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Você acorda em uma cela fria, logo após dormir em sua cama no sótão do café LeBlanc. Logo que seus olhos se ajustam à claridade do local, vê um estranho homem sentado ao centro da sala, bem como duas jovens carcereiras guardando sua cela, cada uma com um tapa-olho diferente e um atitude tal qual. Enfim, esta história já foi contada anos atrás e agora, como é de praxe da série Persona, temos a versão definitiva do último título com Persona 5 Royal.

Trazendo novidades, correções e alterações em partes do jogo original, Persona 5 Royal é definitivamente a maneira de se experimentar o jogo. Lançado originalmente pela ATLUS em 15 de Setembro de 2016, eu tenho de admitir que ralei para zerar este jogo em sua forma normal. Mas quando comecei a jogar a versão Royal, mesmo tendo de ter de começar tudo desde o começo, as pequenas mudanças tornaram a jogatina bem mais envolvente para mim.

Revela-te!

Persona 5 é um game que já foi analisado aqui pelo meu querido amigo Guilherme Bova – um review muito bom, diga-se de passagem. Então acabar dizendo novamente tudo o que ele disse anos atrás, seria o mesmo que rezar a missa para os padres. Mas vamos aos fatores principais. Persona 5 Royal começa exatamente como o jogo base, onde nosso protagonista aparece já no presente da história, roubando o palácio do vilão Nijima.

Imagem do review de Persona 5 Rpyal
Imagens que precedem momentos de dor.

No entanto, diferentemente do cassino mostrado anteriormente, desta vez o layout apresenta pequenas diferenças, fazendo com que a exploração entre ambos seja bem diferente, com uma novidade que citarei mais à frente. Durante a fuga, Joker, o protagonista, se vê encurralado dentro do cassino, acreditando não ter escapatória, mas logo ele é socorrido por uma misteriosa jovem. Utilizando um rifle de repetição e uma rapieira, a garota e Joker se livram rapidamente das Sombras do local.

Com isto, Joker consegue chegar até um vitral onde pula para a liberdade, mas quem diria, a polícia estava à sua espera fora do Cassino. Agora preso, Joker passa pela força policial, muita conversa, pedidos de confissão, um chute aqui e um murro ali. Até que uma promotora diz que deseja interrogá-lo a fim de conseguir uma confissão do mesmo. Com isto, Joker começa a revelar seu passado, permitindo ao jogador vivenciar em primeira mão o surgimento dos Ladrões Fantasmas de Corações.

Quanto mais, melhor

Além da nova personagem, Persona 5 Royal aumenta em muito a qualidade do jogo base, fazendo algumas alterações muito bem vindas, aumentando o tamanho dos castelos, dando mais profundidade aos protagonistas e recriando alguns eventos. Com certeza a maior mudança é o fato de que agora Morgana, o felino do grupo, que antes estava sempre atrapalhando o desenvolvimento do jogador, agora não nos atrapalha tanto mais. Este era de longe um dos maiores pontos de reclamação do jogo original.

Imagem do review de Persona 5 Royal
Quem será este confidente?

Afinal, quando o jogador não está invadindo palácios ou upando e capturando personas no Metaverso, ele deve aumentar seus laços com seus confidentes e se aprimorar. Na versão anterior do jogo, muitas vezes era impossível avançar, pois sempre que tentávamos sair, Morgana interferia, dizendo estar muito tarde, o que deixava o jogo um tanto quanto monótono, obrigando o jogador a estar sempre avançando o ciclo de dias.

Com isso, repete-se o que já conhecemos da história. Entramos para o colégio Shujin, vamos para o Metaverso com Ryuji pela primeira vez e despertamos a Persona de Lupin Arsene. No entanto, mesmo que o jogo siga este padrão semelhante, é possível notar as pequenas nuances entre Royal e sua versão base. Logo após Ann despertar sua Persona Carmen, finalmente podemos explorar de maneira definitiva o Palácio do primeiro vilão, o Prof. Kamoshida.

Imagem do review de Persona 5 Royal
Hora de botar para quebrar.

Quem és tu?

Durante a exploração do novo Palácio, podemos notar que inúmeras Personas antes somente adquiridas por fusão, agora rondam pelo mapa, além de novas Personas, totalmente exclusivas para Persona 5 Royal, bem como o novo tipo de inimigo, chamado de Disaster Shadows. Essas novas Sombras são muito mais poderosas que suas versões normais, com ataques ainda mais devastadores. Porém quando derrotadas, estas Disaster Shadows explodem, causando um enorme dano aos outros oponentes e sempre deixando um item raro no lugar.

