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Review – Exoprimal
Lute, sobreviva e não se torne história nas arenas de Exoprimal

A Capcom em Março de 1996 chocou o mundo com o primeiro jogo da série Resident Evil, algo que seguiu ocorrendo nos anos seguintes, até que em 2000 a empresa deu o primeiro passo rumo a uma nova ideia. Infelizmente a série spin-off de Resident Evil, Dino Crisis, acabou sendo esquecida e virou um fóssil, mas com a tecnologia atual, parece estar respirando novamente de alguma maneira com Exoprimal.
Com os primeiros trailers, muitos até acreditaram que teríamos a volta da franquia, afinal uma das tripulantes da equipe do jogador é extremamente semelhante a Regina de Dino Crisis. Exoprimal no entanto subverte o que se esperava e traz uma mistura de Overwatch e The Division, com o jogo sendo em terceira pessoa, uma diversão estupida capaz de manter o jogador preso sempre querendo mais da diversão proporcionada pelos desafios de Leviatã.
A caçada começa
Em Exoprimal, o jogador deve primeiro criar seu avatar, uma representação sua dentro do universo do jogo chamada de Ace, independente do sexo. Após passar por um breve tutorial, uma cutscene mostra que ele faz parte da equipe Hammerheads, um grupo de patrulha da Aibius Corporation, que durante um vôo de reconhecimento pela ilha de Bikitoa, acaba sendo puxado por um vórtice.
Ace acaba se lançando do avião com o exotraje – Poderosas armaduras de combate. – do avião para aliviar o peso e acaba chegando a antiga sede da Aibius no local. Sendo puxado para três anos no passado, Ace encontra outro usuário de exotraje, chamado Magnum, que nos ajuda a sobreviver a um primeiro Jogo de Guerra criado pela I.A sádica chamada Leviatã.
Ao voltar desta viagem temporal, Magnum explica que Leviatã tem usado a ilha de Bikitoa em diferentes linhas temporais e dimensões para criar Jogos de Guerra entre infinitos usuários de exotrajes. Ou seja, infinitas batalhas no ano de 2040 contra uma onda infinita de dinossauros que atravessam o espaço tempo apenas para matar.

Mas será mesmo Leviatã o verdadeiro culpado por tudo que ocorreu? Segredos se fossilizaram na escuridão das lembranças perdidas daqueles que morreram durante a destruição de ilha de Bikitoa pela invasão dos primeiros dinossauros. Agora com a capacidade de voltar no tempo para satisfazer Leviatã, resta aos jogadores desvendarem os segredos escondidos na ilha de Bikitoa e do passado de Aibius.
Matando dinossauros em varias cores e modelos
A grande sacada de Exoprimal é contar sua história independente do modo jogado ou resultado, mas sempre após o jogador completar uma partida, um pedaço a mais da história é disponibilizado. Seja através de diálogos, documentos, áudios ou cutscenes, a história sempre avança um pouco mais após cada partida.
Especialmente em partidas especiais, como quando o time do jogador e o time inimigo se unem para lutar contra um Neossauro invocado por Durban, um piloto renegado de exotraje. Essas partidas contra chefes geralmente possuem um tempo limite, o que deixa a competição ainda mais divertida e emocionante.

E o que me deixou mais intrigado é que o próprio jogo termina com um excelente gancho para a continuação da narrativa nas próximas temporadas, ou seja, ainda há muito a se descobrir no mundo de Exoprimal e dinos a se matar. Uma das grandes novidades da metade desta primeira temporada é a chegada do modelo alfa dos exotrajes.
Exotrajes estes que são divididos em três categorias, ofensivos, tanques e suporte. Cada qual desempenhando uma função para um bom funcionamento do time em busca da vitória nos Jogos de Guerra de Leviatã, onde duas equipes, cada uma com cinco pilotos de exotraje se enfrenta, completando objetivos e matando dinossauros.
O que vestir, o que usar?
Entre os exotrajes ofensivos temos Fuzileiro com seu rifle, Zéfiro usando tonfas energizadas, Bombardeiro com lança granadas e Vigilante com sua sniper. Os tanques são Muralha com um enorme escudo, Krieger com uma minigun e Murasame com sua lâmina gigante, que usa para cortar os dinossauros.

