Possessors é a mais recente novidade da Devolver Digital, um metroidvania indie produzido pela Heart Machine, a mesma desenvolvedora que nos trouxe Hyper Light Drifter e Solar Ash. O diferencial neste novo game está em sua narrativa, algo geralmente deixado em segundo plano no gênero. Na trama, uma megacorporação chamada Agradyne domina a cidade de Sanzu. Realizando experimentos às escondidas, algo dá errado e uma grande explosão liberta demônios pela cidade.

Luca, a protagonista do game, perde as pernas e seu amigo Kaz morre durante o desastre. Arrastando-se por sua vida, ela encontra Rhem, um demônio que lhe oferece um pacto difícil de negar: novas pernas em troca de ajuda. Ao aceitar, os dois se unem fisicamente e mentalmente, ganhando chifres e compartilhando memórias e sentimentos. Ou seja, Luca está possuída mas ainda no controle de tudo.

Possessors

O vínculo entre a possuída e o possessor

É interessante ver Possessors pautando assuntos pertinentes da nossa realidade. Enquanto que no mundo fictício do game temos essa estranha parceria, a trama aborda assuntos como exploração científica e corporativa, trazendo dilemas e reflexões sobre a humanidade. Os diálogos entre Luca e Rhem começam em atrito e discordia, mas tal relação evolui bastante durante o progresso da aventura. E essa dinâmica tira aquele silêncio frequente dos metroidvanias.

Seu principal objetivo nessa jornada é descobrir o que aconteceu com sua família e os verdadeiros interesses da Agradyne, envolvendo demônios e portais dimensionais. E, claro, Luca enfrentará de tudo pelo caminho, desde objetos possuídos por demônios a criaturas gigantescas. O cerne da aventura gira em torno de encontrar quatro olhos (representando os chefões de cada região do mapa) necessários para passar pelo sistema de segurança da entrada do laboratório.

Possessors

O gameplay de Possessors segue a tradição do gênero, mas sendo bastante responsivo e ágil nos movimentos e combate. Você corre, pula, esquiva, deflete ataques, arraga as beiradas das plataformas, usa um chicote para balançar em ganchos e puxar inimigos menores, abre passagens, e por aí vai. Nada novo aqui, exceto pela arma e ataques especiais que você equipa conforme suas necessidades para avançar no jogo. Como arma, Luca usa facas de cozinha, mouse de computador, telefone celular, bola de beisebol e outros itens ordinários.

Para onde eu vou?

É normal se perder em um metroidvania, até encontrar uma determinada habilidade que o permita avançar por uma área antes bloqueada. Possessors não foge à regra, mas o deixará mais perdido do que o habitual. Embora exista uma listagem de tarefas, as informações não são claras no mapa. Ou seja, o backtracking é mais frequente do que deveria, apesar do jogo oferecer viagem rápida entre as regiões através de estações de metrô. Estes detalhes acabam por influenciar na cadência do game, reduzindo o ritmo e a paciência do jogador.

Possessors

Possessors também encontra dificuldade em balancear seus próprios inimigos, alguns bastante resistentes e outros que dão trabalho quando estão em grande número. Para não sofrer muito, junte o máximo de croma (essência demoníaca) que puder para comprar melhorias com o comerciante. Já nos chefões, é importante memorizar seus padrões de ataques e pensar em estratégias para não tomar uma surra.

Seria um game melhor se não apresentasse os problemas citados, além de uma interface de menus mal planejado que te deixa sem saber o que está acontecendo, mesmo ao coletar itens importantes de melhorias para Luca. É como se não fizesse diferença, no final das contas. A campanha dura cerca de 8 horas e só recomendo se você estiver faminto por um novo metroidvania. É um game competente no gameplay e na história, com personagens carismáticos, mas que joga seguro demais e acaba por não trazer nenhuma novidade ao gênero.

70 %


Prós:

🔺História intrigante
🔺Gameplay ágil e divertido
🔺Visual bonito, mesmo sendo minimalista
🔺Boa variedade de inimigos e chefões desafiadores

Contras:

🔻Mais do mesmo no gênero
🔻Fácil de se perder no mapa, sem saber pra onde ir
🔻Interface de menus nada intuitivo
🔻A trilha sonora poderia ser mais empolgante

Ficha Técnica:

Lançamento: 11/11/2025
Desenvolvedora: Heart Machine
Distribuidora: Devolver Digital
Plataformas: PS5, Xbox Series, PC
Testado no: PC

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