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Em 2010, saía um jogo bizarro da PlatinumGames chamado Bayonetta. Um game nipônico que causou muita polêmica (no ocidente) pela exploração da protagonista que faz altas poses sugestivas. Polêmicas à parte, trata-se de um hack and slash espetacular e frenético. Sete anos se passaram e Bayonetta está de volta, desta vez para a tão solicitada plataforma PC. O game ganhou resolução 4k, várias opções gráficas, roda liso em 60 FPS e de quebra tem conquistas e cartas colecionáveis no Steam. Já a edição digital de luxo inclui também a trilha sonora, um livro de arte digital, avatares e wallpapers.

Tirando as melhorias para esta versão de PC, o jogo é exatamente o mesmo dos consoles. E, para a minha surpresa, este é um port bastante decente. Não que vá rodar 100% em qualquer PC, mas nem sempre vemos ports com este empenho. Portanto quem nunca jogou Bayonetta, eis a chance de conhecer um excelente game de ação. Agora se você já jogou, vale sim conferir novamente esta versão definitiva, principalmente pelo baixo custo.

7 anos depois e continua incrível

Quando Bayonetta deu as caras pela primeira vez na mídia, logo imaginei que o jogo seria uma bomba. Uma bruxa sexy com armas acopladas nos pés? Parecia exagero para mim. Algo que na cabeça de Hideki Kamiya, o criador de Devil May Cry e Viewtiful Joe, é completamente normal. Depois de jogar e terminar o game, fiquei surpreso com a sua qualidade. Bayonetta realmente diverte, provoca, e impressiona.

Na história, as Umbra Witches estão em guerra contra os Lumen Sages. Umbra Witches é formado por mulheres bruxas, que utilizam os poderes da Lua. Já o Lumen Sages é formado por homens, que trabalham com a luz e fazem uso do poder do Sol. As duas facções dividem um tesouro chamado The Eyes of The World, que foram separadas em duas partes – Left Eye e Right Eye. Quando estes dois tesouros somem, as facções entram em um conflito interminável.

Um beijinho pras inimigas.

Defendendo as Umbra Witches está Bayonetta e Jeanne, duas belas bruxas que lutam contra as criaturas celestiais. Bayonetta foi revivida nos tempos atuais, sem memória. Detentora de poderes mágicos, sua batalha contra as forças do paraíso continua. A razão desta batalha esconde-se em seu passado, assim como sua ligação com o Inferno e a outra bruxa, que possui as mesmas técnicas de combate, magias e habilidades com as armas de Bayonetta.

Enzo, um informante que não fecha a matraca (cujo perfil e voz lembra o ator Joe Pesci), e Rodin, proprietário de um bar, formam o ciclo de amigos da Byonetta no início da aventura. Enzo oferece informações importantes para guiar Bayonetta em sua missão, enquanto Rodin oferece as armas e acessórios. Posteriormente você conhece Luka, um jornalista que persegue Bayonetta ao acreditar que ela tenha matado seu pai, e uma misteriosa garotinha chamada Cereza.

O jogo se desenrola em 15 capítulos, além do prólogo e epílogo. Cada capítulo é dividido em vários estágios sendo que, ao completar um deles, seu desempenho é calculado e dado como uma moeda (que varia de pedra a platina pura). Este cálculo é uma média tirada dos combos realizados, tempo que você levou para concluir o estágio, dano recebido, pontos de bônus, continues e itens usados. Ao completar um capítulo, é feito a soma de todas as moedas, lhe premiando com um troféu (platina, ouro, prata…). Detalhes que não adicionam nada ao game, mas que são um prato cheio para os jogadores mais experientes e que desejam destravar todas as conquistas do game.

Rodando a 60 FPS, Bayonetta fica ainda mais rápida.

Jogabilidade frenética e inovadora

Bayonetta dispõe das suas pistolas Scarborough Fair, com munição infinita, e dois tipos de golpe: de braço e de perna. Estes golpes podem ser customizados com outras armas que você adquire durante o jogo, como as espadas Shuraba e Angel Slayer, as espingardas Onyx Roses, Durga (garras elétricas e de fogo), Odette (patins de gelo), e o chicote Kulshedra. Com estas armas, os combos se tornam bastante numerosos e bonitos de assistir. Ainda mais quando utilizada as armas dos inimigos, que caem no chão e duram um certo tempo.

