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Jamais imaginei encontrar a combinação perfeita entre elegância e minimalismo em um jogo. Reky chega para entregar uma experiência única e muito atraente aos olhos, tentando se diferenciar do comum. Será que uma boa direção de arte é o suficiente?

Desenvolvido pela Beyondthosehills e publicado pela RedDeer Games, do recente Broken Universe – Tower Defense, em parceria com a Plug In Digital, famosa pela franquia Pen and Paper, a proposta deste “derrete cérebros” impacta desde o primeiro momento.

Praticamente uma obra bauhausiana

Já que o minimalismo é a palavra-chave deste título para todo o visual e tem como principal função a busca pela simplicidade em sua jogabilidade, com certeza essas características fariam deste um jogo desenvolvido pela Bauhaus (se isso fosse possível) lá na década de 30.

Reky
O primeiro desafio será compreender esse emaranhado de caminhos e mecânicas

Essa necessidade em tornar tudo funcional ao mesmo tempo em que possui níveis de complexidade que exigem de você a interpretação e/ou interação fazem de Reky ainda mais interessante e intrigante, assim como obras deste movimento artístico que impactou o mundo e ainda possui grande influência, inclusive em produtos industrializados.

A premissa parece até fácil, pois você precisará levar uma bolinha de um ponto A ao B, interagindo com diferentes elementos em cada fase. Seja alterando cores e criando caminhos, você precisará “pintar”, deslocar e mover o que está ao seu redor para alcançar seu objetivo.

Tudo neste jogo é simples e funcional e com apenas cores, cubos, linhas e portais, você terá uma função importantíssima: testar e refazer. Quase como se estivéssemos aprendendo a escrever, andar ou falar. Somente assim você conseguirá compreender e somar os entendimentos ao longo dos quase 100 níveis.

Desafiador do início ao fim

Se o visual é seu ponto alto, os fatores replay e desafio chegam com força para ninguém botar defeito. Partindo do princípio que analisar e entender os caminhos ou o que você precisa fazer já será um grande desafio ao iniciar uma fase, você também será avaliado durante toda sua jornada.

Reky
Simplicidade até mesmo para refazer uma fase ou seguir para a próxima

Como assim? Simples! Toda fase terá um contador de movimentos, fazendo com que você seja testado em respeitar aquilo que foi pensado pelos desenvolvedores e exigindo de você repetir diversas vezes ao longo do seu aprendizado. Se você executar até este limite ou com menos movimentos, você receberá “estrelinhas” pelo êxito, caso contrário precisará tentar novamente.

Neste ponto fica minha principal crítica. Tudo é praticamente perfeito, com o visual extremamente alinhado à sua proposta de gameplay, porém a complexidade que isso gera acaba sendo cansativo e muitas vezes até frustrante. As mudanças de angulação, como previamente vemos no “mapa” em que as fases são apresentadas, complicam ainda mais prevermos ou visualizarmos “para onde eu vou se apertar nesta direção?”.

Entendo que esta é realmente a proposta deste jogo, dificilmente fazendo você acertar ou completar de primeira. Até porque os controles do Nintendo Switch, versão que utilizei para este review, são fáceis ao mesmo tempo em que exigem cautela quando tentamos executar, ou refazer uma fase, com mais rapidez. Basta um deslize ou falta de atenção e você precisará retornar um movimento, usando a mecânica de rewind.

Reky
Muito conteúdo em 96 fases, com 3 estrelas para serem conquistadas

Sensações agradáveis, mas nem tanto

Visual à parte, Reky também consegue fazer com que a trilha sonora seja igualmente agradável. Com uma pegada eletrônica e claramente pensada para inundar o ambiente, buscando maior imersão, infelizmente ela tende a ser repetitiva e contribui para sua irritação ao notar a repetitividade crescente.

Por todos os méritos envolvendo sua proposta de gameplay, experiência quase sensorial e excelente trabalho na direção artística do jogo, Reky acaba fracassando neste último ponto: a quantidade de fases e a repetição dos elementos ou formato em que o raciocínio lógico se desenvolve, baseando-se sempre na tentativa, erro e aprendizado, fazem com que ele seja divertido, bonito e ao mesmo tempo cansativo.