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Cada vez mais os lançamentos da Konami são raros e dificilmente se tornam títulos interessantes de serem acompanhados. TMNT: Cowabunga Collection, desenvolvido pela Digital Eclipse, chega comprovando que o interesse comercial da distribuidora japonesa vem sendo prioridade e cada vez mais sobrepõe a oportunidade de ter um bom trabalho desenvolvido.

Quase com um olhar oportunista, por conta do recente TMNT Shredder’s Revenge, esta coletânea chega apoiada ao sucesso da franquia das Tartarugas Ninja e abusando do fator nostalgia. Infelizmente, os 13 jogos são oferecidos de maneira simplória e sem trazer novidades que pudessem complementar a experiência dos jogadores e fãs.

As nem tão jovens Tartarugas Ninja

Antes de partir pro review da coletânea, acho válido relembrar a origem dessa franquia. Criada por Kevin Eastman e Peter Laird, tudo começou em 1984 nos quadrinhos, que atualmente estão sendo lançados no Brasil pela editora Pipoca & Nanquim em uma excelente coleção. Com o sucesso, foi expandido para o universo dos brinquedos e chegou ao famoso desenho de televisão três anos depois. Hoje em dia, além do retorno dos quadrinhos, temos filmes, séries animadas e novos jogos mantendo o legado das tartarugas antropomorfizadas.

Teenage Mutant Ninja Turtles: Cowabunga Collection
Neste título para os fliperamas era o início de tudo

Cinco anos após a estréia das Tartarugas Ninja, o primeiro título Teenage Mutant Ninja Turtles chegava ao Arcade e NES, estabelecendo um estilo próprio de beat ‘em up e que ficaria famoso para a série até os dias de hoje. Achei interessante a Konami trazer para esta coletânea todas as versões que um mesmo título obteve pelas diversas gerações. Entendo também que aquele famoso jogo dos fliperamas teve mais conteúdo oferecido nos consoles, além de um gameplay otimizado para uma versão menos predatória e dando oportunidade de chegarmos ao fim do jogo.

Todos os títulos apresentam aquele gostinho nostálgico, mas que acredito serem datados, afinal são dez títulos que trazem a mesma proposta em sua base. Ao levarmos em conta todo o período de tempo entre os lançamentos e quantidade de jogos, temos muita repetição em troca de poucas novidades, principalmente para quem não precisa esperar cerca de quatro anos para usufruir de toda essa biblioteca. Seja pelo multiplayer, a divisão da tela e o carisma dos personagens e inimigos, pouco foi adicionado ao longo dos anos. Tivemos fases de surfe e skate em Turtles in Time (Arcade e SNES), a inclusão de ataques especiais em The Hyperstone Heist (Mega Drive) e até uma tentativa à lá Castlevania com Radical Rescue (Game Boy). Mas a maior inovação na franquia ocorreu com o jogo de luta Tournament Fighters.

Se os títulos de Game Boy ficaram datados demais para serem aproveitados por uma geração mais nova ou para aqueles que não são fãs fervorosos desta franquia, o mesmo não podemos dizer de Teenage Mutant Ninja Turtles: Tournament Fighters. Lançado para NES, Mega Drive e SNES, este é um dos meus títulos favoritos e que quebram a monotonia deste lançamento. Enquanto a versão de Nintendinho sofre pela geração que não comportava jogos de luta por suas limitações e a de Mega Drive era a mais “dark”, por tentar se aproximar dos quadrinhos ao mesmo tempo que apresentava uma nova Dimensão X, a de SNES brilha muito até hoje. 

Teenage Mutant Ninja Turtles: Cowabunga Collection
A versão de Turtles in Time para SNES ainda é a melhor de todas

Visualmente bem trabalhado, colorido, com uma grande variedade de personagens, jogabilidade fácil e divertida, se aproximando dos principais lançamentos de luta da época, Tournament Fighters fugia da narrativa exaustivamente trabalhada nos jogos beat ‘em up para colocar heróis, vilões e anti-heróis em um torneio pelo título de mais forte.

Resgate histórico

Independente das questões relacionadas ao estilo de jogabilidade, limitações das gerações passadas e como cada título ficou datado ao longo desses mais de 30 anos desde o primeiro lançamento, Teenage Mutant Ninja Turtles: Cowabunga Collection oferece algumas boas adições para facilitar o consumo de todo este conteúdo, como save state para salvar e recomeçar quando quiser, mapeamento de botões para os mais exigentes e a função de retroceder para refazer os últimos segundos.

Minha ressalva fica para a questão do multiplayer online. Além do modo local para a maioria dos títulos, exceto o primeiro TMNT de NES e as versões de Game Boy, apenas as versões de Arcade (Teenage Mutant Ninja Turtles e Turtles in Time) e somente um de Mega Drive (The Hyperstone Heist) e SNES (Tournament Fighters) possuem multiplayer online para jogar com amigos.

Teenage Mutant Ninja Turtles: Cowabunga Collection
Ainda no SNES, este jogo de luta das Tartarugas Ninja era um dos melhores de lutinha!

Este é um resgate importante para os novos jogadores que conheceram a franquia com o recente Shredder’s Revenge, os excelentes desenhos da Nickelodeon ou os pavorosos filmes do Michael Bay. Acredito que esta coletânea seja interessante pela importância histórica que os jogos de pancadaria das Tartaruas Ninja possuem. De conteúdo extra, temos diversas artes de desenvolvimento, esboços originais criados por Kevin Eastman e Peter Laird, além de materiais inéditos de desenvolvimento dos jogos.

Caso tiver um troco extra, considere importar o TMNT Cowabunga Collection Limited Edition. A edição de colecionador inclui uma cópia física do jogo com design de caixa original de Kevin Eastman; um cartaz de tecido com a adaptação de Kevin Eastman de TMNT: Turtles in Time; diorama de acrílico multicamadas com Leonardo, Donatello, Raphael e Michelangelo; conjunto de broches com cinco designs clássicos – The Technodrome, Turtle Blimp, Party Wagon, Shredder e Krang; conjunto de 12 cards de personagens baseados em TMNT: Tournament Fighters com aparições raramente vistas de Wingnut, Armaggon, Chrome Dome, War, Aska, Karai e mais; e um livro de artes colorido com 180 páginas com um capítulo dedicado a cada um dos 13 jogos da compilação. É pra deixar qualquer fã maluco!

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