Na categoria de suporte temos Curandeiro e seu cajado elétrico, Bruma que parece uma bruxa, sempre planando e atrapalhando o movimento dos oponentes e curando os aliados e por fim Nimbus, que pode trocar entre suas armas de fogo, por armas de cura para auxiliar seus aliados.
Cada exotraje possui um ataque primário, um ataque secundário, duas habilidades especiais e por final uma habilidade suprema. Muralha por exemplo, ataca com seus punhos enormes no ataque primário, no secundário abre seu escudo, sua primeira habilidade usa os propulsores do escudo para atacar, com a segunda recebe uma explosão curta de movimento e em sua habilidade suprema cria um tufão ao rodar com os braços abertos.
Com a chegada dos modelos alfa no entanto o jogo que conta com dez exotrajes irá praticamente multiplicar, já que o gameplay dos exotrajes alfa parece ser completamente diferente dos trajes comuns, trazendo até mesmo novas armas. Ou seja mesmo em sua primeira temporada, o jogo ainda tem muito a mostrar!

Jogos dentro de um jogo
Outra grande atração de Exoprimal são seus jogos de guerra, onde Leviatã coloca os diferentes jogadores em combates por áreas da ilha de Bikitoa. Cada sessão de jogos de guerra possui uma barra superior que marca o progresso das equipes com a equipe do jogador sempre representada pelo cristal azul da esquerda, enquanto a inimiga, pelo vermelho a direita.
Os cristais avançam de acordo com os objetivos completados, sempre que se termina um objetivo o cristal move uma casa. Ao terminar o percurso todo os jogadores são levados a fase final, onde irão se enfrentar cara a cara em missões que vão desde derrotar uma quantidade “x” de dinossauros em diferentes setores, transporte de carga de dados, controle de bases ou demolição de núcleos com o Martelo implemento.
A única onde não há confronto direto entre jogadores é a de combate contra hordas de dinossauros no entanto, mas em compensação, ambas as equipes ganham acesso a um Dominador durante o trajeto de acordo com a vontade de Leviatã. Cada exotraje pode receber um Implemento diferente, ferramentas e armas que podem ser usadas depois de um tempo pelo jogador, sendo elas armas, pacotes de cura, escudos ou catapultas.

Com o Dominador que como o martelo é um item de nível, um jogador pode tomar controle de um dinossauro e ir atacar a equipe inimiga, com cada equipe tendo sempre um garantido em todas partidas. Agora caso uma equipe esteja com muita vantagem em ciam da outra, mesmo que nos primeiros estágios, Leviatã sempre irá enviar um dinossauro Dominador para a equipe que estiver mais atrasada.
Jurassic Park 2077
Já sabem como funcionam os trajes, os jogos mas a pergunta que fica é, mas e os dinossauros? Quais são os dinos que irei enfrentar e quais dinossauros eu poder me transformar quando usar um Dominador em Exoprimal? Bom para os fãs dos lagartos gigantes, podem acreditar que a variedade aqui é enorme.
A lista é grande em Exoprimal e traz espécies como Deinônico, Bariônix, Pteradontes, Raptors, Anquilossauros, Triceratops, Carnotauros e claro, os Tiranossauros! Com os Dominadores geralmente rotacionando entre Triceratops, Carnotauros e Tiranossauros, para poder atrapalhar legal a outra equipe.