Além disso, agora está bem mais fácil conseguir utilizar a função de Hold-Up – habilidade com que rendemos as Sombras das Personas. Com o Hold-Up podemos exigir itens, dinheiro ou capturar a Persona em questão, mas para isso antes precisamos derrubá-la, o que era possível apenas com ataques semelhantes a fraqueza da Sombra combatida. Agora, com ataque técnicos, muitas vezes as sombras também caem, facilitando bastante o combate.

E lá vamos nós de novo….

Os palácios estão bem maiores e contam com a adição de um grappling hook, permitindo ao jogador explorar novas áreas e encontrar o novo tesouro disponível no game, as Will Seeds. Estas sementes estão sempre em conjuntos de três, espalhadas por todos os palácios. Uma vez que as três são reunidas, tomam a forma de um novo item, que pode ser “aprimorado” pelo novo personagem presente no Metaverso, o misterioso e jovem José.

Encontrado pelo mundo dos mementos, José é um jovem com uma semelhança absurda a de um boneco ou marionete. O mesmo diz estar estudando os mementos e os corações humanos, além de estar sempre em busca de flores e estrelas encontradas pelos túneis dos mementos. Com estas flores, estrelas e Will Seeds, o jogador pode adquirir novos itens, novas chances de recompensas e acessórios inusitados respectivamente através da loja do misterioso garoto.

Perdido? Pergunte para o mundo o que eles fizeram

Sapatinho de Cristal

Agora todos os palácios sempre começam aos 40% da taxa de notoriedade, com o padrão anterior sendo o de 0%. Bem como os vilões, os jogadores também recebem uma nova funcionalidade de Baton Pass. O novo sistema, além de contar com o já marcante High Five, agora vem com um stack de bônus a cada passagem de vez. A primeira aumenta o dano, e a segunda aumenta ainda mais este dano e a terceira recupera o HP do personagem. Caso o jogador consiga completar a quarta passagem, o personagem em questão receberá um aumento massivo de dano, recuperará vida e não terá custo de ataque, seja com SP ou HP para usar sua Persona.

Junto com José e a misteriosa garota ruiva, portadora da Persona a qual não irei revelar, um novo NPC surge na forma do conselheiro Takuto Maroki, que surge após os eventos do primeiro palácio, a fim de amenizar a mente dos jovens que sofreram na mão do Prof. Kamoshida. Mas nem só de personagens se faz um jogo, e com isto os jogadores devem se preparar para um novo semestre dentro de Persona 5 Royal e um 9° Palácio que, acreditem ou não, é bem chatinho de acessar, mas totalmente recompensador.

Imagem do review de Persona 5 Royal
Era um modo de batalha que vocês queriam? Então toma!

Com o terceiro semestre, o jogador poderá ver resoluções dos protagonistas, que com certeza ajudam a cimentar a profundidade dos mesmos. Também há uma nova área do mapa, Kichijoji, um local famoso em Tokyo para se divertir. Aqui podemos convidar os membros do grupo para jogar dardos, sinuca ou tomar drinks. Jogando na máquina da DARTSLIVE, aumentamos a força do Baton Pass, e com a sinuca aumentamos a chance de ataques críticos. Os coquetéis possuem efeitos variados entre personagens, e ainda existem coquetéis secretos que podem ser extremamente poderosos.

Diamantes brilham para sempre

Persona 5 Royal traz um novo local pessoal para os jogadores, chamado de Thieves Den. Dentro deste local, o jogador pode colocar suas Personas, estátuas e outros itens presentes no mundo do jogo, permitindo ao jogador explorar tudo com mais detalhes, além de poder ver imagens, conquistas e desafios impostos pelo jogo, customizar o local e jogar um pouco de Daifugo com o grupo. O jogo também sofreu uma pequena mudança gráfica, agora apresentando gráficos mais semelhantes a Persona 3: Dancing in Moonlight e Persona 5: Dancing in Starlight.

Imagem do review de Persona 5 Royal
Hoje não, amigos.

Pode-se notar que Persona 5 Royal possui inúmeras diferenças em relação ao material original lançado em 2016. Bem como Persona 4 Golden, Persona 5 Royal é a experiência definitiva deste já aclamado jogo da ATLUS. Ao mesmo tempo que melhorou muito a passagem de tempo com confidentes e o aumento pessoal do personagem, ainda existem alguns maneirismos retrógrados em relação a sexismo, machismo e até mesmo sexualidade em geral, como citado anteriormente por Guilherme Bova.

Mas com os novos diálogos, ataques Showtime, novas Ultimates Personas e finais inseridos no produto final de Persona 5 Royal, é difícil não notar que a ATLUS quis abraçar ainda mais todo tipo de público, para que todos possam apreciar esta versão verdadeiramente majestosa da série Persona.