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Como um grande fã de Final Fantasy, falo com tranquilidade que Theatrhythm é o melhor spinoff da série (apesar do nome impronunciável). Não precisa ser aficionado por jogos rítmicos para apreciar este que, além de divertir por dezenas de horas, ainda serve como um grande tributo ao legado de uma das franquias mais importantes da história dos games. Quase 10 anos após o lançamento do último título, Final Bar Line traz de volta toda a genialidade vista no 3DS, só que agora com uma experiência ainda mais completa!

Para mim, Theatrhythm Final Fantasy: Curtain Call do 3DS já proporcionava uma experiência definitiva e dificilmente seria superado. Não é à toa que o intervalo de tempo entre um jogo e outro foi bem maior dessa vez, mas o tempo ajudou a mostrar que o que já era bom pode sim ficar ainda melhor. Se tem uma coisa que Final Fantasy nunca pecou foi em sua trilha musical, então jogar um jogo cujo foco fica em todo o magnífico trabalho de Nobuo Uematsu e tantos talentosos compositores que já passaram pela franquia é um presente para qualquer fã da série.

Batalha rítmica

Costumo dizer que Theatrhythm é para qualquer pessoa: fãs de Final Fantasy, fãs de jogos rítmicos e até mesmo para quem só quer jogar uma coisinha diferente. Caso você nunca tenha ouvido falar dessa subsérie, eu explico como funciona: este é um jogo que vai muito além das musiquinhas, pois todos os elementos de RPG que são tão característicos da franquia são combinados com a parte de ritmo. O resultado são quatro bonequinhos enfrentando diversos monstros freneticamente no background, enquanto você se encarrega de acertar todas as notas para garantir a vitória.

Theatrhythm Final Bar Line
O multiplayer competitivo é uma das novidades do jogo

Aqui você monta uma party com quatro personagens de praticamente qualquer jogo da franquia e vai ganhando experiência conforme conclui músicas. Cada um possui uma classe e realiza ações diferentes no campo de batalha, sendo possível até mesmo usar summons! Ainda que o foco esteja na parte rítmica, o jogo consegue trazer o mínimo de estratégia sem abrir mão de fatores que fazem Final Fantasy ser o que é. Por isso que Theatrhythm é genial!

As mecânicas de ritmo também são bem amigáveis, contando com diferentes dificuldades para ir elevando o nível de desafio conforme vamos pegando o jeito. Imagine um Guitar Hero em que você não precisa apertar botões específicos para conseguir acertar as notas, tendo mais liberdade para conduzir a melodia como quiser – e muitas vezes improvisando. Ao todo são três notas: a vermelha (nessa qualquer botão vale), a verde (são as mais longa, sendo preciso segurar o botão por um tempo) e a amarela (aqui só vale usar os analógicos na direção indicada).

Theatrhythm
Esse jogo deixa qualquer fã de Final Fantasy de cabelo em pé!

Assumo que senti falta de um detalhe que só o 3DS podia oferecer: o uso da caneta stylus em notas prolongadas. Nos dois primeiros jogos da série, bastava apontar a caneta para a nota e conduzi-la pelo caminho indicado, sendo prático e intuitivo. Aqui foi necessário adaptar essa mecânica, já que os consoles modernos não contam com esse recurso, então você deve conduzir o “cursor” da nota com o analógico. Não deixa de ser fácil, mas jamais terá a mesma graça que o método antigo. A boa notícia é que o jogo foi muito bem adaptado para ser jogado em consoles de mesa.

Revisitando o passado

Quem jogou os outros dois provavelmente deve estar se perguntando o que tem de novo em Theatrhythm Final Bar Line, pois o Curtain Call já trazia uma boa seleção de músicas até o décimo quarto título, além da trilogia do XIII e outros spinoffs. Naturalmente, esta nova edição traz a biblioteca mais completa possível, contando com todas as faixas já inclusas nos demais títulos e adicionando uma seleção do XV e até mesmo dos jogos mobile, como o Mobius Final Fantasy.

Noctis e seus súditos também se juntaram à festa

À medida de comparação, Curtain Call contava com 221 músicas (sem contar os DLCs), enquanto Final Bar Line tem uma biblioteca de 385 faixas! É uma diferença absurda e, ao comprar os DLCs, você ainda pode expandir o repertório para 502 canções, incluindo outros títulos da Square Enix que vão além de Final Fantasy como Chrono Trigger, NieR, The World Ends With You e mais. Em termos de conteúdo, Final Bar Line está impecável!

Se não bastasse essa extensa variedade de músicas, o jogo ainda traz três modos diferentes. O primeiro é o Series Quest, que aqui funciona como a campanha: você escolhe a entrada da franquia, joga todas as canções dela e depois parte para a próxima. Cada faixa traz duas missões opcionais que contam para o 100% do jogo, então o fator replay é altíssimo. Só aqui você já vai investir boas horas de diversão, pois eu garanto: demora MUITO para começar a enjoar.

As clássicas fases com “videoclipe” também estão de volta

O segundo é o Music Stages, um modo mais básico que te permite jogar qualquer música que já tenha desbloqueado na ordem e dificuldade que desejar, sem precisar se prender às sequências do Series Quest. Por fim temos o Multi Battle, que traz um multiplayer competitivo de até quatro jogadores para todos ostentarem suas habilidades publicamente. Para quem curte jogar online, essa é uma adição muito interessante – algo que a Square Enix já fez muito bem em Kingdom Hearts Melody of Memory, a entrada rítmica da franquia de Sora e Mickey (e o motivo de não termos músicas de KH neste jogo).  

Sem mais, acho que agora ficou mais claro que Theatrhythm se tornou algo muito maior que Final Fantasy, o que inclusive justifica o fato de não carregar mais o nome da franquia no título. Final Bar Line eleva o jogo a um novo patamar que não visa homenagear somente o carro-chefe da Square Enix, mas também suas diversas franquias de sucesso. Esse vai consumir um bom tempo da sua vida, então aprecie sem moderação!