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A febre de captura de monstros voltou com tudo e Coromon é a prova viva de que ela está longe de passar. Com a nova alta de Pokémon entre o público, o retorno de Digimon e jogos como Nexomon fazendo o maior sucesso, a TRAGsoft decidiu entrar com tudo neste universo e não fazem feio dentro de um gênero que já está muito bem-estabelecido, trazendo carisma e uma jornada memorável em seu novo game.

Com mais de 100 monstrinhos, um mapa realmente enorme e com uma inspiração clara na franquia mais famosa do mundo em seus tempos de Game Boy Advanced, a produção avança para conquistar o coração dos fãs sem a menor cerimônia. Enquanto alguns taxam como uma das várias cópias ou até uma oportunidade de surfar na onda que voltou a atingir o público, durante minha experiência a única sensação que tive era que a empresa tinha em mãos uma baita homenagem para aqueles que antecederam esta aventura.

Com muito humor, bichinhos que se misturam entre cativantes e verdadeiras feras e uma história até que sólida, vi ali muito respeito e consideração ao que foi construído ao longo dos anos. Brincadeiras como “você pode carregar até seis criaturas, não me pergunte a razão” e “pode não fazer sentido este tipo ser super-efetivo no outro, mas funciona” servem para relembrar as regras que estamos cansados de saber e ver que nem saíram de nossa memória.

Imagem do jogo Coromon
Coromon é uma bela homenagem ao gênero

Bem-vindo a Lux Solis

Em Coromon você é um funcionário da Lux Solis, uma mega corporação que prepara treinadores para diversas missões e tarefas ao redor do continente. A sua será coletar a essência dos titãs, monstros colossais que detém um poder absurdo em mãos. Como há talento em você, eles decidiram te enviar para vários lugares e realizar o procedimento enquanto um mal alienígena surge com intenções maléficas.

Com os lugares separados por rotas, viajará entre elas capturando tudo que encontra pela frente, evoluindo suas criaturas e derrotando outros domadores ao longo do caminho. Para mim, parte dele já me conquistou logo de cara quando vi a tradução mais do que especial ao português. Me fez imaginar porque certos títulos por aí não tem ao menos isso, com tudo se encaixando de forma natural conforme você compreende o que está na tela.

Outra coisa que eu gostei bastante por lá foram os designs dos monstros. Ali não vi puras cópias ou coisas muito semelhantes ao que temos em Pokémon, por exemplo. Há um conceito diferente e que torna a aventura em um ambiente próprio. Alguns dos meus membros da equipe eu não fazia a menor ideia do que se tornariam em suas evoluções e, enquanto alguns são uma grata surpresa, outros são tão esquisitos quanto a série homenageada.

Imagem do jogo Coromon
Os monstros não parecem ser cópia das demais franquias

Enquanto viaja, também há vários tipos diferentes de locais em Coromon. Entre praias onde está rolando a maior tempestade e campos verdes no sol da manhã, há uma diferença absurda entre eles e alguns ficarão marcados em sua memória. Devo também adiantar que há uma caverna na qual achei que seria algo tão rápido quanto um Monte da Lua, por exemplo e passei horas preso lá enfrentando bichos distintos e desvendando os puzzles.

A prévia contra um dos titãs também é algo bem demorado, me dando a sensação de que o time de desenvolvimento passou um baita tempo pensando em puzzles e deixando eles funcionais aos jogadores. Neste aspecto, estão de parabéns e concluo que houve muito amor ao criar tudo isso. Realmente senti um carinho enorme para não desrespeitar as memórias que criamos ao lado das demais franquias e gerar um ambiente próprio para crescer. Tentando buscar o seu lugar ao sol, aqui tivemos um daqueles que podem se tornar bem relevantes no futuro.

Imagem do jogo Coromon
E para fechar esse puzzle aí?

De 8 ao 80 em Coromon

Porém, para isso, a equipe da TRAGsoft vai ter de corrigir algumas das principais falhas do projeto que tem em mãos. Ele é levíssimo e roda até no PC da Xuxa, porém não se deixe enganar pela facilidade de acesso. Tentei no meu notebook, um equipamento mediano e em um PC Gamer completo e em ambos experimentei travamentos nas músicas e uma queda absurda de frames ao iniciar a sessão.

Sabe quando você tenta abrir várias abas e em alguma está tocando um som estranho, que fica travando enquanto não descobre de onde vem? É isso, parece que conforme ele carrega as informações de som, sprites, movimentações e afins, você vai experimentar uma longa série de pequenos delays que representam uma má otimização para mim. Creio fielmente que uma atualização consiga reverter isso, mas até o momento não vi nem sinal de algo assim.

Este é um grande contraste com a qualidade do material que experimentei, principalmente com tantas opções de personalização que ele oferece. Coromon tem poucas dificuldades para selecionar, mas dá para escolher várias modificações opcionais que vão desde coisas simples como limitar os encontros aleatórios até todo o conceito de Nuzlocke que estamos cansados de ver nos demais títulos do gênero.

Imagem do jogo Coromon
Apesar da performance, ele se mantém sólido em sua proposta

Neste aspecto, realmente fiquei surpreso com tudo o que vi e torço para que um update melhore a experiência geral do usuário. Conteúdo está demais e não vi um problema sequer para reclamar dele, tratando tudo com muito charme e diversão na medida certa. Apenas em questão da performance que incomodará os mais céticos, tornando parte do jogo em algo mais chato aos jogadores.

Ainda que isso incomode, eu não diria para você deixar Coromon de lado ou esperar por essa tal atualização. Dá para aproveitar bastante da mesma forma e curtir o jogo como qualquer outro ou até mais do que a concorrência. Saindo como uma bela homenagem, será difícil largar dessa joia enquanto estiver explorando tudo o que tem ali para oferecer. E se você é dono de um Nintendo Switch, pode esperar que logo ele estará chegando na plataforma também e contará com cross-play. O caminho deles é brilhante, só resta saber se vão melhorar o que criaram e fazer jus a tudo o que construíram ali.

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