É difícil acreditar que um jogo como Plants vs. Zombies, que começou como um simples tower defense para PC e mobile lá em 2009, chegou ao ponto que vemos hoje. A ideia já é um tanto absurda, pois convenhamos que em nenhum outro lugar teríamos a oportunidade de ver plantas enfrentando zumbis de igual para igual, mas ver aquele joguinho mobile ganhar seu próprio shooter em terceira pessoa não é nada menos que impressionante.
Plants vs. Zombies: Battle for Neighborville foi a última entrada dessa série de shooters, lançado originalmente em 2019 para PS4, Xbox One e PC. Não dá para negar que esses spin-offs da franquia são incrivelmente divertidos e bem feitos, então nada mais justo que dar a chance dos donos de um Nintendo Switch usufruir dessa belezinha. O título enfim chega ao console híbrido da Nintendo em uma versão completa, que já inclui todos os DLCs e o melhor: todos os itens de microtransações desbloqueáveis dentro do jogo!
Escolha seu lado
Apesar de ter um modo campanha, Plants vs. Zombies: Battle for Neighborville não possui nenhum tipo de história profunda ou enredo bem trabalhado. Ainda assim, é bem legal poder contar com um modo singleplayer, apesar do grande atrativo continuar sendo o multiplayer.
O modo solo é dividido em quatro campanhas diferentes, onde alternaremos entre a facção das plantas e a dos zumbis. A premissa é bem simples: enquanto os zumbis querem dominar tudo, as plantas foram contratadas pelos humanos para defendê-los, e o resto é resto. Todas as campanhas oferecem um mapa aberto com uma experiência mais puxada para o sandbox, onde nosso único objetivo é sair fazendo pequenas missões oferecidas pelos NPCs de cada facção.
No começo essas missões possuem uma variedade legal, ainda que todas sejam muito simples: derrotar alguns inimigos, proteger um território e coisas do tipo. Não demora muito para tudo ficar repetitivo, mas felizmente também não leva muito tempo para zerar, levando em torno de oito horas (contando todas as quatro campanhas). Nesse modo já temos a liberdade de jogar com o personagem que quisermos, mas é muito nítido que tudo no singleplayer foi feito pensando nos personagens de combate; quem for corajoso o bastante de escolher alguma planta ou zumbi defensivo ou de suporte pode encontrar um desafio maior nas mãos.
A parte legal é que, como já dito no início desta análise, todos os itens que antes eram vendidos por microtransações agora podem ser desbloqueados apenas jogando. São muitos cosméticos, movimentos e coisas do tipo para liberar dentro da campanha – basta fazer as missões, procurar baús e coletar muitas moedas para ir desbloqueando. Quem resolver se empenhar para valer em conseguir tudo provavelmente vai triplicar a duração da campanha.
A verdadeira batalha
A grande cerejinha do bolo deste título continua sendo o multiplayer online, que oferece todos os clássicos modos competitivos de qualquer shooter. A experiência é muito sólida e divertida, principalmente porque saímos um pouco da nossa zona de conforto e enfrentamos jogadores muito mais habilidosos que a IA do jogo. Jogar qualquer coisa online no Switch é sempre oito ou oitenta: o modo online pode muito bem funcionar… ou não. Felizmente os servidores de Plants vs. Zombies estão dando conta do recado e não experienciei nenhum problema recorrente como lag, desconexões e coisas do gênero.
Outro detalhe legal é que o progresso dos personagens é compartilhado entre os dois modos. Ao todo são 24 personagens (12 para cada facção) e, como já citado, eles são divididos entre categorias de ataque, defesa e suporte. É sempre bom testar todos antes de escolher seu preferido, pois o progresso de cada um é individual, então quanto mais você jogar com um personagem em específico, maior será o level dele.
Além do nível, cada personagem possui suas próprias skills e podem ser melhorados com pontos de upgrades, usados para obter algumas melhorias gerais como menos tempo de cooldown entre as skills, mais HP etc. No geral são muitas coisas para liberar em cada personagem e só para obter a maestria em um deles já vai levar uma eternidade, então é um sistema razoavelmente complexo baseado em puro grind.
Quanto ao visual do jogo no Switch, acho que isso até dispensa comentários. É óbvio que o downgrade foi pesado para o game conseguir rodar de forma decente no hardware limitado do console, então é aquele show de serrilhados e texturas notavelmente ultrapassadas. A boa notícia é que a otimização funcionou e o desempenho fica a maior parte do tempo cravado nos 30fps, com exceção de momentos onde o tiroteio é muito intenso, que pode cair para a casa dos 20fps. Isso não chega a atrapalhar o gameplay, mas também não é um detalhe que passa batido.
Não importa onde for jogado, Plants vs. Zombies: Battle for Neighborville continua sendo um excelente shooter, com horas de diversão a fio. Agora que não tem mais microtransações ficou melhor ainda, pois ninguém vai precisar abrir a carteira para embonecar suas plantinhas e zumbis. Se você deixou o título passar na época do lançamento, agora é a hora de experimentar!