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Jogos de gerenciamento costumam retratar temas diversos, que vão desde a sobrevivência em um planeta inóspito até a administração de uma prisão. Honey, I Joined a Cult é, só pelo título, mais um título que expande a área de atuação do gênero, colocando o jogador para gerenciar um culto que, assim como a maioria dessas organizações na vida real, tem como objetivo juntar o máximo de seguidores a fim de expandir os lucros.

Assim como Jim Jones, Charles Manson e Marshall Applewhite, você poderá criar o seu próprio culto, controlando desde a estética até quem entra para o time oficial de seguidores. Honey, I Joined a Cult é um gerenciador que bebe muito da fonte de jogos como Rimworld, Prison Architect e até mesmo Two Point Hospital, mas seria isso o suficiente para transformá-lo em um bom jogo? 

Sim, amor: eu entrei em um culto

Honey, I Joined a Cult possui uma proposta bem diferente em um gênero marcado pela criatividade. Por mais que cultos religiosos sejam, em teoria, instituições criadas a fim de fortalecer a fé, sabemos bem que, na vida real, a maioria desses cultos são máquinas de gerar dinheiro através da exploração de fiéis. A possibilidade de conseguir rios de dinheiro é justamente a mecânica principal do jogo.

Uma vez dentro do jogo, você pode criar a estética do seu culto como bem entender. Pode, por exemplo, criar um culto de adoração a um elemento, ou adotar um deus egípcio como divindade. As opções de customização são bem legais, embora restritas. Com o culto criado, é hora de começar as operações.

Honey, I Joined a Cult
O design básico é esse: banheiro, dormitório e cantina

Com a jogabilidade similar a títulos como Prison Architect e Rimworld, criar a base de operações não é mistério. Há, no jogo, diversas salas, onde cada uma possui uma função definida. Salas básicas, como quartos e banheiros, funcionam como qualquer outro jogo similar, mas o que muda está nas salas relativas à operação do culto. Em meio à base, você deverá criar uma sala de culto e salas de meditação, servindo para retirar dinheiro dos seguidores, juntar pontos de pesquisa e aumentar a fé dos funcionários.

Toda a mecânica do jogo gira em torno das interações entre funcionários e seguidores. Um seguidor de longa data pode se tornar um funcionário, mas ele não lhe dará dinheiro caso se transforme em um. A atribuição das tarefas dos funcionários lembra Rimworld, mas de maneira bem mais simples. De certo modo, toda a estratégia referente aos seguidores e funcionários é similar a Amazing Cultivation Simulator.

Mecânicas e progressão

Conforme os títulos citados, Honey, I Joined a Cult também segue um padrão de progressão baseado em pesquisas. No decorrer do jogo, mais salas e objetos podem ser desbloqueados, além de outros benefícios. Pode não fazer muito sentido você não ser capaz de colocar camas decentes para seus funcionários no início do jogo, mas é dessa forma que o jogo mantém o sistema de progressão baseado na possibilidade de comprar objetos melhores apenas mediante a pesquisas.

Honey, I Joined a Cult
Missões de captura de relíquias lembram Evil Genius

Novos tratamentos buscam retirar mais dinheiro ou pontos de pesquisa dos seguidores. Até o final, com a capacidade de seguidores no nível máximo, a sua base ficará cheia de tratamentos esquisitos, que variam desde sessões de meditação até terapias de lavagem cerebral. Nesse quesito, Honey, I Joined a Cult oferece opções divertidas de expandir a base, além de criar uma base para futuras atualizações que possibilitem cada vez mais cultos bizarros.

O lado negativo fica, mais uma vez, por parte da árvore de tecnologia. Alguns itens básicos, necessários para melhorar a condição da base, ficam trancados bem longe do início da árvore. Um balanceamento nessa mecânica se faz necessário, visto que o dinheiro disponível no início do jogo é, na maioria das vezes, mais do que o suficiente para iniciar as operações.

Conclusão e veredito

Com uma proposta diferente, Honey, I Joined a Cult é competente em divertir o jogador durante horas. Por mais que, no estágio atual, não possua o mesmo apelo dos jogos similares, as mecânicas são sólidas o suficiente para a jogabilidade fluir. Honey, I Joined a Cult se inspira em várias referências sem perder a originalidade de um título com uma proposta polêmica.

Honey, I Joined a Cult
Como é fácil tirar dinheiro de trouxa dos outros

O nível de complexidade baixo é ideal para jogadores que não estão muito acostumados com o gênero de gerenciamento. Por vezes, não será necessário fazer nada, restando a você apenas assistir o que seus funcionários fazem. Tirando os momentos de tédio e a esquisita árvore de tecnologias, esse é um jogo recomendado para iniciantes no gênero e para os que buscam uma proposta que destoe do comum.

80 %


Prós:

🔺 Proposta diferente
🔺 Mecânicas funcionais
🔺 Missões estilo Evil Genius

Contras:

🔻 Progressão da árvore de tecnologia

Ficha Técnica:

Lançamento: 03/11/22
Desenvolvedora: Sole Survivor Games
Distribuidora: Team17
Plataformas: PC