Como nos exotrajes, os Dominadores também possuem ataques normais e secundários, além de uma habilidade especial. Essa habilidade varia, mas um exemplo é a do Tiranossauro, capaz de destruir um exotraje inteiro em um ataque só, onde pega o oponente pela boca e o tritura, mas cuidado, pois o Tiranossauro controlado pela máquina também pode!
Por último há os Neossauros, que são versões corrompidas dos dinossauros após atravessarem a barreira espaço-temporal criada por Leviatã. Ganhando poderes e efeitos especiais, estes Neossauros são um dos maiores desafios do jogo, com o Neotiranossauro sendo um desafio grande o suficiente para unir ambas as equipes em uma bossfight.
Solto no mundo, ou de volta ao ambar?
Por mais que eu tenha adorado me perder em Exoprimal, admito que pelo fato de ser um jogo que depende de time para ser jogado, é preciso esperar que a CAPCOM saiba cativar a base de jogadores a continuar no jogo, o que é uma faca de dois gumes. Por um lado, Exoprimal é divertido para caramba, um jogo onde você precisa planejar como abordar o outro time, mas também pode só desligar o cérebro e matar os dinos.

Por outro no entanto é um jogo de live-service e o simples fato de trazer um passe de batalha, pode fazer algumas pessoas se desinteressar. Afinal o jogo custa R$ 250,00 em sua versão base e R$ 299,00 caso o jogador queira já ter todos os exotrajes liberados logo de inicio e o primeiro Passe de Batalha garantido.
É possível no entanto ganhar várias das skins de cores alternativas e modelos diferentes não presentes no passes e DLCs através de lootboxes ganhas após subir alguns níveis. São apenas adereços estéticos as skins e stickers, com o que muda realmente o jogo sendo como o jogador domina o traje, quais módulos de traje evolui e equipa, além de coordenar as armas e barreiras derrubadas por dinossauros especiais.
Acredito que um preço mais amigável seria uma jogada mais inteligente da CAPCOM neste começo no Playstation e PC, uma vez que o jogo está disponível no Gamepass do Xbox. Falando nestas três distintas plataformas, aqui vem o maior problema de Exoprimal pelo menos até o momento, se anunciar crossplay, permitir jogos entre as plataformas, mas não dar suporte a grupos com jogadores de plataformas diferentes.

No geral Exoprimal é um bom jogo, um jogo melhor e mais divertido que Overwatch 2 prometeu ser e traz algumas ideias dele, mas ainda há alguns pontos a serem acertados, ainda assim é uma experiência divertida, com uma história que tem muito a revelar, tal qual como os fósseis antigos.
Prós
- Historia criativa, divertida e instigante
- Gameplay que prende e elaborado
- Não precisa ser um mestre do jogo para ir bem
- Grande variedade de trajes e mecânicas
Contras
- Partidas repetitivas
- Ter de estar sempre jogando com jogadores aleatórios
- Falta de suporte a grupos entre plataformas
Nintendo
Review – Born of Bread
Encarne um protagonista feito de pão e salve o mundo das garras do caos

Já houve uma época em que a internet surtou com um jogo em que controlávamos um pão de forma, então acredito que Born of Bread tem potencial de sobra para se tornar um dos títulos favoritos do ano para os amantes de pães. O indie da WildArts Studio tem fortes inspirações em Paper Mario, tanto no visual quanto no gameplay, mas consegue ser autêntico o suficiente para ganhar nossa simpatia de imediato.
Misturando elementos de aventura com RPG, Born of Bread nos coloca em uma jornada repleta de fantasia, personagens carismáticos e um humor bem leve, daqueles que nos tiram umas risadinhas naturalmente. Não é aquele tipo de jogo que chama a atenção logo de cara, mas quanto mais nos aprofundamos naquele mundinho, mais apaixonante ele se torna.
O pãozinho da profecia
O jogo começa quando um grupo de arqueólogos acaba libertando um mal há muito emprisionado, trazendo de volta à vida diversas criaturas sedentas por caos. Ao mesmo tempo, o padeiro real de um certo reino acidentalmente cria um golem de pão após fazer uma receita mágica, trazendo nosso protagonista Loaf para a história. Após serem derrotados por essas figuras misteriosas, a dupla se vê forçada a partir em uma jornada para salvar seu lar e cumprir uma profecia de milhares de anos.

