Hoje em dia a palavra maldição caiu um pouco em desuso, afinal não se ouvem mais histórias de artefatos ou lugares amaldiçoados com tanta frequência. Para resgatar esse tipo de narrativa a Square Enix trouxe uma nova aventura de terror onde um grande número de maldições afetam uma pequena cidade em PARANORMASIGHT: The Seven Mysteries of Honjo.
Já havia um bom tempo que não jogava visual novels de horror, com o último sendo Death Mark da Experience. Diferente, mas, não menos interessante PARANORMASIGHT: The Seven Mysteries of Honjo é uma narrativa mais contida e com uma alta rivalidade e pontos de vista diferentes sobre suas maldições e portadores.
Um encontro ao acaso?
PARANORMASIGHT: The Seven Mysteries of Honjo abre de uma maneira um tanto quanto inusitada, com um narrador indagando sobre o jogador, perguntando sobre seu nome e algumas crenças. Alertando sobre os acontecimentos prestes a se desenrolarem pelo jogo e até mesmo uma interessante quebra da quarta parede.
No primeiro capítulo somos apresentados a Yoko Fukunaga e Shogo Okiie como nossos primeiros protagonistas desta aventura. A dupla que se conhece em um parque dá cidade de Honjo, está novamente no mesmo parque mais uma vez em busca de provas da maldição conhecida como Canal Sussurante.
Neste capítulo somos apresentados as mecânicas do jogo, outros personagens e as maldições, que por mais que levem o título de Sete Maldições de Honjo, são muitas mais. Cada maldição possui suas características únicas e métodos de danar a vida daqueles afetados por elas.
Todas maldições no entanto servem para envolver um único segredo no entanto, um ritual profano conhecido como Rito de Ressureição. Uma cerimônia capaz de trazer os mortos de volta a vida, com o custo de várias vidas sendo ceifadas com um das diferentes maldições de PARANORMASIGHT: The Seven Mysteries of Honjo.
Maldição, eu escolho você!
Após entendermos mais sobre as maldições ao conversar com Yoko, a mesma acaba morrendo e deixando um talismã cair ao seu lado. Este talismã com a carpa representa a maldição do Canal Sussurante, um jumpscare ocorre e vemos o espírito da jovem aprisionada a ele instruindo Okiie a matar um grande número de humanos.
Caso mate humanos o suficiente e adquira escória da alma o bastante, ele poderá realizar o ritual e trazer Yoko de volta a vida. Assim começamos a controlar Okiie pela cidade, matando pessoas comuns e principalmente outros portadores de maldições. Muitas vezes tendo que “duelar” contra eles, usando muita artimanhas para obter sucesso.
Cada maldição possui uma certa condição para poder matar outra pessoa, no caso da maldição do canal, como na história da jovem garota aprisionada na pedra, que viu seus pais a “abandonando”, caso alguém se vire para ir embora, podemos mata-los. Em outros casos é preciso prestar muita atenção no dialogo para não perecer.
Um exemplo disso é uma maldição que para ser evitada, é preciso mexer nas configurações do jogo, ou, outra que volta para te atacar após um personagem que surge cenas atrás te fazer uma pergunta aleatória sobre algo que você tem consigo. PARANORMASIGHT: The Seven Mysteries of Honjo é um daqueles excelentes jogos que estão surpreendendo.
Buscando novos troféus
Após finalizarmos o arco de Okiie, descobrimos uma das mais importantes ferramentas narrativas do jogo, informações novas sobre as maldições e novos personagens, sendo eles o detetive veterano Tetsuo Tutsumi e o novato Jun Erio em busca do assassino de um policial infiltrado, as estudantes Mio Kurosuzu e Yakko Sakazaki e o “casal” Harue Shigima e Richter Kai.
Com a adição destes novos arcos e da Linha do Tempo, podemos voltar a certos momentos de cada uma das histórias e fazer diferentes escolhas, mesmo que elas nunca se encontrem, teremos diferentes desfechos para cada cenários, alguns satisfatórios e outros terrivelmente ruins!
Diferente de outros jogos de horror o backtrack em PARANORMASIGHT: The Seven Mysteries of Honjo é bem mais rápido, uma vez que nos movemos através de fotos pelo mapa da cidade. Nos locais, muitas vezes usamos o mouse para visualizar o local todo em 360°, em outros, somos apresentados a uma rua apenas e a visão é fixa.
Quando se chega a uma área, o jogo usa o sistema de click’n’point para que se explore e quando se confronta alguém, através frases múltiplas escolhas podemos conversar e tanto aprender mais sobre as maldições, quanto convence-los a fugir. Fique sempre atento, pois as vezes é necessário pensar rápido e usar um item da bolsa, ou, pensar fora da caixa para se vencer uma interação.
Imerso nas sombras
PARANORMASIGHT: The Seven Mysteries of Honjo é um jogo bem imersivo em sua ambientação noturna. Dando mesmo a sensação de se estar andando pela amdrugada de uma cidade do interior onde o folclore ainda é rico e se há varias lendas urbanas aterrorizantes rondando o local.
Visualmente ele tem uma mistura de estilos de manga que me lembraram obras como Hundred Ghost Stories of My Own Death, Fuan no Tane e Koshan Radio. A sonoplastia também e excelente e os jumpscares aqui não me deixam tão estressados, uma vez que já era de se esperar. É uma obra de horror bem feita de forma estática, algo como os curtas de Yami Shibai.
Jogar PARANORMASIGHT: The Seven Mysteries of Honjo foi como voltar a infância e lembrar das histórias que ouvia, como a da estrada que prendeu meu pai por horas em direção da mesma casa, procissão da meia noite, a serpente da igreja e várias outras que haviam aqui, se estiver corajoso acenda uma vela e saia em busca das sete maldições de Honjo, antes que elas te encontrem!