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Durante seus últimos suspiros no mercado de consoles, a Sega deu à vida a uma franquia rítmica bastante autêntica que acabou se tornando um clássico cult: Samba de Amigo. Pelo nome do jogo, a gente já consegue perceber que trata-se de uma grande salada: título em português, alusão à cultura mexicana, músicas norte-americanas e por aí vai. No final, sua estreia no Dreamcast não foi muito badalada, mas no Wii a história foi outra.

O grande problema do jogo de Dreamcast era a dificuldade de jogá-lo do jeito “certo”, que seria com os controles de maracas, um item que desde sempre foi muito raro (e caro). Quando a Sega deu continuidade à franquia no Wii, essa questão foi resolvida graças aos sensores de movimentos do Wiimote – recurso que os Joy Cons do Switch também possuem! É só por isso que Samba de Amigo: Party Central existe, tentando mais uma vez renovar a existência deste simpático macaquinho no mundo dos games.

Eu me remexo muito

Para quem não está familiarizado com a franquia, Samba de Amigo compila diversas músicas pop e nosso dever é tocá-las usando maracas (uma espécie de chocalho). A intenção do jogo é que você dance conforme joga, então em diversos momentos nos deparamos com alguns movimentos de dança que devem ser realizados para contar pontos. É claro que ninguém dança de verdade jogando isso, mas no final acaba sendo mais divertido do que parece.

Não poderia faltar uma fase inspirada no carnaval brasileiro

Assim que iniciamos Party Central pela primeira vez, nos deparamos com uma pequena cutscene. Essa cena nos conta que fomos escolhidos por um par de maracas mágicas e devemos trazer o ritmo de volta ao mundo. O mais engraçado é que essa é a única cena que veremos neste título. O jogo dá a entender que possui um modo história, mas no fim é só isso – uma introdução super avulsa. Acho que seria melhor não ter colocado nada.

Samba de Amigo: Party Central possui dois estilos de gameplay diferentes. Aqui, o jeito certo de jogar é com os Joy Cons separados, um em cada mão. Cada um funciona como uma maraca diferente e devemos ficar chacoalhando em seis direções diferentes, conforme as notas são dispostas na tela. Não é perfeito, mas definitivamente funciona melhor do que qualquer um poderia imaginar.

Sonic faz um cameo nas músicas dos seus jogos

Ainda é possível jogar com controles tradicionais, seja no modo portátil ou com um Pro Controller. Nesse caso, os movimentos são transferidos para os direcionais e os botões do joystick, mas mesmo que seja funcional, já aviso que não é nada bom. Além de tirar toda a diversão do jogo, fica infinitamente mais difícil de jogar. É bem mais fácil assimilar a direção que devemos mover os Joy Cons do que conseguir lembrar qual botão apertar em meio a uma sequência contínua de notas. É desesperador!

Jogar à moda antiga acaba não sendo uma opção e, para piorar, os controles de movimentos também deixam um pouco a desejar. Nem sempre eles são precisos e, mesmo apontando os Joy Cons na direção certa, muitas vezes erramos notas simplesmente porque eles não reconheceram o movimento. É meio frustrante, principalmente para quem almeja conseguir pontuações altas.

Amigo de mais e samba de menos

Dentre os modos de jogo disponíveis, o primeiro deles seria o singleplayer padrão da franquia: Rhythm Game. Aqui você só escolhe a música (dentre quatro dificuldades disponíveis) e começa a requebrar, simples como deve ser. No meio das canções, sempre nos deparamos com alguns minigames que também exploram os comandos de movimentos dos Joy Cons, então para quem busca uma jogatina casual, essa sempre será a melhor opção.

Esse nem é o comando mais maluco deste jogo, pode acreditar

O jogo base conta com 40 músicas, mas é possível expandir esse catálogo com os vários pacotes de DLCs disponíveis. Dentre o conjunto mais básico, a maioria são hits pops nem tão recentes assim; fizeram sucesso dentro dos últimos cinco anos ou mais, mas hoje já caíram no esquecimento. Apesar do game ter toda essa vibe de samba e cultura latina, ele não tem quase nenhuma música para representar o movimento! Isso é bem decepcionante.

A set list conta com artistas como Kesha, Marshmello, Bastille e até mesmo algumas soundtracks de jogos do Sonic. É uma variedade interessante, mas como a maioria se resume ao eletropop, acaba enjoando rápido. A melhor saída é ir alternando entre os outros modos disponíveis, que podem auxiliar a estender um pouco mais a vida útil do jogo.

O modo World Party é um battle royale rítmico

Samba de Amigo: Party Central possui dois modos singleplayer. Além do Rhythm Game, temos o StreamiGo!, uma paródia ao mundo dos influenciadores digitais. Aqui seu objetivo será cumprir várias missões dentro das músicas disponíveis para ganhar seguidores e aumentar seu rank. Vale lembrar que tudo que jogamos contribui com uma barra de experiência separada, esta que nos recompensa com moedas que podem ser utilizadas para comprar roupas para o Amigo, o mascote do jogo. Elas servem somente para mudar o visual do macaco, mas já serve de incentivo para continuar jogando.

Os outros modos se resumem a competições locais ou online. Podemos enfrentar amigos nos modos tradicionais das duas formas, mas o maior destaque fica no World Party, uma espécie de competição eliminatória com pessoas do mundo todo. 20 Amigos se encaram em um desafio de pontos: aqueles que pontuarem menos vão sendo eliminados gradativamente. No final, o último que sobrar é o vencedor. É uma espécie de battle royale rítmico e, por incrível que pareça, funciona.

Overdose de cores

Samba de Amigo: Party Central continua sendo tão divertido quanto seus antecessores, mas ainda está longe de cair na graça do povo. Com uma variedade maior de músicas no jogo base e uma jogabilidade mais precisa, talvez a história seria outra e, quem sabe, ele conseguiria se tornar um título recorrente em jogatinas com a galera.

O multiplayer diverte, mas não se sustenta por muito tempo

Acho que o maior problema aqui ainda é a combinação dos controles nem tão precisos com a confusão que é todo o jogo em si. Tudo é extremamente colorido e as cenas que são transmitidas ao fundo são alternadas o tempo inteiro, então é muito fácil se perder nessa imensidão de cores, que por vezes nos impede de acompanhar as notas no ritmo certo. Tudo acaba se misturando e criando uma jogatina completamente caótica, então infelizmente não é difícil perder o controle.

Ainda assim, não é um jogo para se jogar fora. Ele consegue divertir e, por mais imprecisos que possam ser em alguns momentos, os Joy Cons casaram bem com a temática de maracas. Não chega a ser um daqueles títulos que você vai ficar voltando de tempos em tempos (nem mesmo para jogatinas em grupo), mas com certeza tem charme o suficiente para te tornar um simpatizante da franquia.

72 %


Prós:

🔺 Usar os Joy Cons como maracas é divertido
🔺 Diversos modos de jogo
🔺 Minigames criativos
🔺 Sistema de progressão serve como estímulo para continuar jogando
🔺 Tem músicas dos jogos do Sonic

Contras:

🔻 Controles de movimentos nem sempre são responsivos
🔻 Jogar com controles tradicionais é completamente caótico
🔻 Baixa variedade de gêneros musicais
🔻 Excesso de cores dos cenários torna o gameplay confuso com frequência

Ficha Técnica:

Lançamento: 29/08/23
Desenvolvedora: Sega
Distribuidora: Sega
Plataformas: Switch