Skip to main content

Após seis meses de espera, desde o lançamento de Resident Evil 4, a Capcom decidiu liberar ao público a expansão “Separate Ways”. O conteúdo é focado na personagem Ada Wong e em todo o caminho que ela percorre dentro da ilha enquanto Leon e Ashley tentam fugir com vida de lá. Obviamente que Luis e o âmbar tem um grande papel a desempenhar em sua jornada, assim como o vilão Albert Wesker.

Assim como o jogo principal, há algumas diferenças entre o conteúdo do original e deste remake. Um deles é a sua longevidade, carregando dois capítulos a mais e também mostrando um pouco sobre como a personagem ajudou Leon a se manter vivo diante de todo o confronto contra Las Plagas. Dito isso, há um pouco mais de profundidade na trama e nos diálogos que levam você do sino da igreja ao lança-foguetes.

Ele também serve para pavimentar o caminho da franquia aos próximos remakes, que apesar de ainda não serem confirmados oficialmente, tudo indica que também veremos RE5 e RE6 sendo adaptados para a nova geração e com uma nova roupagem – para se adequarem à nova linha do tempo formada para Resident Evil VII e RE: Village.

Ada enfrenta poucas novas ameaças

Separate Ways como uma nova campanha

Ainda que saibamos o início e fim da história em Resident Evil 4, Separate Ways ajuda a compreender melhor as motivações da espiã dentro da ilha e os problemas que ela enfrenta para obter o âmbar das mãos de Luis. Porém, estes “Caminhos Distintos” não passam tão longe assim do que você já viu e visitou. Tirando um grande oponente e apenas um cenário inédito, todo o resto já foi visto anteriormente no próprio game.

Ou seja, estamos vendo o mesmo erro cometido pela Capcom em RE Village: Shadows of Rose no ano passado. É um grande reaproveitamento de cenários, inimigos e até de gameplay – com poucas novidades que justificam uma narrativa completa fora do jogo original e também o investimento de mais algumas horas pela ilha.

O gancho é uma das novidades, te impulsionando ao alto

Veja bem, caros leitores, não é que não existam novidades. Elas estão lá. Porém, não é algo que realmente te impactará dentro da jogabilidade. Retirando o laboratório com a estrutura laser, todos os outros demonstram mais do mesmo. Em termos de mobilidade, Ada conta com seu gancho que permite subir em locais mais altos – qual o game determina, então não é como se fosse dar uma de “Homem-Aranha” pelo vilarejo.

O que veio de inédito para Resident Evil 4: Separate Ways é Pesanta, um vilão que segue sua própria narrativa dentro da saga de Ada e você também acaba descobrindo o seu passado conforme avança pelos capítulos. Além disso, há a possibilidade de equipar chaveiros em sua maleta que cedem algumas habilidades interessantes. Eu, por exemplo, preferi usar um da própria protagonista – que permite usar o gancho para retirar os escudos dos inimigos que aparecem na segunda metade da exploração.

De resto, infelizmente, achei muito semelhante ao material que já tivemos. Cenários, oponentes comuns e até mesmo eventos que tenho a certeza que apenas pegaram a mesma cena do original e inseriram ali do mesmo modo. Há quem diga que é pela razão de vermos Ada e Leon em conjunto nestes momentos, mas é um deja vú muito grande para ser ignorado. A história diferente chama a atenção e te mantém preso, mas não vai para muito além daquilo que já viu anteriormente – então acaba não perdendo muito.

Mate os mesmos inimigos que antes

Um caminho de pedras para Resident Evil

Sendo bem honesto, outra coisa que não me agradou muito foi a dificuldade do game. Não sou um pro player, mas me desapontou bastante ver vários inimigos até o Cap.4 serem facilmente aniquilados pela força da natureza que Ada representa. Não sei se há um power-up nela em relação ao que via de Leon, mas muitos deles não deram nem para o cheiro – incluindo o homem da moto-serra, que dá tanto trabalho no jogo base.

O resultado disso foi um início chato, onde você segue em frente e pode atirar em tudo que se move, sem perder muitos pontos de vida nem gastar seus itens em excesso durante a exploração de Separate Ways. Mais próximo ao fim isso mudou de aspecto, mas ainda assim não foi nada tão expressivo. Eu esperava mais, tanto das hordas de infectados pela Las Plagas quanto dos chefões.

Pesanta é uma das poucas surpresas do DLC

Em questões de performance eu não senti impacto de bugs ou glitches, algumas falhas nisso existem e não causam muito problema durante a sua aventura. Não acredito que vão atrapalhar os demais também, fora que um patch de atualização deve chegar em breve para impedir que se torne um incômodo para alguém no futuro.

Apesar de ter achado o conteúdo de Resident Evil 4: Separate Ways repetitivo e sem muito o que adicionar ao que já foi visto, algumas coisas me agradaram na experiência – dentro da própria história. Ver Ada Wong fragilizada pelo seu arquinimigo e também o retorno triunfal de Luis logo na abertura trazem boas surpresas aos fãs. Honestamente, o DLC é bom – seu erro é trazer os mesmos elementos que já tivemos neste remake.

Tenho para mim que o objetivo da Capcom, além de fazer dinheiro com ele – obviamente – era de construir uma ponte entre o que vemos em RE4 e os futuros capítulos. Todos sabemos que Wesker retorna no quinto episódio e ainda mais perigoso, assim como Leon S. Kennedy e Ada Wong protagonizam o sexto. Logo, contextualizar o público de como todos estes elementos vão parar onde os veremos pode ser uma estratégia de longo prazo para fazer com que o público permaneça – mesmo com a sua má fama.

70 %


Prós:

🔺 Pesanta e sua narrativa somam demais à história
🔺 Adição do gancho no gameplay é bacana
🔺 Os chaveiros dão alguns bônus muito bons

Contras:

🔻 Mesmos cenários, mesmos inimigos
🔻 Dificuldade parece ter sido reduzida
🔻 Até cenas parecem ter sido reaproveitadas
🔻 Parece servir apenas para fazer a ponte com os próximos capítulos

Ficha Técnica:

Lançamento: 21/09/23
Desenvolvedora: Capcom
Distribuidora: Capcom
Plataformas: PS4, PS5, PC, Xbox Seriex, Xbox One
Testado no: PS5