Não dá pra negar que o Nintendo Switch virou um paraíso de indies, ainda mais os jogos que promovem multiplayer local para curtir com os amigos. Foi inclusive pensando nisso e na portabilidade do console que expandi a biblioteca com vários jogos do gênero “party”. Runbow não é novidade: saiu em 2015 exclusivamente para o Wii U e nos anos seguintes foi portado para PC, 3DS e Xbox One. Para PlayStation 4 e Switch, o jogo só foi lançado recentemente. E, por incrível que pareça, eu ainda não havia jogado esta pérola do estúdio canadense 13AM Games.
A ideia é bem simples: um jogo competitivo de plataforma baseado em cores. Ou seja, a todo momento a cor de fundo muda fazendo as plataformas aparecerem ou desaparecerem. Com esta base, vários obstáculos e inimigos, Runbow oferece 5 modos diferentes e muitos desafios para aqueles que curtem uma boa dificuldade. Até 9 jogadores podem competir juntos online, sendo 8 jogadores no modo local (no Switch).
Correr, lutar e reinar
Após uma série de atualizações e melhorias, é de se esperar que a versão de PS4 e Switch venha com bastante conteúdo. E vem: são três modos multiplayer (Run, Arena e King of the Hill) e mais dois de campanha (Classic Adventure e Bowhemoth). Run é correr até o final de cada fase vencendo seus oponentes e o tempo. Vale dar porrada, atrapalhar o pulo dos outros, de tudo. Só fique atento para não morrer no meio da fase, algo bastante fácil de acontecer. Em Arena rola uma espécie de Super Smash Bros., com partidas bem rápidas. Já em King of the Hill vence quem se manter próximo da coroa por 7 segundos.
Em Classic Adventure você encara 4 mapas temáticos com 36 fases cada, pra jogar sozinho ou em co-op. Os desafios, propostos pela vilã Satura, consiste em bater o tempo de cada fase pra conseguir 3 moedas de ouro. Ao total, são mais de 140 fases com uma cacetada de recompensas, como itens para customizar os personagens e artes conceituais acessíveis através da galeria no menu principal. Pra quem curtir este modo há uma expansão chamada Satura’s Space Adventure, em que você precisa coletar 6 pedaços de um pôster passando por 36 fases espaciais. Este DLC inova a mecânica das cores permitindo alterá-las manualmente através de mecanismos, além de oferecer portais e desafios envolvendo gravidade.
Bowhemoth o coloca dentro do estômago de uma criatura, oferecendo uma série de fases sequenciais e um contador de mortes pra dar aquela zoada. Também rola jogar em co-op, embora mais atrapalha do que ajuda. Agora se você desistir na metade e jogar novamente em outro momento, terá que começar tudo de novo. Eu sofri horrores, não consegui terminar, mas sempre tem um que termina em tempo recorde e sem morrer.
Em qualquer um dos modos os jogadores escolhem entre 19 personagens disponíveis, desde um Hue de cor básica com uma roupa maneira (ninja, faraó, etc) a desbloqueáveis como Shovel Knight, Rusty (de SteamWorld Dig), CommanderVideo (de Bit.Trip Runner) e Juan (de Guacamelee!). Os comandos são simples: você dispõe de pulo duplo, desfere socos e pode dar um dash em qualquer direção, inclusive pra esmagar o adversário. Rola até provocação, se você tiver coragem de ficar imóvel por alguns segundos.
Inspirado em games como Mario Kart, os power ups funcionam como trapaça pra ficar em vantagem (ex: correr mais rápido, usar bomba, teleportar, ativar câmera lenta, excluir as cores) ou desvantagem (ex: geral levar um raio na cabeça, inverter o cenário, bagunçar os comandos, transformar todo mundo num mesmo personagem). Deu pra sacar que o caos é inevitável, né? E é exatamente por isso que jogar de galera é muito melhor que jogar sozinho.
Tem alguém online?
Após fechar todos os modos, o que irá lhe custar muitas horas de jogatina e paciência de monge budista, resta voltar aos três modos multiplayer e convidar amigos. Mas tenha em mente que o ideal é jogar em modo local e não online, pois infelizmente há pouquíssimos jogadores ativos. Pelo menos na versão de Switch tá todo mundo jogando local por conta da praticidade do console. Se pelo menos rolasse cross-platform, a coisa seria bem diferente.
Runbow é um jogo indie simples porém genial, que diverte mais que muitos AAA por aí. Vale reforçar que ele não é fácil, mesmo no início, e exige tempo para mestrar a jogabilidade e velocidade das fases. Também não é um game com física complexa, que oferece a suavidade e exatidão de um pulo do Super Mario, mas funciona bem dentro da proposta. É só uma pena que tenham excluído o modo Color Master, o qual aumentaria a vida útil do game.