BALL x PIT chegou para te levar ao fundo do poço, literalmente. Apesar disso, o lugar não é tão ruim quanto o ditado faz parecer, só vai ser difícil sobreviver dentro dele. Os confins deste lugar revelam uma aventura frenética e desafiadora, mas que traz muitas recompensas e logo se torna viciante.

Desenvolvido pela Kenny Sun, este é um roguelite que mistura caos, estratégia e centenas de bolas em uma mecânica clássica de rebater projéteis. Claro que toda essa maluquice tinha que contar com a Devolver Digital – só por isso, a curiosidade já fica no ápice, e devo adiantar: é uma doideira que funciona.

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Pulando de cabeça nas profundezas de Bolalônia

A loucura de BALL x PIT começa quando uma espécie de óvni cai como um meteoro sobre a cidade de Bolalônia. Além de dizimar a superfície da cidade, o objeto perfura o solo, abrindo um imenso fosso que parece não ter fim. Guerreiros e caçadores de tesouros vêm de todos os lugares para saquear o que restou da grande cidade.

Os mais corajosos começaram a descer por um elevador improvisado, descobrindo que as profundezas guardam muitos tesouros terrestres e também alienígenas. O problema é que poucos retornam à superfície, já que o lugar está tomado por criaturas sombrias – fica a dúvida se tudo veio do espaço ou se são habitantes das profundezas.

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Aqui você enfrentará percursos que misturam explosões, hordas intermináveis de inimigos e muitos tipos de armas para utilizar, além de uma esfera poderosa que aprimora suas habilidades ou cria novos projéteis. Pense em uma mistura de Peggle, Vampire Survivors e Hades. O resultado? Um roguelite de ação num ritmo caótico e altamente viciante, onde o replay será constante.

Com uma visão top-down, BALL x PIT tem comandos simples: mova-se para os lados, atire com o ZR ou ative o tiro automático para facilitar. Por fim, use o analógico direito para mirar. Combine esses comandos à sua estratégia, pois a fase se movimenta sozinha e as hordas estão vindo em sua direção. Para vencer, não adianta mirar de um em um, lembrando que as bolas vão ricochetear pelas paredes – dá pra usar isso a nosso favor e causar ainda mais explosões.

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Conforme progredimos no percurso, há uma colheita abundante de pontos de experiência. Pouco a pouco subimos de nível dentro da partida, e é através disso que podemos adquirir novas armas, magias e efeitos. Também dá para aprimorar o que já possuímos – vai depender das opções que surgirem a cada melhoria.

Ao todo, são 8 opções de armas e efeitos que podemos carregar ao mesmo tempo e cada uma delas podem ter até 3 níveis de upgrades, causando um verdadeiro show de partículas.

Algumas esferas possuem poderes de fogo, elétricos, venenos e outras são mais malucas, como os vampiros que mordem os inimigos. Também dá pra invocar aliados ou itens que sobrevoam ajudando nos tiroteios. Já as magias podem causar tremores no chão e raios laser que percorrem a tela de ponta a ponta. Uma pena, porém, não haver um modo multiplayer local, seria muito bem vindo.

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O sistema de fusão é a estrela de BALL x PIT

São mais de 60 variações de bolas disponíveis, e a cereja do bolo é a possibilidade de combiná-las para criar novos efeitos. O jogo recompensa a experimentação: uma fusão pode gerar uma bola que congela inimigos, outra que ricocheteia infinitamente ou até uma que explode em mini-bolas após o impacto. É impensável qual será o resultado de cada uma das fusões, mas todas garantem boas surpresas.

Visualmente pode parecer simples, mas acaba sendo muito fluido e viciante – quanto mais misturamos, mais surpresas encontramos. As fusões acontecem quando coletamos as esferas coloridas; elas também permitem aprimorar o nível de certos armamentos e ainda trazer evoluções juntando duas armas que possuem sinergia, podendo formar uma nova arma. Honestamente, não fica claro qual é a diferença entre fusão e evolução. O importante é que, neste laboratório de caos, dominar essas combinações será essencial para sobreviver nas camadas mais profundas deste poço.

