Review – BZZZT

Há quase um ano, um simpático indie chamado BZZZT foi lançado exclusivamente para PC. Desenvolvido por um lobo solitário conhecido como KO.DLL (ou Karel Matejka, para os íntimos), o jogo surpreendeu a todos com um visual extremamente charmoso e level design de cair o queixo, compilando o auge dos games de plataforma em um título simples e divertido.

Finalmente chegou o momento dos jogadores de console experimentar essa joinha rara! BZZZT chegou ao Nintendo Switch e devo dizer: não existe plataforma melhor para jogar esse tipo de game. Se você é fã de jogos retro e, acima de tudo, dos incontáveis títulos de plataforma que marcaram época nas décadas de 1980 e 1990, esse aqui é para você!

Revolução das máquinas

Apesar de não ser um jogo focado em história, BZZZT traz um enredo bem simples para justificar todos os seus acontecimentos. Aqui assumimos o papel de um simpático robozinho criado pelos doutores Norbert e Emily. Durante seus testes iniciais, o laboratório acaba sendo atacado por um cientista louco chamado Badbert, cujo objetivo se limita ao clássico “dominar o mundo”. Cabe ao nosso robô superar todos os desafios do vilão para salvar o dia.

Isso até pode parecer muita história, mas esse jogo mal tem cutscenes! O plot é contado aos poucos no meio da ação, conforme avançamos pelas fases. Esse é um daqueles games que vão direto ao ponto, sem muita conversa ou enrolação – você simplesmente aperta Start e já começa a jogar, como nos bons e velhos tempos.

BZZZT traz 52 fases com os mais diversos desafios de plataforma. A dificuldade aumenta gradativamente, então de início tudo é muito fácil para depois o bicho pegar para valer. No começo, o robô sabe apenas pular, mas conforme avançamos, vamos desbloqueando novos movimentos que serão muito bem explorados nas fases seguintes.

Esse é o principal brilho do jogo. Seu level design é realmente primoroso, trazendo desafios divertidos, estimulantes e variados. 52 fases podem parecer muito, mas todas são muito curtinhas e, no geral, podem ser concluídas em menos de 1 minuto. É claro que você morrerá incontáveis vezes em muitas delas, mas no fim das contas, as chances de terminar a campanha querendo mais são bem altas.

Excesso de fofura

Um dos fatores que mais chamam a atenção em BZZZT é o seu pixel art, que cativa só de olhar. Tanto os personagens quanto os cenários são muito bem feitos e detalhados, além de bem animados. É um verdadeiro deleite para os olhos acompanhar os diferentes ambientes que passamos ao longo de cada estágio, enriquecendo ainda mais a experiência.

Contudo, existe um detalhe que talvez atrapalhe um pouco os jogadores do Switch. A câmera se posiciona em um ângulo distante, garantindo um amplo campo de visão para que possamos enxergar a fase como um todo. Você consegue ter noção de todas as armadilhas que lhe aguardam adiante, mas consequentemente, o personagem fica pequeno demais na tela. Quem jogar no modo portátil pode acabar se enrolando mais por causa disso.

O tempo de jogo varia totalmente de acordo com a habilidade de cada um, mas no geral é um título curto. Mesmo morrendo incontáveis vezes, é bem provável que você termine este aqui em apenas duas ou três horas, no máximo. Contudo, não considero isso um ponto negativo; acho que o dev realmente demonstrou maestria em cada fase criada aqui, priorizando qualidade ao invés de quantidade.

O único ponto negativo do jogo fica a cargo dos colecionáveis, que acabam sendo completamente inúteis no Switch, já que o console não conta com um sistema de conquistas. Todas as fases trazem desafios adicionais como coletar uma quantidade específica de parafusos ou terminar dentro de um tempo pré-determinado. Se desafiar a fazer tudo isso é legal, mas não haverá recompensa alguma no final. Senti falta de uma utilidade extra para os parafusos, como comprar skins novas para o robô, por exemplo.

Ainda assim, tudo isso não passa de detalhes que não ofuscam o brilho deste jogo. BZZZT é um dos melhores títulos de plataforma 2D que você vai jogar este ano – e o mais legal é que ninguém pode esperar isso antes de experimentar! Esse é um daqueles games que nos surpreendem positivamente e nos ganham pela sua simplicidade. Muitas vezes, menos acaba sendo mais.