As armas podem ser selecionadas em dois grupos, A e B, que permitem serem alternadas durante o jogo. Bayonetta dispõe também de uma série de magias como a Witch Time, Torture Attacks, Wicked Weave e Infernal Demons. A Witch Time é ativada ao esquivar de um ataque inimigo, deixando o tempo mais lento para contra-atacar. Serve também para andar sobre a água e passar por áreas perigosas. Torture Attacks são máquinas de tortura conjuradas pela bruxa, que acabam com o inimigo em um único ataque. Dama de Ferro, guilhotina, túmulo e ataque de motosserra são alguns exemplos. Wicked Weave são os ataque de cabelo, disparados ao finalizar um combo. E por último temos os Infernal Demons: demônios conjurados com o cabelo da Bayonetta e executados quando “Climax” aparece na tela, geralmente durante as batalhas contra os chefes de fase.

Para completar tem o bar do Rodin (chamado The Gates of Hell), onde você pode comprar itens, armas especiais, acessórios que dão habilidades extras, técnicas (novos movimentos e ataques), e itens especiais que fazem parte do tesouro de Rodin (roupas, pulseiras, etc). Porém vários dos produtos da loja são caros, sendo acessíveis após terminar o game pela primeira vez – o jogo mantém o seu dinheiro e tudo o que já comprou. E, pra ajudar a conseguir mais itens ou dinheiro (representado pelas argolas do Sonic), ao final de cada capítulo você joga o minigame de tiro ao alvo Angel Attack.

Um dos chefes colossais do game.

No combate, o jogo esbanja qualidade. É fácil controlar a heroína e seus inúmeros golpes. E divertido de ver os inimigos se despedaçarem em golpes exagerados e cheio de poses sensuais. Bayonetta é realmente sexy, mas seu apelo sexual não chega a incomodar. Pelo contrário: oferece charme ao jogo. Ver a bruxa ficar seminua apenas com seu longo cabelo cobrindo as partes íntimas, durante um ataque especial, realmente chama a atenção. Não apenas pela sensualidade, mas também pelo entretenimento da ação. Talvez a única ressalva seja as dancinhas durante suas invocações demoníacas, o que deixa tudo escrachado e exagerado demais.

Conforme o jogo avança, você coleta livros que contam mais detalhes sobre as Umbra Witches, os Lumen Sages, e a cidade sagrada de Vigrid. Destruindo objetos dos cenários, você coleta itens como pirulitos (8 tipos de 4 cores e efeitos diferentes), ingredientes para composições, medicamento contra a morte, flauta mágica, peças de discos, e etc. Com os ingredientes, na interface de menu, você pode misturá-los para fabricar itens.

O visual do jogo é outro detalhe que impressiona. Os ambientes e cidades são cheios de vida, com efeitos visuais de encher os olhos. Os inimigos são inventivos, belos, esquisitos, e oferecem muitos desafios. Apesar de encherem a tela, em momento algum eles atrapalham a visibilidade da ação. Até mesmo as pequenas batalhas impressionam, fazendo o jogador se sentir extremamente ágil e poderoso.

Chutando a cara do chefão com estilo e bruxaria.

Vale a pena jogar de novo

No geral, o jogo mescla ação frenética com exploração e alguns quebra-cabeças bem simples. Agora o melhor de Bayonetta, sem sombra de dúvida, são as batalhas contra os chefes celestiais. Elas são simplesmente sensacionais, inclusive a batalha final contra o Criador. Após terminar o jogo, você abre os extras Gallery (”The World of Bayonetta”, que inclui: artes conceituais, modelos 3D, trilha sonora completa e o videoclipe “Let’s Dance, Boys!“) e Umran Tears of Blood, onde ficam listados todos os achievements (ou trophies) do game.

Bayonetta é um jogo fantástico e muito bem produzido. Personagens carismáticos, batalhas de proporções épicas e a excelente trilha sonora compõem esta obra prima da Sega. A história, cheio de exageros, consegue divertir pela simplicidade e humor. É só uma pena que a produtora do jogo, a PlatinumGames, tenha optado por misturar as cenas de animação 3D com filmes de fotografia e cenas estáticas, tirando a graça em sua forma de contar a história. E, como todo jogo que se preze, sempre há bugs. E aqui, os mais graves são vistos no Capítulo VIII (Route 666), em que Bayonetta pilota uma motocicleta. Mas nada que atrapalhe a diversão oferecida por este “non-stop climax action game”.

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