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Derivado da franquia de sucesso da Square Enix e ganhando o coração dos brasileiros mais nostálgicos, Infinity Strash: Dragon Quest The Adventure of Dai chega no fim de setembro para adaptar o anime e mangá conhecidos originalmente como Dragon Quest: Dai no Daibouken ou Fly, o Pequeno Guerreiro, para quem viveu na década de 1990.

Optando pelo simples, o estúdio japonês, KAI GRAPHICS, preferiu apostar no seguro e na base de fãs para entregar um jogo bonito e sem erros de gameplay, mas que explora pouco a franquia criada por Koji Inada e Riku Sanjo.

Um pouco de mago e muito de herói

Utilizando o mesmo roteiro da animação, Infinity Strash: Dragon Quest The Adventure of Dai oferece uma adaptação muito fiel do novo anime, lançado em 2020, e reconta os acontecimentos que vão até praticamente a metade da série.

Infinity Strash: DRAGON QUEST The Adventure of Dai
Usando um plot do anime o jogo escolhe bem como “começar” sua história

Começamos o jogo controlando Dai numa batalha contra Baran, um dos seis comandantes do Dark Army e responsável pela Dragon Legion. Após a tentativa frustrada de tentar recrutar o pequeno herói para o seu exército do mal, seu ataque especial faz com que Dai perca as memórias. Esse fato acontece por volta do episódio 25 e é o gancho para levar ao real começo do jogo e primeiro episódio do anime.

Iniciando a jornada de Dai lá na Dermline Island, os desenvolvedores optaram por estruturar o jogo em capítulos que se desenrolam através de cenas retiradas do anime. Após a construção narrativa de cada etapa da história, os jogadores enfrentarão missões e batalhas no controle dos quatro personagens principais: Dai, Popp, Maam e Hyunckle.

Este formato mais simples faz com que Infinity Strash seja uma porta de entrada muito boa para quem conhece a franquia de jogos “Dragon Quest” e sempre teve curiosidade de assistir o anime, pois ela cobre praticamente metade de toda a animação. Sem spoiler algum, vamos desde o treinamento com o Mestre Avan e sua luta contra Hadlar, o Rei Demônio, até pouco depois do embate com Mystvearn e a nova espada de Dai.

Infinity Strash: DRAGON QUEST The Adventure of Dai
Maam, Dai e Popp ainda fazem o trio mais carismático dos animes

Achei curioso que optaram por essas “pequenas doses” do anime, em formato de cenas estáticas, e com poucos momentos de sequências 3D reservadas para os momentos mais importantes e tensos da história. Por quê será que não colocaram logo a própria animação? Talvez direitos autorais? Por outro lado, muitos jogadores com certeza vão reclamar de ser o oposto: muito do anime e com poucos momentos de jogo.

O jogo em si oferece três tipos de missões: história, com os momentos do anime, as livres, que exploram alguns poucos acontecimentos da série, e, por fim, as batalhas. Com carinha de jogo da geração PS3, nós entramos em pequenas arenas para enfrentar ordas de inimigos ou os chefões, que são os vilões e servos do Dark King Vearn.

Mesmo resgatando os monstros que já conhecemos e derivam da franquia Dragon Quest, além de trazer Hadlar, Crocodine, Hyunckle, Flazzard, Baran, Zaboera, Myst e Kill, os combates que preenchem o caminho até os principais vilões são atividades muito genéricas como, por exemplo, “elimine todos os inimigos” ou “chegue ao destino”. Nada muito complexo, mas muito bem executado.

Infinity Strash: DRAGON QUEST The Adventure of Dai
Brilhos, números, sons e golpes para todos os lados

Além da história divertida, interessante e cheia de plot twists, fazendo com que Adventures of Dai continue sendo um dos meus animes preferidos, o jogo realmente brilha no Temple of Recollection, um formato de jogo roguelite em que vamos descendo andares com cinco arenas cada e enfrentando inimigos em cada uma delas.

Neste modo de jogo sempre começamos com os personagens no level 01 e vamos evoluindo cada um deles a partir da escolha por caminhos que surgem, com foco em defesa, ataque, magia, ataques especiais ou salas com baú e loja, oferecendo recompensas ao completar cada missão, progredindo pouco a pouco e em busca de loot.