Apesar das grandes semelhanças com Paper Mario, ainda acho que Born of Bread se assemelha muito mais a Super Mario RPG. A história é repleta de diálogos bobos, mas muito bem-humorados, além de contar com personagens cheios de personalidade. É muito divertido acompanhar as interações entre eles – o que pode até surpreender em determinados momentos, já que o jogo também aborda alguns temas mais adultos nas suas entrelinhas.
O visual é inegavelmente semelhante aos jogos do Mario de papel, trazendo um 2.5D que mistura cenários tridimensionais com personagens 2D. Todos os mapas contam com uma profundidade que nos permite explorar diferentes planos, enquanto seus elementos são 3D. Apenas os seres-vivos desse mundo são “feitos de papel”, o que traz um certo charme para o estilo artístico do jogo.

Jogar Born of Bread é como assistir a uma animação interativa, pois ele tem todos os requisitos necessários para nos cativar rapidamente: cores vivas, elementos desenhados a mão, personagens estereotipados e muita descontração. A trilha musical também não fica atrás, coroando esse conjunto com faixas envolventes e dignas de uma clássica história de jornada do herói.
Tudo no seu tempo
Apesar da franquia Paper Mario também contar com um combate estratégico em turnos, as mecânicas vistas em Born of Bread acabam ficando mais próximas de Super Mario RPG, novamente. As batalhas seguem o padrão clássico dos RPGs de turno, mas com algumas diferenças relevantes que tornam o jogo mais original.
Aqui, todo tipo de ataque ou arma possui um timing diferente. Ao acertarmos esse tempo, o golpe sai mais forte e somos recompensados recuperando alguns pontos de ação. Da mesma forma, é possível acertar um timing para se proteger de um ataque inimigo e coisas do gênero. A diferença é que toda variação de ação ofensiva traz um pequeno minigame diferente, que em sua maioria envolve apertar o botão no momento exato ou macetá-lo até encher uma barrinha de poder.

Essas mudanças na dinâmica dos golpes deixa o combate bem mais envolvente e menos automático. Arrisco até a dizer que essa mecânica é até melhor do que a vista em Super Mario RPG, pois lá o timing consiste mais na base da adivinhação e “tentativa e erro”. Aqui, temos total noção do que é necessário fazer para acertar o tempo, bastando apenas se acostumar aos diferentes minigames e Quick Time Events.
Outra particularidade bem interessante desse combate é a possibilidade de fazer streams das batalhas. Aqui, o jogo simula uma live em que espectadores fictícios começarão a comentar seu desempenho e pedir alguns movimentos específicos. Ao satisfazê-los, podemos ganhar alguns bônus no final do confronto, então acaba sendo uma ideia criativa para tornar as batalhas menos repetitivas e mais instigantes.

As habilidades que desbloqueamos em combate também nos serão úteis durante a exploração, pois existem diversos caminhos e áreas que estarão bloqueados de início. Bebendo um pouco da fonte dos metroidvanias, Born of Bread tem sua parcela de backtracking e incentiva os jogadores a revisitar mapas antigos para encontrar itens que ficaram para trás. Nem sempre é recompensador se preocupar com isso, mas é uma boa desculpa para quem quer fazer sua experiência render ainda mais.
Minha única crítica realmente relevante é que o jogo inevitavelmente pode se tornar enjoativo com o tempo, algo que acontece até com Paper Mario, devido à rotina de diálogos, exploração e combate. A campanha não foge muito disso, mas também não falha em nos divertir do início ao fim – ainda que em menor escala mais perto do final. Born of Bread definitivamente é uma das maiores surpresas do ano e mais um título de destaque em meio a um mar de excelentes indies que foram lançados nos últimos meses.

Imagine como se Guitar Hero se encontrasse com Overcooked e desse origem ao jogo de ritmo mais caótico que já existiu. Super Crazy Rhythm Castle é exatamente este título e chegou aos consoles no finzinho de 2023 para divertir as festas de fim de ano.
Desenvolvido pela Second Impact Games, o lançamento publicado pela Konami aposta na mistura de gêneros e jogabilidade simples, com muita música e cores, para uma aventura que chega após 10 anos de trabalho.

