Se aproximando de sua reta final, The Expanse: A Telltale Series finalmente engrena e mostra como algumas escolhas que tomou lá atrás vão influenciar os próximos eventos dentro do título. Depois de um grande impacto no último episódio, agora cabe a Drummer explorar novamente a base espacial Cassiopeia – só que, desta vez, atrás de comunicação com alguém que possa resgatá-la.
Uma das coisas que mais tem me surpreendido neste projeto da Telltale é a sua capacidade de surpreender – qual atinge principalmente quem está esperando se aborrecer ou ver “mais do mesmo”. Contornando o público na sua própria narrativa e também no gameplay, continuo me espantando como eles conseguem subverter a minha opinião e entregar um conteúdo bom em cada parte.
O mesmo vale para o Episódio 4, qual muitos – assim como eu – iniciarão pensando que se trata apenas de mais uma exploração sem pretensões dentro da nave usada no capítulo anterior e terminarão boquiabertos e ansiosos pelo que está por vir no próximo. Inclusive, ouso dizer que estava até aborrecido por achar que algumas pontas ficariam abertas, estas que não sei dizer se será o caso – de acordo com o que vi ao fim.
Fechando The Expanse
Podemos dividir o novo episódio de The Expanse em duas partes, que diferem bastante em conteúdo e gameplay. A primeira, dentro da própria Cassiopeia, volta ao mesmo trecho de exploração – porém, com novos puzzles e um aprofundamento ainda maior na mente e psique de Camina Drummer. Neste trecho, muitas coisas estarão distorcidas e até confusas, dando um ar maior de mistério para a perigosa nave.
Além disso, contamos com a voz de Jared Harris como Anderson Dawes, que acompanha a personagem em sua viagem mental. Com a falta de ar, algumas alucinações podem ser vistas enquanto a voz do vilão, dentro da mente dela, funciona como um desmotivador. Além de poder discutir com ele, podemos perceber o quanto a heroína está “quebrada” enquanto tenta seguir em frente.
Alguns trechos impactam bastante, como o momento que vemos cada membro da tripulação de Drummer em The Expanse dentro de caixões e falando com ela – assim como um ataque passado do Cinturão que deu errado e matou mais pessoas do que deviam, evento que se mantém ativo na mente da personagem principal.
Já a segunda parte é o resgate de Drummer, que pula diretamente da frigideira para o fogo e ajuda a manter a história “aquecida” para o grand finale. Reconheço que a presença de alguns personagens e linhas narrativas não eram esperadas e me surpreendi bastante com o tratamento que deram ao lore do seriado e do universo que estão criando ali. Neste trecho me arrependi por pedir para “a trama se encerrar logo”.
O peso das decisões
Outra coisa que devo falar sobre The Expanse é o peso de suas decisões, que parecem realmente divergir para pontos curiosos da história. Entre mortes, motins e até mesmo uma inesperada aliança, eu reconheço que a Telltale pode estar aprimorando um pouco mais o sistema da forma que o conhecemos no passado e entregando mais opções do que víamos antes.
Apesar de só enxergar agora o que escolhi no passado, não consigo imaginar como o caminho que tomo no Episódio 4 pode alterar – de algum modo – o fim desta trama. Vamos ser honestos, uma grande parte dele se passa dentro da mente de Camina Drummer. Ou seja, nada de fato acontece com os quesitos interações e também com as ideias que ela já tinha sobre os temas propostos.
Já na segunda metade de The Expanse: A Telltale Series – Episode 4, não houve muita escolha no caminho a ser tomado. A batalha de naves e os poucos diálogos que tivemos não servem muito para fechar o cenário, apesar de soarem bem interessantes e ajudarem a impor a presença da personagem no restante da história.
Até posso imaginar o que acontecerá no fim desta história, mas prefiro me ater por estar cometendo o mesmo erro de antes: não me deixando conduzir pelo que a produtora e a Deck Nine apresentaram. O último episódio chegará no dia 21 de setembro de 2023 e podemos esperar ao menos um grande desfecho para esta história – onde quer que ele nos leve daqui em diante.