Infinity Strash: DRAGON QUEST The Adventure of Dai
Esse scrapbook para guardar as memórias é viciante para colecionistas

Desta forma conquistamos mais Bond Memories, que são memórias (recortes de momentos importantes da história) em formato de cards e que podem ser equipadas para alterar os status dos personagens. Pode até parecer mais do mesmo, porém ao sermos derrotados todo o seu loot é perdido, além de ser através do Temple of Recollection que conseguimos os materiais necessários para aumentar as habilidades dos personagens e conquistar novos Bond Memories ou melhorar os cards que já temos.

Se no modo história falta desafio, principalmente se você opta pelo nível de dificuldade focado na história, esta opção de jogo vai focar mais na estratégia utilizada ao construir sua party e quais recompensas você precisará aceitar após cada sala, escolhendo sempre um upgrade dos três ofertados.

Quer a paz que o inimigo destrói

O combate de Infinity Strash: Dragon Quest The Adventure of Dai é simples e com controles precisos, tendo a disposição dos botões muito bem escolhidas. Temos um botão para ataque simples, outro para dash e três (triângulo, círculo e R1) para as habilidades, que podem ser escolhidos e equipados como quiser, além disso temos L2 para a habilidade passiva de cada personagem e R2 para ativar o ataque especial.

Infinity Strash: DRAGON QUEST The Adventure of Dai
Nada como um bom “card” para animar ainda mais a jogatina

Além das missões solos, durante as batalhas com a party completa, você poderá alternar rapidamente entre os integrantes do quarteto de heróis. Dai oferece um estilo de combate mais corpo a corpo, enquanto Popp possui foco nos ataques à distância. Maam é o equilíbrio entre os dois, sendo a personagem responsável pelo suporte durante as lutas, enquanto Hyunckle é o oposto desequilíbrio (até pela história do personagem, inclusive entrando na equipe com cinco níveis abaixo dos demais), oferecendo golpes e habilidades devastadoras.

Dai com suas espadas, Popp com seu cajado, Maam com sua arma mágica e Hyunckle com sua Dark Armour Blade, todos eles vão ganhando novas habilidades com o desenrolar da história e de acordo com os capítulos do anime. Assim como o visual de todo o jogo, que transporta muito bem a série para este jogo, Infinity Strash oferece um show de sons e cores durante as batalhas.

Todos os ataques possuem efeitos luminosos e os Coupê de Grace, que são os ataques especiais, trazem animações durante as batalhas e enchem a tela de vida. É sempre muito gratificante soltar um Avant Strash com o Dai e vencer seu inimigo. Estes especiais são carregados ao longo das lutas e podem ser executados em três níveis de poder, oferecendo um ataque mais forte a cada nível alcançado.

Infinity Strash: DRAGON QUEST The Adventure of Dai
Mesmo com poucas “Quest”, esse “Dragon” é um jogo muito divertido!

Infinity Strash: Dragon Quest The Adventure of Dai é muito bonito, principalmente rodando no PS5 e com 60fps, mesmo com cenários pequenos, simplórios e “vazios”, mas que consegue entregar um excelente trabalho com a trilha sonora, efeitos sonoros e dublagem. Acredito que faltou um modo online para até quatro jogadores ou até mesmo a chance de jogar desafios com os demais personagens e vilões, sem contar a falta de suporte ao PT-BR.

No entanto, dentro da sua proposta e simplicidade, seja como porta de entrada ou resgate nostálgico para quem ainda tem essa franquia no coração, o lançamento da Square Enix é muito competente e bem trabalhado, justificando e merecendo a atenção de quem gosta de um divertido RPG de ação.

92 %


Prós:

🔺 Excelente trabalho visual e sonoro
🔺 Boa porta de entrada para a franquia
🔺 Gameplay fácil com controles precisos
🔺 Temple of Recollection contribui para o fator replay

Contras:

🔻 O jogo não cobre todos os episódios do anime
🔻 Poucos momentos de jogabilidade no modo campanha
🔻 Baixa dificuldade nos principais desafios da história
🔻 Falta de outros modos de jogo e multiplayer online

Ficha Técnica:

Lançamento: 28/09/23
Desenvolvedora: KAI GRAPHICS INC.
Distribuidora: Square Enix
Plataformas: PS4, PS5, PC, Xbox Series, Xbox One, Switch
Testado no: PS5

Review – Farmagia

Rafael NeryRafael Nery06/11/2024