Já vou começar este review afirmando que The King of Fighters XV está incrível! Esquece o jogo anterior da franquia, The King of Fighters XIV. Este novo está em outro patamar, com um estilo gráfico inédito – finalmente a SNK investiu na Unreal Engine – e trazendo várias novidades. Até a música tema “Now or Never”, que você ouve neste curta de animação dirigido pelo mestre Masami Obari, chega com os dois pés no peito.
Apesar do salto imenso na qualidade geral, é importante ressaltar que The King of Fighters XV não deixa de lado suas origens: o game possui efeitos sonoros clássicos, personagens com poses e animações que os fãs irão reconhecer logo de cara e várias referências aos jogos 2D. Quanto ao gameplay, The King of Fighters XV pega os acertos do jogo anterior e refina tudo.
O game abre com uma tela minimalista e um menu gigante, com as opções tradicionais de versus, modo história e treino, junto de um leque de opções para as partidas online (ranqueada, casual, etc), tutorial para iniciantes e mais algumas, como o modo missão. Todos auto-explicativos e sem segredo.
Os novos lutadores
The King of Fighters XV apresenta um total de 13 times, com 39 lutadores e 1 chefão. A SNK planeja lançar mais 4 times com 12 personagens via DLC, incluindo os times Garou (Rock Howard, Gato B. e Jenet) e South Town (Geese Howard, Billy Kane e Ryuji Yamazaki). Ao final das atualizações, serão 17 times e 52 personagens pra escolher!
Os novos lutadores são Krohnen McDougall, Isla e Dolores. Krohnen é uma nova versão do K9999 (The King of Fighters 2001 e 2002), redesenhado para evitar problemas de direitos autorais uma vez que foi inspirado no vilão Tetsuo Shima, do anime Akira. Sua origem é desconhecida, embora exista conexão com o sindicato secreto da NESTS, e seu braço direito se transforma durante seus ataques.
Isla é uma artista gráfica da América do Sul, que controla duas mãos fantasmas chamada Amanda. É também fácil de jogar com ela, uma vez que seu status (de ataque, alcance, defesa e velocidade) é bem equilibrado. Por fim temos a Dolores, morta acidentalmente por Kruki e depois ressuscitada por Verse no final do game anterior, cujo os poderes envolvem elementos de terra. Ela é peça chave no modo história, que envolvem os poderes de Shun’ei e Isla, chamado Espectros Amplificados.
A bola da vez no modo história fica pro Hero Team, formado por Shun’ei, Meitenkun e Benimaru Nikaido. Cada time possui um final próprio, sendo apresentado – como de praxe – com ilustrações estáticas, seguindo o mesmo traço visto em The King of Fighters XIV.
A evolução do combate em The King of Fighters XV
Junto do tradicional combate 3 contra 3, no qual você escolhe a ordem dos seus lutadores para equilibrar com as escolhas do jogador adversário, temos várias novidades começando pelo Shatter Strike (Ataque Devastador). Ele é acionado com ↓ ↘ → + Soco Forte e Chute Forte e com a barra de força carregada em 1 ou mais, permitindo quebrar o ataque inimigo e derrubá-lo.
O Max Mode de The King of Fighters XIV retorna revisado, agora custando duas barras ao invés de uma. Você ativa este modo com Chute Fraco + Soco Forte e fortalece seu ataque e a quebra da guarda do adversário. O Max Mode Quick (personagem brilha em rosa) é a soma de um ataque com a execução do Max Mode ao mesmo tempo, permitindo combar sem dar abertura pro oponente mas sem as vantagens do Max Mode normal e com duração mais curta. Ou seja, uma evolução do Hyperdrive Mode do The King of Fighters XIII.
Os combos agora utilizam o Rush (Investida). Você pode fazer um combo de 4 hits com um só botão, de Soco Fraco, e com a barra carregada pode alternar o 4º hit para qualquer botão, desencadeando um golpe especial, Superespecial ou Superespecial Max (este com 2 barras). Falando nos Superespeciais, os Supremos (que utilizam 3 barras) são maravilhosos de assistir.
O novo visual de The King of Fighters XIV tá de parabéns. Tem sim suas semelhanças com Street Fighter IV e V, mas sem aquele toque de nanquim e com suas próprias características. Os personagens estão todos bem detalhados, com efeitos de física nas roupas (e no busto da mulherada, como esperado) e os cenários são caprichadíssimos. Bem, quase todos: alguns deles, mais ao fundo da arena, possuem loopings de animação bem preguiçosos. Ao total são 16 estágios (incluindo o de treino) e 2 deles só são desbloqueados ao concluir o modo história pela primeira vez. Tem até um estágio do Metal Slug!
O online vai ferver!
Como recebemos a chave do jogo com bastante antecedência para este review, feito no PlayStation 5, naturalmente a busca por partidas não foi das mais fáceis. Mas com o lançamento na semana que vem, 14 de fevereiro, boto fé que os servidores irão borbulhar. A SNK prometeu um netcode decente e, em meus poucos testes bem sucedidos não tive qualquer dor de cabeça.
Claro, tudo vai depender da velocidade de conexão e região que você definir nas opções, mas antes de cair nas partidas casuais ou ranqueadas online, passe pelo modo história e missões pra ganhar rank.
Dá um certo orgulho ver uma franquia de luta tão amada pelos fãs receber, finalmente, um jogo à altura da concorrência. E olha que a concorrência pesou forte com a chegada de Guilty Gear Strive. Mas dá pra notar o empenho da SNK em todos detalhes, inclusive nas BGMs (músicas de fundo dos estágios) e na modelagem 2.5D dos personagens, dando maior peso e presença pra cada um deles.