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Puzzle Agent difere um pouco dos jogos que costumam ser feitos pela Telltale. Ao invés de um point and click envolvendo enigmas relacionados a conversas, coleta de itens etc, Puzzle Agent segue um caminho similar ao visto na série Professor Layton. No controle de Nelson Tethers, agente do departamento de pesquisa de puzzles dos Estados Unidos, você deve investigar a cidade de Scoggins, lugar no qual todas as borrachas usadas na Casa Branca são produzidas. Essa investigação é necessária pois um estranho acidente ocorreu na fábrica local, que produzia o material, e todos os agentes mandados para averiguarem a situação voltaram de mãos vazias, afirmando que tiveram seu progresso barrados por causa de quebra-cabeças.

Apesar disso, a história é nada mais do que um pretexto para os enigmas. Ela rapidamente toma uma direção sobrenatural, com alguns mistérios e intrigas leves, mas é difícil ficar apegado a ela. Isso se dá, em parte, pelo fato de que a duração do jogo é curta, um pouco menos do que um episódio de uma temporada comum da Telltale, não oferecendo tempo suficiente para que ela se desenvolva em algo mais interessante. Isso não quer dizer que Nelson Tethers e mais algumas das outras figuras presentes na cidade não são cativantes, eles apenas não são personagens muito profundos.

A arte merece uma atenção à parte. E possível ver que todos os traços foram feitos à mão, como se fossem de giz, e as animações seguem um caminho mais simples, com a movimentação dos personagens sendo feita quadro a quadro. O estilo não deve agradar a todos, mas ao menos ele tem características únicas. A única decepção em relação à apresentação fica por conta dos diálogos. O jogo tenta ser engraçado o tempo todo, mas quase nunca tem sucesso.

Puzzle Agent

Quanto aos quebra-cabeças em si, que são o cerne da aventura, eles são compostos em boa parte de enigmas no estilo daqueles que encontramos em uma revista de passatempo da coquetel. Os puzzles incluem atividades como desvendar códigos, ler dicas presentes para resolver problemas de lógica, mover peças em um tabuleiro para formar um novo desenho etc. Eles aparecem em uma boa variedade, mas não apresentam surpresas para aqueles que já tiveram a oportunidade de experimentar algum título de Professor Layton. E enquanto este parece ser a principal fonte de inspiração para Puzzle Agent (e uma excelente por sinal), sua execução deixa um pouco a desejar se formos comparar os dois títulos em dois pontos. Primeiramente, aqueles que desejam por desafios mais complexos ficarão decepcionados. De forma ampla os enigmas de Puzzle Agent são bem simples, raramente fazendo-o coçar a cabeça em perplexidade. Você não terá problemas, desde que compreenda o que precisa ser feito, mas é aí que ocorre o segundo problema. Algumas das regras dos quebra-cabeças não são bem explicadas, deixando-o em ocasiões sem saber por que sua solução estava incorreta.

Agora, caso você fique genuinamente travado por causa de algum desafio é possível mascar um chiclete, guloseima que faz com que Tethers relaxe e reflita melhor, conseguindo assim uma dica. Pode-se conseguir um total de três dicas por enigma, mas elas não podem ser usadas ao seu bel prazer, já que o número de chicletes disponíveis são limitados. Gomas de mascar extras podem ser encontradas pelo cenário, que além disso esconde alguns quebra-cabeças extras, não necessários para a trama principal, e elementos com os quais o agente pode interagir, que oferecem um pouco mais de profundidade à história.

Sem querer continuar a bater na mesma tecla, mas Puzzle Agent pode ser visto como uma versão aperitivo de Professor Layton. Ele apresenta os mesmos elementos do jogo do gentleman, apenas em proporção menor. Não é possível ficar satisfeito como se estivesse saboreando uma refeição completa, mas quando levamos em conta seu preço de dez dólares, vemos que é um aperitivo de boa qualidade.