O que falta para o Brasil ser uma superpotência? Dependendo da sua visão política, a resposta para essa pergunta pode variar. Independente do seu plano, SuperPower 3 lhe dá as ferramentas necessárias para transformar qualquer país em uma potência mundial. A proposta parece normal para um jogo de estratégia, mas alguns jogos – como a franquia Geopolitical Simulator – já tentaram navegar por essas águas. Será que seria esse, finalmente, o simulador geopolítico moderno que os fãs de jogos de estratégia sempre sonharam?
Em meio ao cenário geopolítico atual, SuperPower 3 busca melhorar em relação ao segundo jogo da franquia. Como dito anteriormente, acertar nesse gênero é difícil, e, normalmente, jogos de estratégia focados nesse recorte costumam a deixar a desejar no quesito qualidade. Bem, já adianto que, infelizmente, esse também é o caso por aqui, mas tentarei mostrar as principais mecânicas do jogo.
Um exemplo do que não deve ser feito
SuperPower 3 apresenta a mesma proposta de Geopolitical Simulator: controlar as políticas de qualquer país do mundo rumo à sua consolidação no cenário global. Entretanto, apesar das similaridades, SuperPower 3 consegue a proeza de ser menos intuitivo do que os títulos da franquia citada previamente. Isso se dá por sua interface não intuitiva e sua jogabilidade travada na observação dos comportamentos econômicos.
Modificar o país é, em última análise, observar a tabela de setores produtivos e decidir onde colocar ou retirar impostos. Elementos relativos à estatização e à privatização existem, mas não interferem muito na jogabilidade geral. É uma pena pois, mesmo com gráficos decentes no mapa, o SuperPower 3 não utiliza todo o seu potencial, se tornando rapidamente um jogo de observar dados estatísticos.
Grande parte do fator tédio é proporcionado pela velocidade do jogo. Em SuperPower 3 há apenas uma velocidade disponível, e todas as ações que você toma levam tempo para surtirem efeito. Tal ideia de design torna a campanha extremamente maçante, onde esperar medidas econômicas surtirem efeito vira uma constante. Eu realmente não entendo qual foi a ideia dos desenvolvedores em não adicionar diferentes velocidades.
Se a falta de opções de velocidade frustra, a interface também merece um destaque negativo. SuperPower 3 possui uma interface feia, pobre de detalhes e pouco inspirada. Não chega a ser tão ruim quanto Geopolitical Simulator, mas continua sendo um trabalho bem abaixo do que se pode chamar de medíocre. Fora a feiura, os menus importantes, relativos às decisões econômicas, possuem uma interatividade ruim, com sliders que se movem de maneira arbitrária e com um atraso gigantesco.
Um desastre em forma de jogo
Como diria o grande John Jurasek – ou Reviewbrah, para os íntimos –: minha frustração é imensa e meu dia está arruinado. Eu realmente não tenho mais o que escrever de um jogo que possui tão poucos recursos e que está tão longe de ser terminado quanto esse. A jogabilidade é entediante, a velocidade é lenta e a interface é horrível. Ao menos Geopolitical Simulator, com todas as suas falhas – que, convenhamos, são muitas –, oferece mais recursos ao jogador, permitindo que você, de fato, assuma o controle de uma nação.
Nem mesmo os jogos da Paradox, famosos por seus tutoriais ruins e suas interfaces pouco amigáveis, oferecem tão pouco suporte quanto SuperPower 3. Nada é explicado por meio de um tutorial, e você tem que se contentar com a descrição de alguns elementos na tela e, por meio disso, adivinhar qual será o efeito causado ao mexer na opção.
Sinceramente, não tenho como recomendar esse jogo para ninguém. Esse é claramente um produto não finalizado, e eu não estou certo sobre o número de atualizações necessárias para que esse se torne um jogo minimamente decente. Se você é fã de algum jogo da franquia SuperPower, recomendo que fique com os títulos antigos; que, caso tenha fé nos desenvolvedores, fique de olho nas notícias sobre atualizações e se prepare para esperar um bom tempo até que SuperPower 3 vire algo jogável.
Prós:
🔺 Gráficos decentes
Contras:
🔻 Sem opção de velocidade
🔻 Sliders não funcionam direito
🔻 Interface tenebrosa
🔻 Jogabilidade entediante
🔻 Um desrespeito à franquia e aos fãs
Ficha Técnica:
Lançamento: 07/10/22
Desenvolvedora: GolemLabs
Distribuidora: THQ Nordic
Plataformas: PC