Review – Elden Ring Nightreign

Elden Ring Nightreign não é um DLC nem um novo game, mas sim um spin-off do consagrado jogo base da FromSoftware, reutilizando tudo que deu certo nele (e no Shadow of the Erdtree) e adicionando ideias novas para compilar um multiplayer que funciona muito bem. Definitivamente não é um game pra qualquer um, inclusive para os próprios fãs de Elden Ring, pois nem todo mundo gosta da experiência cooperativa online. Nightreign é, ironicamente, mais difícil que Elden Ring, seja pela imprevisibilidade ou pelo fato de você jogar com desconhecidos que, muitas vezes, atrapalham a diversão.

Lançado no final de maio, Elden Ring Nightreign promove expedições em trio no qual você precisa sobreviver a três dias de avanço da escuridão antes de enfrentar um chefão. São 8 classes especializadas com aparências, movesets e status predeterminados. Com um gameplay simplificado, focado na exploração rápida e loot com upgrades (dentre outros detalhes que destacarei ao longo do texto), temos uma experiência um tanto quanto contrária à Elden Ring, que mescla um mundo aberto solitário com invasões e cooperação esporádica. Nightreign é rápido, exige estratégia da party e um bocado de sorte.

Sobrevivendo às custas da sorte

Antes de ingressar uma expedição, você escolhe um chefão da noite para enfrentar. Não há uma ordem exata, e conforme você vai derrotando os chefões a história vai se desenrolando, inclusive destravando duas classes inicialmente bloqueadas (a sacerdotisa Duquesa e a necromante Espectro) e coisas pela hub da Mesa-Redonda, como um diário detalhando a jornada individual de cada notívago com rememorações e muita lore. Nas partidas, a noite avança como um limitador de área de um battle royale, fechando o cerco até uma pequena arena onde enfrentará o chefão do dia 1. Ao vencê-lo, a noite é afastada e assim começa o dia 2, repetindo o ciclo com outro chefão. Por fim, o terceiro e último dia te coloca direto contra o chefão escolhido na expedição.

Neste processo, os jogadores enfrentam inimigos comuns e chefes pelo mapa em busca de loot melhor e obter pontos compartilhados de XP para subir de nível (até no máximo 15), além de comprar coisas com os vendedores, caçar baús de tesouro, aumentar o limite de frascos, e interagir com o Poder adormecido, nome dado aos totens de recompensa no estilo roguelike, com 3 opções de melhorias pra escolher. Pra agilizar a coisa toda, você pode carregar até 6 armas sem se preocupar com peso e não toma dano ao cair de grandes alturas, além de poder escalar algumas áreas demarcadas. Se cair em batalha, pode ser reerguido pelos amigos com ataques para quebrar a possessão da noite. Se morrer, retorna com 1 nível a menos. Agora se todos caírem na batalha, a partida acaba.

O problema começa quando você escolhe uma classe, como por exemplo o Corsário (que é porradeiro), e os totens de recompensa não te beneficiam em nada, oferecendo opções como maior dano de magia, melhor alcance de disparo de projétil e recuperação de PF com ataques sucessivos. E isso ocorre com uma certa frequência, infelizmente. De certa forma isso turbina a dinâmica entre os jogadores, um complementando o outro, mas em muitos casos também desbalanceia a partida. Principalmente quando rola classe repetida.

Unidos, venceremos!

A cada partida concluída, você recebe as relíquias encontradas para ativar no altar onde você realiza os ritos, na hub da Mesa-Redonda. Lá você define quais ativar pra cada classe, conferindo efeitos passivos para as próximas partidas. Ou seja: quanto mais você joga, mais você fica preparado para os desafios maiores, como os de evento que mudam toda semana. Se puder jogar com amigos experientes, melhor! Pois não tem nada pior do que cair em uma partida com jogadores ruins, o que acontece bastante nos console.

Apesar da dificuldade elevada em Elden Ring Nightreign, uma boa party aprende rapidinho a combar as habilidades das classes. Aproveitando que citei o Corsário, ele possui uma habilidade que faz erguer um túmulo gigante do chão, perfeito pra deixar um amigo caído protegido no alto enquanto o arqueiro Olho-de-Ferro ou a feiticeira Reclusa atingem ele à distância para salvá-lo. As possibilidades são imensas, o que deixa o jogo bastante divertido por mais que a repetição venha com o tempo. Sim, o mapa é sempre o mesmo, ainda que alguns eventos sejam aleatórios. Seu objetivo é derrotar todos os chefões para então enfrentar o Lorde da Noite e concluir a história do game.

Embora eu tenha gostado muito de Elden Ring Nightreign, tem decisões da FromSoftware que sinceramente não dá pra entender. O que custava ter opção de chat por voz entre os jogadores, pra não ter que depender do Discord? A situação de cair em um time ruim poderia ser facilmente amenizada ao liderar o grupo, dando dicas e direções. E o fato do jogo não ser cross platform quebra as pernas de geral, pois é justamente no PC onde você encontrará a comunidade mais experiente jogando junto.

Vale também rasgar elogios para os novos chefões, um mais bonito que o outro. Eles possuem fases, com comportamentos e ataques que mudam conforme sua barra de vida. O Lorde da Noite então, minha nossa, é uma longa batalha para vencê-lo. Mas é aquela coisa: não seria um jogo da FromSoftware se não fosse difícil e, na mesma balança, gratificante e recompensador. E com as futuras atualizações, tenho certeza de que este as Terras Intermédias ficarão ainda mais convidativas.