Review – Joggernauts

Correr, pular e passar por obstáculos. Essa é a fórmula de Joggernauts, a mesma de muitos jogos de sucesso. Trata-se de um jogo de plataforma com corrida infinita (gênero Runner), em que o objetivo é alternar entre dois a quatro personagens com cores distintas para interagir com um mundo alienígena cheio de ameaças coloridas.

O objetivo é simples: vencer as fases coletando o máximo de troféus para avançar pela campanha do game, jogando sozinho ou com amigos. Sozinho é mais fácil de coordenar os pulos e a troca entre dois personagens, mas o desafio permanece alto. Jogando em co-op com até 4 jogadores, a coisa complica ainda mais: se coordenar entre duas cores já não é fácil, imagine com quatro cores.

Reflexos à flor da pele

Joggernauts é praticamente um jogo rítmico e de reflexos rápidos. Você alterna as cores das personagens – incluindo gatos espaciais e mais 3 opções desbloqueáveis – para eliminar alienígenas da mesma cor. Os inimigos variam de tamanho e forma e, muitas vezes, estão um colado do outro, exigindo a troca rápida das cores. Da mesma forma você interage com itens e interruptores, que abrem passagens ou permitem pegar troféus.

A dupla de corredores possui 5 corações: você perde um ao cair no buraco, trombar em um obstáculo ou ao errar a cor na hora de colidir com um inimigo. Se ambas as personagens caírem no buraco, você perde todos os corações de uma só vez. Felizmente, há corações e escudo para pegar nas fases e equilibrar a dificuldade.

As fases são distribuídas em mundos, sendo que em cada uma há 2 troféus e um bônus. O bônus é liberado ao final da fase se conseguir os troféus, oferecendo um rápido desafio para conseguir uma estrela. Conseguindo um número mínimo de troféus, as fases seguintes e os mundos vão sendo destravados. Cada mundo possui 14 troféus pra coletar e uma espécie de chefe, que funciona como um desafio absurdamente difícil.

Que se inicie a raiva!

Atenção: em Joggernauts a frustração é garantida! É impossível jogar e não ficar puto da vida, querendo jogar o controle na parede. Sozinho ou com amigos, todos precisam estar em constante sincronia, já que os puzzles sempre serão muito malandros com vocês durante a partida. O problema começa quando um erro resulta em outro, muitas vezes fora do controle do jogador. Por exemplo: quando um cai no buraco e o outro continua correndo, este fica preso à sua atual cor e impedido de trocar, indo de encontro ao inimigo de cor oposta.

O visual, apesar de bonito e carismático, sofre com outro problema: a semelhança entre as cores. Roxo e rosa, por exemplo, podem acabar confundindo os jogadores. E além da atenção máxima às cores, os jogadores precisam também ficar espertos com obstáculos menores como pedra, paredão e outros que o fazem perder coração à toa por pura distração.

Infelizmente o game é implacável demais com o jogador e muito disso se deve ao level design, que não dá chance para o jogador desfazer um erro. A punição só aumenta com o micro espaço de tempo entre um erro e outro, reiniciando a fase desde o começo ou para o checkpoint (um por fase, na metade do percurso). Com isso acontecendo frequentemente, não demora pro jogador perder a paciência e querer desistir do jogo.

É uma pena que Joggernauts não tenha atingido o equilíbrio oferecido por outros jogos do gênero e que brincam com cores, como Runbow. A ideia é boa e poderia ser um ótimo party game para adicionar à biblioteca do Steam e Switch, para curtir com os amigos no final de semana. Mas que a verdade seja dita: no lugar da diversão, este game oferece frustração. E muita!