Tomb Raider: A Origem já está nos cinemas e traz o reinício da história da Lara Croft. Fortemente conectado com os jogos do reboot (Tomb Raider 2013 e Rise of the Tomb Raider), o filme está recheado de fan service ao mesmo tempo que faz alterações representativas na história.
Uma Lara mais humana
Para muitos é impossível não comparar este filme com os antigos, já que estamos falando da mesma franquia, mas a verdade é que eles não tem nada para serem comparados. Nos dois filmes protagonizados pela Angelina Jolie (Lara Croft: Tomb Raider e Tomb Raider: A Origem da Vida) vimos a representação da Lara clássica, uma arqueóloga profissional, destemida, invencível e extremamente experiente.
Agora, com Alicia Vikander no papel principal, temos a humanização tão explorada nos jogos atuais. A Lara cai, se machuca, sente dor, comete erros e não tem qualquer experiência… É, definitivamente, a origem de quem um dia virá a ser a Tomb Raider.
Extremamente emotiva, a Lara inicia sua aventura indo atrás dos segredos do seu pai, o que diferente dos jogos em que ela tenta trilhar seu próprio caminho e só descobre esse lado explorador do pai bem depois. Mas trocar o motivo inicial funcionou bem no filme, no entanto, é um retorno à bases o qual os fãs já haviam superado.
Não muito diferente, seu companheiro de viagem, Lu Ren (representado pelo ator Daniel Wu), passa pelo mesmo conflito familiar, o que acaba juntando a dupla na aventura. E o que poderia se tornar uma overdose de problemas familiares, na verdade se torna o registro daquela cumplicidade entre amigos tão bem representada nos jogos entre Lara e Jonah, o que dá um ponto super positivo ao filme.
Entendi a referência!
Sabemos que adaptações de jogos para a telona sempre sofre duras críticas por não representarem bem seus títulos, mas em Tomb Raider: A Origem o que mais vemos são referências diretas aos jogos e até mesmo homenagens aos jogos clássicos e filmes anteriores. De fato, é uma das adaptações que melhor representa um jogo. É um fan service bem completo, muitas vezes parece que estamos vendo um gameplay tamanha a similaridade entre as cenas… Só faltou mesmo um joystick!
Apesar de tantas similaridades o enredo sofreu certas alterações, abordando de forma bem inteligente a relação entre mito e realidade, mas tirou o misticismo tão representativo nos jogos. Já os elementos originais da história estão bem visíveis assim como as corredeiras, o avião, o paraquedas, os tombos, a amizade… Está tudo ali, muito bem representado, e variando desde ambientes à objetos como a machadinha e o arco. Não podemos esquecer da cena especial que não só presta homenagem diretamente os jogos clássicos, mas, visivelmente, faz referência aos filmes anteriores.
Só o que faltou mesmo foi um pouco da exploração a qual é parte indiscutível do título; Faltou a Lara descobrindo novos artefatos ou desvendando segredos sozinha; Faltou Lara atirando com a boa e velha pistola! Essa parte foi a que mais me fez pensar no fim do filme. Em nenhum momento a Lara pega em uma arma de fogo. Até mesmo o lança granadas do jogo, que aparece no filme, foi manipulado por outro personagem, mas a Lara se manteve apenas com o arco e flecha e não demonstrou nenhum interesse por pistolas, shotguns ou qualquer outra arma com pólvora. No entanto, sem qualquer conexão para dar base ao seu súbito interesse, assim que voltou pra Londres ela logo compra duas pistolas.
Salvando a humanidade
É um grande clichê, mas é a base do título. Salvar a humanidade de um grande mal está sempre presente na maioria dos filmes e jogos de ação, seja no micro ou macro universo, e este Tomb Raider não é diferente. Sabemos que o Lord Croft queria impedir a Trindade de colocar as mãos em algo importante, Himiko, a rainha do Yamatai, que tem grandes poderes míticos. Lara acha que é apenas uma múmia e então temos um plot twist. Sem entrar em detalhes e arriscar um grande spoiler aqui, o grande plot twist nesse momento acaba deixando um furo no enredo que gera um efeito dominó criando algumas questões sem respostas, e sem qualquer explicação a história continua. Na verdade, este não é o único momento que algo assim acontece, mas no geral nada atrapalha o andamento do filme que flui bem e prende a atenção. Na verdade você só para pra pensar nisso depois que o filme já acabou.
Em resumo, Tomb Raider: A Origem é um ótimo filme que, apesar de sofrer algumas mudanças desnecessárias da história original e alguns furos no roteiro, conquista pela atuação perfeita de Alicia Vikander como Lara Croft, no bom ritmo de desenvolvimento da história e no grande fan service. É um filme cheio de ação que prende a atenção e deixa aquele gostinho de quero mais.
Prós:
🔺 Atuação perfeita de Alicia Vikander
🔺 Referências direta aos jogos
🔺 Cenas de ação convincentes
Contras:
🔻 Furos no roteiros
🔻 Modificações desnecessárias na adaptação
Ficha Técnica:
Lançamento: 15/03/18
Direção: Roar Uthaug
Distribuidora: Warner Bros. Pictures