Sem muito sentido para a história, que acaba divertindo pela loucura, nós embarcamos numa aventura por um castelo musical em que o enlouquecido Rei Ferdinand nos espera, pronto para defender sua coroa e acabar com seu dia. Para deter os planos desse maléfico tirano, manter o ritmo dos nossos personagens e salvar diversos NPCs das garras da crueldade, os jogadores precisarão superar os desafios perversos em desafios ritmicos para vencer o Rei no próprio jogo dele.
Realize combos sem perder o Rhythm
Seja jogando sozinho ou com ajuda dos amigos, você utilizará um elenco de personagens malucos em salas com atividades ainda mais insanas para tentar alcançar até três estrelas em cada partida, para avançar até a derradeira batalha contra o malvado Rei. Por mais maluquice que seja, o trabalho da desenvolvedora britânica esbanja carisma e estilo, com muita cor e cuidado ao trabalhar o som e o visual.

Com mais de 30 faixas para você conhecer e desbloquear, cada música oferece a opção de ser jogada com três ou quatro teclas, de acordo com a dificuldade que você desejar, além de estar dentro de um mundinho próprio. Como assim? Imagine a ambientação criada em Psyconauts, mas para apenas uma sala, com atividades tematizadas e a música para ser jogada.
Isso mesmo! Você pode jogar a música, ao melhor estilo Guitar Hero, ou se preocupar em realizar as atividades e ações que a sala impõe, quase como tentativa de atrapalhar o seu desempenho rítmico. Quando isso acontece na companhia de até outros 03 jogadores, Super Crazy Rhythm Castle é um jogo fácil e divertido, porém contar com um NPC no modo single player tornou-se algo realmente desafiador para conquistar a avaliação máxima de três estrelas.
Caos multitarefa
A diversão neste novo jogo da Konami está além da música e ritmo, pois não sabemos o que vamos encontrar em cada andar do castelo, muito menos no desafio temático proposto. Enfrentar uma berinjela gigante que ataca como DJ, jogar como cachorro para coletar ouro, tentar prever qual tecla apertar num pequeno espaço de tempo, limpar a tela para facilitar o jogo, entre outras atividades que precisarão ser intercaladas, sempre mantendo o ritmo e dando sequência ao combo.

O jogo é relativamente curto, já que você pode ficar rejogando apenas as músicas no Music Lab, porém vai oferecer boas risadas com os absurdos e uma trilha sonora agradável, que consegue mesclar muito bem diversos tipos e gêneros musicais.
Esse detalhe ganha ainda mais destaque pelo trabalho da Konami em misturar os temas de Castlevania e Gradius ao catálogo de músicas disponíveis. No fim, Super Crazy Rhythm Castle ocupa um lugar especial por divertir aquela jogatina despretenciosa, principalmente quando você estiver na companhia dos amigos.
Nintendo
Review – Naruto x Boruto: Ultimate Ninja Storm Connections
Uma bela homenagem ao trabalho de Masashi Kishimoto

Embarcar em qualquer jogo da franquia Ultimate Ninja Storm é sinônimo de mergulharmos no empolgante universo desenvolvido pela CyberConnect2 e publicado pela Bandai Namco, nos levando para dentro do anime criado por Masashi Kishimoto.
Com o lançamento de Naruto X Boruto: Ultimate Ninja Storm Connections, em celebração aos 20 anos da franquia, temos a oportunidade de jogar a mais fiel adaptação para games que uma obra já teve, que continua oferecendo gráficos impressionantes e mecânicas de combate cativantes.

