe de batalha. A economia do jogo segue um padrão comum: há a moeda padrão, usada para comprar itens básicos na loja; a moeda premium, chamada de warpreals, adquirida por microtransações; e a sucata, utilizada para realizar upgrades nos mechas.

O campo de batalha agora é outro

Após se acostumar com a introdução, menus e tutorial de movimentação e combate, o jogador já pode começar a buscar partidas. Inicialmente, apenas as partidas rápidas e comuns estão disponíveis, sendo necessário chegar ao nível 7 da conta para participar das partidas ranqueadas da liga Tortuga, além de desbloquear seu próprio Titã, uma novidade em relação à versão mobile do jogo.

Os modos de batalha são bem semelhantes aos da versão mobile: o mata-mata, onde cada time possui um número de tentativas igual ao total de mechas que os jogadores têm em seus hangares (geralmente cinco por jogador); a batalha por dobras, onde é necessário controlar o maior número de portais de dobra em relação ao time inimigo; e o modo de dominação, onde o primeiro time a alcançar 30 eliminações vence.

O jogador tem acesso a partes separadas dos mechas, como torso, pernas e ombros direito e esquerdo, além de duas a quatro armas, dependendo do modelo. É possível montar um modelo comum, utilizando todas as peças de um mecha específico, ou criar um mecha híbrido, combinando peças e armas de diferentes modelos.

Os mechas seguem quatro categorias principais: ataque, defesa, emboscada e estratégia. Em War Robots: Frontiers, uma boa sinergia entre essas categorias pode garantir a vitória. Atacantes causam dano em grande escala, emboscadores finalizam inimigos danificados, estrategistas atacam à distância e defensores protegem portais de dobra ou absorvem grandes quantidades de dano.

Gastos interestelares

Comprar peças, armamentos e habilidades extras pode ser uma grande vantagem no campo de batalha. Há equipamentos chamados fornecimento de equipamento, que ajudam a recuperar escudo e combustível, e equipamentos de turno, que garantem vantagens temporárias, como munição infinita ou a capacidade de cegar oponentes. No entanto, esse sistema também traz uma das partes mais maçantes e exigentes do jogo: a micromanutenção de partes.

Cada peça do mecha pode ser aprimorada até 10 vezes em troca de sucata ou brasões especiais, obtidos ao completar missões diárias ou de empresas. Embora não seja difícil, esse processo pode se tornar cansativo, já que, eventualmente, você trocará o robô e suas peças por versões de nível mais alto e melhores atributos. Além disso, a sucata é um recurso escasso, podendo ser adquirida via microtransações, uma tática comum em jogos online. Não é obrigatória, mas serve como um atalho conveniente.

Desde sua Temporada 0, o jogo já incluía vários itens adquiríveis por microtransações, como heróis e mechas similares aos gratuitos, mas com status levemente alterados. Isso pode proporcionar um grande impulso de desempenho para certos jogadores, tornando o jogo um tanto desequilibrado. Uma alternativa mais justa seria uma loja apenas de skins, como ocorre em muitos outros jogos.

Esse modelo de monetização não é surpreendente, mas ainda assim cria um certo desequilíbrio na competição. Afinal, é frustrante enfrentar um mecha que parece familiar, apenas para perceber que ele possui uma fuselagem extremamente reforçada nas mãos de um jogador de nível baixo.

Balas voam entre as estrelas

War Robots: Frontiers é uma excelente evolução em relação ao título original mobile, trazendo robôs mais pesados, movimentação mais realista e disparos que transmitem o impacto esperado de armamentos pesados. Mesmo com poucos modos de jogo e a possibilidade de encontrar jogadores que investiram dinheiro real em seus mechas, ainda é possível virar o jogo com uma boa estratégia e um mecha bem ajustado.

Os gráficos e a trilha sonora são satisfatórios, proporcionando uma experiência audiovisual agradável. Alguns dos robôs apresentam danos visíveis em suas fuselagens após sofrerem impactos consideráveis. Além disso, não há mecânica de cura: uma vez danificado, o jogador dificilmente conseguirá recuperar a integridade de suas peças, apenas restaurando o escudo após permanecer parado por um tempo.

O jogo oferece diversas armas, como rifles de precisão, escopetas, lança-chamas, metralhadoras e lança-mísseis. Cada modelo de robô pode equipar apenas um tipo de armamento, tornando os mechas híbridos uma opção interessante para surpreender inimigos. Por exemplo, é possível combinar metralhadoras para destruir escudos e, em seguida, causar um grande dano com mísseis. No entanto, é preciso gerenciar o peso e o consumo de energia de cada peça para não exceder os limites do mecha.

War Robots: Frontiers é uma ótima escolha para quem busca combates entre robôs com uma física mais “realista”, em contraste com os robôs de anime. O jogo representa um avanço significativo em relação à sua origem modesta nos celulares, embora sua monetização agressiva possa afastar alguns jogadores.