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Quando foi anunciado, TMNT Smash Up foi uma grande notícia e gerou um hype bastante razoável. Afinal de contas, era um novo fighting game das tartarugas depois de anos – e seguindo uma fórmula muito mais “cartoon”, o estilo Smash Bros. de estágios interativos com plataformas de múltiplos níveis, itens e ring-outs. Para ajudar um pouco, a Ubisoft fez uma grande publicidade com o fato do jogo estar sendo desenvolvido pela Game Arts, softhouse que participou no desenvolvimento de Super Smash Bros. Brawl, e prometeu que o jogo seria uma homenagem aos fãs, com muitos personagens – chegou a anunciar Usagi Yojimbo, o coelho samurai criado por Stan Sakai e que teve vários crossovers com as tartarugas.

Bem, o jogo foi lançado. E realmente o jogo segue a fórmula de Smash Bros. O problema é que ele segue ao ponto de ser um decalque da série da Nintendo. O modo de controle é exatamente o mesmo: dois botões para golpes que variam com o uso do direcional, golpes “smash” apertando direção e botão principal de golpe ao mesmo tempo, pulo duplo e por aí vai. Os modos de jogo são os mesmos: não existe um modo estória como o “Subspace Emissary” do Brawl, mas existe um modo arcade (com historinha), um modo desafio, um modo de treinamento… Também existem personagens desbloqueáveis, troféus (apesar de que agora você “faz” os seus troféus…) e até mesmo a necessidade de comprar continues com moedas (apesar de que agora são “shells”) está igual. Até as telas de início e fim das lutas são iguaizinhas, com locutor e tudo. Se o jogo se chamasse Super Smash Bros.: TMNT Edition não seria mais cara-de-pau.

A grande diferença é que agora o principal modo de vencer uma luta é fazer com que a energia do oponente chegue a zero. O ring-out continua existindo, mas apenas em alguns estágios – e é tão difícil de conseguir que é mais fácil terminar a energia do oponente mesmo…

TMNT Smash Up

OK, então se Brawl é um jogaço este aqui deve ser pelo menos bom, certo? Não, errado. Pra começar: lembra aquele papo do começo sobre homenagem aos fãs e Usagi Yojimbo? Esqueça. O jogo começa com sete personagens (as tartarugas Leonardo, Michelangelo, Donatello e Rafael, Splinter, April O’Neil e Casey Jones) e tem outros nove desbloqueáveis. Pena que, desses nove, um terço são Rabbids.

Sim, Rabbids, aqueles coelhos viciados em crack da outra série da Ubisoft. Um “normal”, um ninja e um vestido de mestre Splinter. Dos outros seis, o fã da velha guarda vai reconhecer apenas o Shredder (Destruidor) velho de guerra e um membro do Foot Clan, o resto são restolhos da nova série. Nada de Krang, nem Bebop, nem Rocksteady.

A apresentação do jogo chega a dar pena. Pensem naquela animação em Flash da abertura do Turtles In Time Re-Shelled. Pensaram? Legalzinha, certo? Agora imaginem aquilo feito apenas com desenhos rabiscados por um moleque de doze anos que fez um desses cursos de “aprenda a desenhar mangá” que vendem nas bancas. Pronto, você acaba de ter uma idéia de como é a apresentação da história no modo arcade! Tá na cara que tentaram fazer uma espécie de homenagem aos quadrinhos originais de Eastman e Laird, mas é que os desenhos da série original, comparados ao que esse jogo mostra, parecem a Mona Lisa.

Os gráficos dão pena. Depois de ver o que o Wii pode fazer em Super Mario Galaxy, Metroid Prime 3, Muramasa e o próprio Brawl, ver como as thirds continuam preguiçosas e jogam no mercado coisas que parecem feitas na primeira geração do PS2 é um caso de boicote.

A jogabilidade salva um pouco – porque, afinal, é a mesma jogabilidade do Brawl. Nesse ponto, não há o que reclamar. Mantiveram-se as opções de controle do Brawl (Wiimote, Wiimote + Nunchuk, Classic Controller e controle de Gamecube) e o controle continua sólido. Pena que os estágios (esgoto, alto do prédio…) e os itens (estrelinhas, bombas…) são tremendamente genéricos e não conseguem trazer nenhuma variedade.

Tendo escrito tudo isso, vamos resumir: tudo em Brawl tem personalidade e mostra o amor que os desenvolvedores têm pelo material com que trabalharam, com suas centenas de desbloqueáveis. Enquanto isso, TMNT Smash Up mostra desde a tela de saída que foi um jogo de encargo, feito às pressas pra chegar na data de entrega. A única coisa que esse jogo me deixou foi uma vontade louca de jogar Brawl de novo para desintoxicar.

35 %


Prós:

🔺 Jogabilidade sólida e comprovada

Contras:

🔻 Todo o resto

Ficha Técnica:

Lançamento: 22/09/09
Desenvolvedora: Game Arts
Distribuidora: Ubisoft
Plataformas: PS2, Wii
Testado no: PS2

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