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No mundo de Itorah, talvez os Maias não estivessem tão errados sobre o ano de 2012 ao final de contas. O novo Metroidvania publicado pela Assemble Entertainment traz uma aventura em uma terra onde a humanidade pereceu pelas mãos da Bruxa Violeta, uma ameaça que limpou a terra e permitiu que nova vida florescesse no mundo de Nahukhan.

Baseado na rica cultura Maia, Itorah é um excelente Metroidvania. Digno de entrar para a prateleiras dos grandes sucessos indies. Com uma narrativa excelente, arte de encher os olhos a lá Vanillaware e uma trilha sonora muito marcante, será que este será o Metroidvania do ano?

Despertar de um longo pesadelo

Em Itorah, controlamos a personagem homônima, que acorda sem se lembrar de nada, apenas de que precisa sair de onde está. Porém acaba sendo capturada por imensas aranhas, que usando sua teia, prendem a jovem em um canto recluso do imenso ninho para uma refeição futura.

Imagem do review de  Itorah
É algo ainda mais venenoso do que se imagina amigo

Enquanto sonha, a jovem acorda com os chamados de outra vítima das pegajosas teias, que diz que pouca esperança há para os dois de fugirem do local. Mas Itorah se liberta das teias e liberta seu companheiro, que se revela um machado com vontade própria, que também não sabe quem é ou de onde veio.

A dupla de esquecidos segue lutando contra as aranhas, até se encontrar com Ahui. A destemida exploradora e irmã do líder da vila próxima os leva em segurança e irá acompanha-los em sua busca por seus passados e contra a praga negra, uma doença que causa uma fúria incontrolável naqueles aflitos por ela.

Buscando auxílio dos quatro grandes guardiões, cada um relacionado a um elemento, Itorah e seu amigo afiado irão se tornar mais fortes e desvendar o motivo que levou a destruição da humanidade. Além de descobrir que podem ter mais em comum do que pensavam originalmente.

Imagem do review de Itorah
Um pouco tecnológico demais para uma ruína Maia não?

Fúria do esquecimento

Itorah traz uma daquelas histórias que provam que o caminho para o inferno está pavimentado de boas intenções. Com a história nos levando a um ocorrido que ao tentar melhorar a vida da raça humana, levou a extinção da mesma e a provável extinção de toda forma de vida que pisar no planeta.

Em sua busca por suas memórias e sua função no mundo de Nahukhan, Itorah irá enfrentar muitos desafios e a constante ameaça da Praga Negra. Que a cada momento que passa, alonga ainda mais seus tentáculos pela terra, em busca de ecos. Fragmentos materializados das memórias de todo ser vivo, algo equivalente a alma dos seres de Nahukhan.

Para evitar que seus novos amigos sucumbam, Itorah terá que percorrer vários templos e biomas em busca de se aprimorar, coletar ecos e relíquias para se fortalecer, além de entender mais sobre este novo mundo e seus habitantes. Para isso o jogo recorre ao excelente gênero Metroidvania para criar labirintos interconectados que farão o jogador se aprimorar e descobrir habilidades novas enquanto explora.

Imagem do review de Itorah
A arte desenhada a mão de Itorah é sempre de saltar os olhos

Os comandos são bem básicos na realidade para um Metroidvania, uma vez que não há variedade alguma de armas, apenas em habilidades. Itorah utiliza sempre seu machado, com diferentes combinações de botões e carregamentos, além de ter como item, apenas cristais de cura ativados com a tecla Q nos PCs.

O passado vem sempre carregado de dor

Pela falta de armas adicionais em relação a derrota de cada boss, ou pelo fato de não poder compra-las ou encontrar algo no jogo todo, senti uma falta de mudança no núcleo do gameplay, somado a mecânica de salto onde muitas vezes se perde a inércia e o salto de parede parece não encaixar. O que pode gerar certos momentos bem frustrantes, ainda que raros.

O combate é bem simples, além do ataque comum, há habilidades mais avançadas, como o lançamento e retorno do machado, ataques fortes de enterrada e ataques carregados. Para evitar ataques e projeteis, Itorah possui uma simples cambalhota que a torna invulnerável contra qualquer perigo.

Imagem do review de Itorah
Parece que chegamos tarde demais

Pela simplicidade tanto no combate quanto no inventário, pegar o jeito de controlar perfeitamente a jovem guerreira em combate é bem fácil, tornando o jogo bem convidativo para todos os veteranos e iniciantes no gênero. Somado a eletrizante trilha sonora e direção de arte fortemente inspirada na cultura Maia, os jogadores irão mergulhar de cabeça em Itorah.

Itorah foi uma surpresa muito bem vinda para a minha biblioteca, cativante mesmo com um começo bem devagar e pouco explorável. Mas logo se mostrou um prato recheado de surpresas, referências a uma belíssima e rica civilização perdida e uma aventura super divertida e emocionante.