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O gênero RTS é conhecido por demandar uma quantidade gigantesca de ações em um curto período de tempo. Indo na contramão do estilo, Line War tem uma proposta totalmente diferente: comande as suas unidades sem selecioná-las. À primeira vista, tal mecânica parece pertencer aos jogos de gerenciamento. Contudo, Line War, utilizando um sistema de ordens através de pontos e linhas, tenta mostrar que RTS podem ter um ritmo mais lento e não depender da rapidez nos comandos.

Contando apenas com a experiência multiplayer, Line War tenta trazer inovações. A simplicidade aparente pelos gráficos, na verdade, esconde um jogo cuja curva de aprendizado é surpreendentemente grande. Desenhar rotas para unidades parece ser uma tarefa simples, mas nada pode ser tão difícil quanto controlar um exército gigantesco através de ordens em formato de linha.

Por trás das linhas inimigas

Como o próprio nome já entrega, Line War aposta em linhas de combate para a movimentação das tropas. Essa é a maior inovação do jogo, visto que a implementação de tal mecânica muda radicalmente a velocidade do jogo, sendo extremamente lento em comparação a outros títulos com uma jogabilidade mais convencional.

Linhas de movimentação ditam o ritmo do jogo

As tropas podem se mover seguindo a linha desenhada pelo jogador ou se juntando em um ponto determinado. Ao desenhar a linha, as unidades habilitadas para receber o comando (receptoras) localizadas nas proximidades realizam a ação. O problema é que esses comandos ficam gravados no mapa, sendo necessário deletá-los e atualizá-los constantemente. Por vezes, algumas unidades que você quer mover não irão se movimentar, sendo necessário deletar os comandos existentes e criar outros. 

Pegar o jeito de utilizar as linhas leva tempo. Em um jogo de estratégia multiplayer, essa pode ser a diferença entre a vitória e a derrota. Você precisará de um tempo até conseguir realizar o movimento desejado o mais rápido possível – o que é bem frustrante, já que a mecânica é extremamente simples e não há muito o que fazer sobre isso.

Há, também, elementos de gerenciamento, mas estes funcionam tal qual os RTS tradicionais. Você terá que angariar recursos – nesse caso, em Line War, apenas um – a fim de construir seu exército. Se você já jogou Starcraft, Age of Empires e jogos similares então não terá surpresas nesse quesito.

O patinho feio

De início, quando olhei Line War pela primeira vez, o visual me lembrou o saudoso Power & Revolution: Geo-Political Simulator. Se você já teve a experiência de jogar esse jogo que, digamos, não é muito comum, então já deve saber que isso não é um elogio. O estilo gráfico e a interface são bem feios, lembrando a experiência de um jogo mobile. 

Se o visual não agrada, o ritmo lento do jogo também é algo a ser destacado. Mesmo que pela própria natureza da mecânica escolhida pelos desenvolvedores crie esse cenário, é impossível não notar o quão lento as unidades se movem pelo mapa. Na hora de criar cenários de ataque, a lentidão pode frustrar as investidas.

O visual não é dos melhores, e a performance deixa a desejar

Por último, a falta de um modo singleplayer é, no mínimo, decepcionante. Em um jogo com uma curva de aprendizado tão elevada e uma mecânica não usual, treinar contra uma IA é necessário. Além do multiplayer, Line War oferece apenas um modo onde você controla duas unidades e um tutorial por meio de vídeo. A incapacidade de fazer um método decente para que os jogadores entendam o jogo fazem os tutoriais contidos nos jogos da Paradox Interactive até parecerem bem feitos.

Mesmo com uma proposta totalmente fora da curva, Line War é um jogo de nicho no mais puro sentido da palavra. O visual, a interface e o ritmo lento são empecilhos para jogadores menos experientes no gênero. Entretanto, para aqueles que gostam de RTS e querem uma experiência diferente, Line War oferece, mesmo que de modo simples, algo inovador. Talvez o estilo adotado pelos desenvolvedores inspirem outros jogos que, com mais recursos, consigam executar melhor o que foi proposto por aqui.