Um dos jogos mais memoráveis da minha infância sem dúvida foi o Arkanoid (NES). Oriundo da época dos 8 bits, trata-se de um game de conceito simples e viciante: o jogador controla uma barra que se movimenta de um lado a outro pela tela, rebatendo um pequeno projétil que destrói blocos localizados no topo da tela. Destruindo todos os blocos você passa de fase, tendo que destruir novos blocos de cores e posicionamento diferentes. Se deixar o projétil passar pela sua barra três vezes, é “game over”. Agora em 2010, a produtora Sidhe Interactive lança Shatter, game que empresta a mesma essência de Arkanoid com adição de novos ingredientes à fórmula.
Pra começar, temos um pequeno enredo aqui: um pequeno robô planavel, em forma de escudo, adquire consciência e se liberta de uma rotina maçante de rebater uma bolinha numa parede para poder atravessar 10 estágios diferentes rebatendo um projétil, destruindo blocos, coletando pontos, power-ups e enfrentando chefes ao final de cada estágio. O que difere Shatter são suas novas mecânicas de jogo. A disposição que os cenários se encontram em cada estágio varia entre horizontal, vertical e até circular. E há vários tipos de peças diferentes, que se comportam de maneiras diferentes: elas flutuam, rebatem, explodem ou viram foguetes.
Não só os diferentes tipos de peças influenciam na jogabilidade e decorrer de um estágio. A sua peça rebatedora – ou “rebatedor”, como eu irei chamar aqui – tem a capacidade de poder puxar ou assoprar vento, que muda a trajetória do projétil destruidor de blocos. Isso ajuda muito a mirar em certos blocos. Sugar o ar tem também uma segunda utilidade. A cada bloco destruído são liberadas partículas em forma de “S” que, ao serem sugadas e acumuladas pelo rebatedor (enchendo uma barra de energia) se transforma num Shardstorm, uma rajada continua de disparos que destrói tudo em seu caminho.
![Shatter](https://gamerview.com.br/wp-content/uploads/2022/02/shatter-01.jpg)
Essa barra de energia também pode ser usada defensivamente para criar um escudo de energia em volta do seu rebatedor, para o proteger de blocos que vem ao seu encontro. Se esses blocos trombarem em você, seu rebatedor fica fora do ar por um instante, fazendo você correr o risco de perder uma vida. Sim, aqui não temos checkpoints ou coisas do tipo, mas sim o bom e velho sistema de vidas e continues.
Além dessas novidades no gameplay, Shatter é único também pelos detalhes gráficos. Há efeitos de profundidade muito bonitos e cada estágio pelo o qual você passa possui uma temática diferente (floresta, gelo, industrial, etc). Iluminação e flashes complementam a apresentação única. Mas o maior apelo de Shatter é, sem dúvida, sua trilha sonora. Todas as faixas são compostas por músicas eletrônicas que variam de melodias a ritmos mais intensos, cada uma com seu estilo próprio. Além de memoráveis, as músicas causam uma euforia indescritível durante a jogatina.
Com um fórmula conhecida e novidades que modelam um jogo quase que totalmente diferente, visual caprichado e trilha sonora marcante, Shatter é um jogo que oferece ótimo custo benefício e muita diversão para aqueles que gostam de desafios e de praticar o reflexo.