A parceria da QUByte Interactive e da Game Nacional continuam a todo vapor e mais um jogo legalzinho está chegando aos consoles. Após encararmos diversos desafios de plataforma na pele de um astronauta em Cosmonauta, agora vamos assumir um cachorro samurai aposentado que recebe a difícil missão de salvar o mundo.
Dogurai é uma homenagem aos jogos do Game Boy clássico e também a toda franquia famosa que possui a dádiva dos ninjas. Com uma premissa simples e divertida, o título não traz nada de inédito, mas consegue te levar de volta para o passado.
Agente Bones, a seu serviço
O jogo é ambientado em um futuro distópico, onde todo o exército e a polícia foram substituídos por robôs, mas é claro que tinha algum plano maléfico por trás disso. O criador desses robôs logo usou seu exército tecnológico para tomar o controle do mundo, obrigando nosso protagonista Bones, um cachorro samurai que trabalhou nas Forças Especiais, a sair da aposentadoria e botar um fim a essa balburdia.
Em nenhum momento vi essas informações dentro do jogo, só encontrei em sua descrição nas lojas das plataformas que está sendo vendido. Isso prejudica sua experiência? De forma alguma! Jogos antigos tinham esse costume de irem direto ao ponto e não se darem ao luxo de inteirar o jogador sobre o que ele está fazendo ali. Geralmente essas informações eram encontradas no manual, mas como Dogurai não tem manual, eles deram seu jeitinho.
Podemos comparar seu gameplay com o bom e velho Ninja Gaiden, mas sem toda a lendária dificuldade do jogo. Quem está acostumado com um ritmo mais frenético pode estranhar, pois tudo é muito lento, mas ainda assim funcional. Você apenas enfrentará diversos desafios de plataforma e eventualmente alguns inimigos, mas a verdadeira dificuldade está nos trechos de pular.
O jogo dispõe de oito fases ambientadas em locais bem diferentes como fábricas, montanhas de gelo, vulcões e tudo de mais clichê que vemos nos videogames. Apesar do Game Boy original só dispor de uma palheta de cores baseada exclusivamente no verde, cada fase traz uma palheta diferente, então teremos fases vermelhas, azuis e laranjas, mas sempre monocromáticas. Quem quiser pode deixar uma cor fixa, basta alterar nas opções para deixar sua experiência mais fiel a de um jogo de Game Boy.
Uma dádiva dos ninjas
Dogurai segue a velha receita de bolo de jogos do gênero lançados na década de 1990. Cada fase possui um chefe no final e, semelhante à Mega Man, você não tem uma ordem linear a seguir, podendo escolher qual a próxima que deseja jogar.
Os combates com inimigos comuns são pouco desafiadores, ainda mais devido às habilidades do nosso cachorro, que pode até soltar uma espécie de limit break devastador (desde que você consiga acertar todos os botões indicados na tela). As lutas mais difíceis são contra os chefes, que arrancam muito mais vida com qualquer tipo de ataque, então já exige um pouco mais de habilidade (mas nada de outro mundo). Quem estiver achando tudo fácil demais, basta alterar a dificuldade para o Hard, limitando o número de vidas e aí sim enfrentando um desafio de verdade.
Os gráficos são bem simples, mas ainda assim satisfatórios. As animações de Bones são boas, mas as dos inimigos deixam a desejar, incluindo as sprites – tive uma dificuldade absurda de identificar a aparência de alguns chefes (alguns eu ainda continuo sem saber o que era). As músicas são bem legais e lembram bastante a de alguns clássicos do gênero, principalmente o primeiro Ninja Gaiden, que tem uma trilha sonora espetacular.
Dogurai é um jogo altamente forjado na nostalgia e uma boa pedida para matar o tempo entre um título grande e outro. Felizmente, ele está sendo vendido a um preço muito justo, então que sirva de incentivo para encarar um mundo em decadência na pele de um doguinho samurai.