Mantendo o carinho e cuidado ao adaptar o anime original de Naruto, reencontramos aquele visual cel-shaded, que capturam perfeitamente o estilo artístico da animação, dando vida aos personagens e cenários de forma incrivelmente fiel. Pela primeira vez temos a oportunidade de revisitar, para quem, assim como eu, acompanha esse universo desde sua estreia, as cenas e acontecimentos da infância de Naruto ao derradeiro embate final contra Sasuke.
O caminho gamer de Boruto
Com muitos momentos através de cenas muito bem animadas e sequência desenvolvidas em jogo, a CyberConnect2 mostrou que ainda consegue criar uma experiência imersiva, permitindo que os fãs se sintam como se estivessem jogando diretamente um dos episódios da série.

Para aqueles que reclamarem que tudo não passa de um copia e cola de tudo o que já foi feito desde os jogos do PS2 até a nova geração, que por sinal deixam o visual do jogo ainda mais incrível, este Ultimate Ninja Storm Connections oferece uma história inédita para os fãs de Boruto, criada pelo próprio Masashi Kishimoto.
Através do modo “História Extra”, vamos embarcar numas espécie de isekai em que os personagens foram transportados para dentro de Ninja Heroes, o famoso jogo que todas as crianças da série Boruto participam.

O melhor desse plot principal, além de utilizar a ligação direta com um vilão inspirado em Pain, famoso antagonista da franquia Naruto Shippuden, o próprio Boruto cria um avatar inspirado em seu pai, para viver dentro dessa realidade virtual e nós vamos ser os responsáveis por jogar com um Naruto criado pelo Boruto; como se não fosse o suficiente, temos Sarada jogando como Sakura e Mitsuki como Orochimaru.
Mesmo com um trio de heróis diferentes e com um conteúdo inédito, inclusive os personagens e vilões, a história é simples e funciona como mais um episódio filler da série.

Infelizmente a Bandai Namco perdeu a chance de transformar numa aventura de RPG, mas optou por seguir o padrão da história principal, com sequências animadas sendo interrompidas por diversos combates.
Muito mais, inclusive do mesmo e do bom
O lançamento de Naruto X Boruto: Ultimate Ninja Storm Connections pode enfrentar críticas por apenas repetir fórmulas já conhecidas pelos fãs, fazendo com que alguns jogadores achem que apenas as melhorias gráficas e adições de personagens, que atinge a incrível marca de 130 personagens, não justifique a falta de criatividade para a jogabilidade, que permanece a mesma.

Se analisarmos friamente, deixando o fan service de lado, muitos personagens recebem diversas variações apenas como skins, com poucas ou nenhuma variação nos golpes, habilidades e jutsu. Ao meu ver não é algo negativo, mas pode ser frustrante para os mais exigentes, ao mesmo tempo em que torna-se gratificante para quem cresceu acompanhando a animação, trazendo até mesmo Boruto Uzumaki, Kawaki e Jigen.
O gameplay ainda continua fácil e divertido, com controles intuitivos e permitindo que todos os tipos de jogadores, independente da habilidade, participem de combates dinâmicos, inclusive em partidas online. É extremamente gratificante poder realizar ataques combinados, desbloquear transformações e utilizar a arena como parte da sua estratégia durante as batalhas.

Com muito conteúdo para ser debloqueado, inclusive através do nível dos personagens ao utilizá-los durante as partidas, a CyberConnect2 manteve o cuidado já conhecido para que a trilha sonora acompanhasse o visual, fechando os pontos fortes deste jogo. As músicas conseguem provocar emoções familiares associadas ao anime, intensificando a imersão e proporcionando momentos realmente incríveis durante as batalhas.
Naruto X Boruto: Ultimate Ninja Storm Connections é uma celebração impressionante ao universo de Naruto e ao trabaho de Masashi Kishimoto, indo do começo de tudo aos momentos atuais de Boruto. Para os fãs da animação, principalmente para aqueles que cresceram com o desenho e os jogos, a Bandai Namco oferece uma oportunidade única de interagir com os personagens favoritos e reviver momentos emocionantes.

Tudo numa combinação de visuais deslumbrantes, trilha sonora envolvente e uma mecânica de combate sólida, que conseguem sobrepor a fraca história inédita e a falta de criatividade dos modos história, fazendo deste título uma experiência de jogo cativante.