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Pitfall Planet é um daqueles indies bonitinhos que você começa a jogar em uma tarde chuvosa de domingo e acaba terminando no mesmo dia, ficando satisfeito consigo mesmo por se achar um excelente jogador e com o jogo por ter te entretido nas últimas horas. Acho que, sem querer, acabei resumindo este título em um único parágrafo.

Produzido por uma singela equipe de apenas seis pessoas, Pitfall Planet foi lançado originalmente para PC em 2016 e agora chegou elegantemente atrasado ao Switch. Sua fórmula segue o raciocínio do “menos é mais”: sua simplicidade faz o seu charme e o resto é resto.

Fofura espacial

O jogo não possui um enredo, mas temos um objetivo a ser cumprido (só pra dizer que não tinha nada). Em uma breve cutscene inicial, veremos uma nave de robozinhos caindo em um planeta. Dois deles acabam escapando do acidente e agora precisarão coletar cristais nas cavernas subterrâneas deste planeta para usar como energia em sua nave quebrada.

Melhor nome de equipe!

Pitfall Planet é um jogo de puzzle com muitas fases, cada uma oferecendo um desafio diferente. Mesmo jogando em single-player, você terá de controlar os dois robozinhos (quem jogou Brothers: A Tale of Two Sons já estará mais que preparado para este jogo), cada robô por um Joy Con. Mas a graça mesmo está em jogar com outra pessoa no bom e velho co-op de sofá, cada um assumindo um robô e unindo forças para resolver os quebra-cabeças.

Antes de começar o jogo, teremos a chance de escolher um nome para a nossa equipe. Mas não é você que escreverá o que quiser lá – o jogo vai gerar algumas palavras aleatórias e você só pode pedir para mostrar uma nova combinação, sem poder editar ou escolher qual palavra você quer. Como o game está localizado em português, esse momento se torna ainda mais legal. Admito que perdi um tempinho gerando nomes até que acabei tirando “Memes Legais” e achei o máximo.

O restante do jogo segue um padrão onde jogamos uma sequência de fases e coletamos cristais em todas elas. Poderemos circular um pequeno mapa e lá escolhemos qual a próxima caverna a ser visitada, contendo a próxima sequência. Aliás, o mapa tem até segredos! Quem explorar bem vai encontrar algumas fases secretas escondidas em lugares inusitados.

Eu entendi essa referência!

Cristalizando

O objetivo de cada fase é coletar todos os cristais para que o portal para a próxima se abra. É tudo tão fácil que chega a impressionar – a média que eu levava para completar cada conjunto de fases era de cinco minutos! Isso mesmo, em cinco minutos você termina de seis a sete fases inteirinhas, as vezes com direito a um chefe.

Tudo nesse jogo é simples demais. A única função que os robozinhos têm além de andar é agarrar e arremessar as coisas (podendo arremessar um ao outro também). Quase todas as fases são um único cenário com os cristais espalhados e alguns inimigos vagando e tentando intimidar. Não podemos enfrentar as criaturas, mas os robôs são tão rápidos que qualquer combate se torna desnecessário – basta driblar os bichos e continuar pegando os cristais.

Quase todas as fases são iguais a essa…

Além dos cristais, cada fase também esconde uma gema que pode ser usada para comprar chapéus que enfeitam os nossos robôs. Essas gemas são de longe o maior desafio do jogo, porque estão muito bem escondidas e passam despercebidas na maioria das fases. Procurar todas é um jeito interessante de deixar este jogo mais desafiador.

Uma coisa que me incomodou muito foi a falta de criatividade no visual dos cenários. Quase todos se passam em cavernas com lava e, quando muda, ou é para uma caverna escura ou para uma caverna com água. Parece que você sempre está jogando a mesma fase!

Outro detalhe inexplicável é a quantidade de loadings que o jogo apresenta e o tempo que cada um leva. Estamos falando de um título que não pesa nem 1GB e tem loading pra tudo: cada porta que você entra, cada fase, cada morte, TUDO! Se não bastasse, alguns chegam a durar até 30 segundos. Não é possível que o Switch não consiga rodar esse jogo com um desempenho muito melhor que o apresentado, é nítido que rolou uma preguiça na otimização.

Dá até um alívio quando não é fase de lava…

Os gráficos são bem básicos e trazem um low poly em visão isométrica, o que não impressiona mas não deixa de ser simpático. As músicas são todas eletrônicas e de alguma forma meio clichês, mas ao mesmo tempo são agradáveis de se ouvir. Por alguma razão a trilha sonora me lembrou muito as músicas que tocam nas lives da E3, quando estamos esperando alguma conferência começar.

Pitfall Planet não é um jogo para quem busca desafio, mas é o tipo casual que pode ser jogado com qualquer pessoa ou fazendo qualquer outra coisa. Experimente jogar ouvindo um podcast ou convide seu filho, sua mãe ou até seu cachorro para jogar com você. O co-op deixa tudo muito mais divertido e, como ele é muito fácil, qualquer um consegue jogar numa boa enquanto coloca a conversa em dia.

Review – Liberté

Rafael NeryRafael Nery09/12/2024