Skip to main content

Mais de um ano se passou desde que tive a oportunidade de analisar o jogo base de Outriders, em uma época turbulenta onde os servidores do game estavam pedindo arrego e estragando o progresso de todo mundo. O tempo passou, os problemas mais graves foram corrigidos e até que o título surpreendeu com uma base fiel de jogadores ao longo desse tempo. Não é todo jogo online – principalmente um estreante – que consegue esse feito, mas é claro que também não dá para deixá-lo todo esse tempo sem novidades.

Eis que, buscando recuperar os que abandonaram a jornada e manter os fãs mais ávidos alimentados, a primeira grande expansão de Outriders foi lançada. Worldslayer dá continuidade aos acontecimentos da história principal, se passando logo após o final da campanha. Se você achou que a People Can Fly iria trazer novidades absurdas para renovar a cara do jogo, achou errado. Worldslayer é praticamente uma extensão de 10 horas daquilo que você já está cansado de jogar, então o DLC traz de volta tudo de bom (e de ruim) que você já viu.

De volta à Enoch

Começando pelo enredo, esta expansão tenta explicar algumas pontas soltas que foram deixadas no final da campanha, assim como estender um pouco mais esse universo simplório que nos foi apresentado. A história do jogo base até me enganou de início, pois toda aquela vibe sci-fi de extinção, guerra e mutações genéticas me parecia bastante promissora. No final, tudo foi tão bobo que eu nem me incomodei em ficar frustrado, pois o título em si já é clichê em tudo que oferece.

Adentrando lugares mais frios que o coração da menina que você gosta

Seguindo a mesma premissa da campanha, ainda estamos enfrentando aquela grande ameaça desconhecida que nos deu os poderes, só que agora materializada em diferentes figuras superpoderosas. A grande vilã da vez é a Comandante Ereshikgal, que arrasa no visual, mas deixa a desejar no carisma – assim como qualquer outro antagonista que nos deparamos ao longo deste jogo. É inacreditável como tudo aqui só serve de pretexto para você meter bala em geral. Não existe profundidade, na maioria das vezes você nem vai saber contra quem está lutando e, no final, vai ser difícil achar um grupo para jogar que não queira pular todas as cutscenes.

Apesar de ser uma campanha extra que dá continuidade aos acontecimentos finais do jogo base, qualquer um pode jogar Worldslayer, inclusive quem não terminou a campanha… ou até quem sequer começou a jogar! Agora o game conta com uma opção que permite iniciar direto pela expansão, pulando todos os acontecimentos do original. Você só precisa criar o personagem, escolher a classe e o game automaticamente upa ele até o level 30 e dá alguns equipamentos para começar. Se for seguir alguma lógica, isso não faz nenhum sentido, mas é um ponto positivo para os apressadinhos.

Olha o bicho vindo!

Sendo assim, você tem a opção de jogar com seu personagem principal, que foi utilizado na campanha, ou criar um totalmente novo e jogar Worldslayer como se fosse um standalone. Ele até que funciona sozinho, mas todos seus acontecimentos giram em torno de fatos que já foram contados no decorrer da história, então quem curte acompanhar o enredo não vai querer fazer isso.

O genocida voltou

Se tem uma coisa que Outriders sempre acertou em cheio, foi no seu sistema de combate. Não tem nada de novo ou especial aqui, é só mais um jogo de tiro em terceira pessoa que lembra vagamente um Gears of War da vida, porém ele é tão fluído e fácil de jogar que você acaba viciando. Não foi a história, muito menos aquele universo enfadonho que me prendeu no jogo, mas sim suas mecânicas, que são simples, porém extremamente eficazes em serem divertidas.

Sempre maneiro esbarrar com figuras colossais por aí

Tirando nas batalhas contra os chefes (que são um tanto injustas, para ser sincero), o jogo sempre conseguiu transmitir a sensação de que somos um exército de um homem (ou mulher) só, pois é perfeitamente possível solar hordas e hordas de inimigos sem suar – grande parte por causa dos seus poderes, que são realmente apelões. Worldslayer aprimora ainda mais esse ponto, aumentando a frequência de dropar itens mais raros, inclusive os classificados como Apocalypse, que permitem que você equipe mais modificações e perks no seu Outrider. Resumindo: você poderá ficar mais poderoso do que jamais esteve!

Infelizmente as batalhas contra chefes continuam tão apelativas quanto antes, então mesmo com uma boa estratégia, é loucura tentar solar esses encontros. Não só isso, vai ser necessário contar com uma equipe bem balanceada e que seja boa no jogo, então quem tiver um squad para jogar, trate de dar uma praticada! O legal é que, com mais opções de mods e perks para equipar, você pode criar builds completamente diferentes e traçar diferentes estratégias a partir disso, então no final deixou de ser somente um mero jogo de tiro (pelo menos nos chefes, o resto ainda é o mesmo caos de sempre).

Me sentindo em Resident Evil Village

Para os insaciáveis, ao encerrar a história de Worldslayer, você ainda pode embarcar em uma dungeon chamada The Trial of Tarya Gratar, que te colocará em um desafio dividido em três partes. Cada trecho possui seus próprios inimigos e um chefe para ser enfrentado no final, rendendo um excelente loot para quem quer continuar jogando ou já quer ficar preparado para as próximas expansões. Não é lá uma atividade muito estimulante para quem não tem planos de retornar para Outriders algum dia, principalmente porque tudo se resume a grind; ainda assim, é algo bem-vindo, se tratando de uma expansão.

No geral, Worldslayer é uma expansão aceitável, já que joga na safe zone e não arrisca trazer grandes novidades para além do que o jogo base já oferece. Quem curtiu a campanha original certamente vai aproveitar as horas adicionais que este pós-game oferece, mas não vai muito além disso. O DLC replica tanto os acertos quanto os erros, então quem já jogou não vai ter surpresas por aqui.