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As fases possuem um roteiro de hordas com dois mini chefes e, ao final do percurso, surge o chefão. Estes momentos rendem batalhas insanas e tiroteios ainda mais complexos. Ao vencer as fases, você retorna à superfície de Bolalônia com todas as suas merecidas recompensas e ainda com uma engrenagem que ajuda a melhorar este elevador.

Só vale dizer que serão necessárias duas engrenagens para avançar entre as fases, ou seja, vencer duas vezes será o requisito para progredir. Felizmente, as partidas são sempre únicas, então não é um replay cansativo.

Além disso, existem diferentes personagens para desbloquear que mudam um pouco as armas iniciais. Cada um deles também possui atributos próprios, tornando a experiência levemente diferente. Somando todas as possibilidades, BALL x PIT garante uma jogatina bastante variada e com muita coisa para desbloquear, o que é ótimo e nos prende por horas.

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Regressando à superfície

Fora do poço, você também tem atividades para fazer. Você e seus personagens são os responsáveis por criar a nova Bolalônia. Com os recursos adquiridos, é possível construir edifícios, campos de coleta de materiais e até monumentos que reforçam suas vitórias. Cada construção vai render bônus às suas aventuras nas profundezas. A combinação é interessante, pois acaba sendo uma pausa necessária entre as fases, sem sair do jogo.

A coleta de itens na nova cidade de BALL x PIT também utiliza a mecânica clássica de atirar e rebater, neste caso mirando os próprios personagens para percorrer entre as construções. Com o tempo, dá para automatizar alguns trabalhos, assim ganhamos recursos enquanto curtimos as partidas lá embaixo.

Uma ressalva é que, às vezes, fica uma sensação de avanço lento sobre esses edifícios, pedindo algumas partidas até vermos, de fato, elas em funcionamento.

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Cada camada do poço tem uma ambientação própria: passamos por desertos, cavernas congeladas, florestas caóticas e os inimigos possuem padrões bem distintos, seguindo o tema de cada fase. Se você quer mais detalhes de cada item do jogo, vai ficar feliz em saber que existe uma enciclopédia e dá pra ter informações de todos os inimigos e esferas.

A diversidade visual de BALL x PIT é um dos pontos altos: o pixel art é vibrante, o número de partículas na tela é absurdo (às vezes até demais, confundindo o que é nosso e o que é contra nós), mas tudo deixa o ritmo quase hipnótico.

Já a trilha sonora acompanha o ritmo frenético de uma maneira bastante agradável, ela consegue ser sutil ainda que tudo esteja uma loucura, mas também tem seus momentos de maior ação sempre em conjunto com as partidas e seus combates.

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De maneira geral, BALL x PIT é bonito, mas jogando no modo portátil, em alguns momentos é difícil ler as informações dos menus e da interface. Até existe uma opção de colocar textos em alta resolução, mas não resolve totalmente. O visual em pixel da cidade também acaba sendo um pouquinho confuso de visualizar. Na TV, tá tudo certo – a composição fica bem bonita.

Apesar de ter jogado a maior parte do tempo no Nintendo Switch 2, esta é a versão para o primeiro Switch onde também fiz testes, ambos apresentam bom desempenho mesmo quando há muitas partículas na tela. Ainda assim, logo uma versão para o novo console vai chegar, podendo trazer maior resolução de tela e quem sabe outras novidades – uso do mouse para mirar, já pensou?

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Mesmo com uma curva de dificuldade que pode ser bastante exigente e alguns momentos de confusão visual, o jogo acerta em cheio no que se propõe: ser um jogo explosivo, estratégico e com alma própria.

BALL x PIT não é fácil. As primeiras partidas podem ser punitivas, e dominar as fusões leva tempo. Mas, quando tudo se encaixa, quando você combina as bolas certas e vê a tela inteira se transformar num espetáculo de destruição, o jogo atinge aquele ponto mágico de satisfação. E aí não tem mais volta: vamos querer chegar cada vez mais no fundo do poço.

83 %


Prós:

🔺Sistema de fusão original e viciante
🔺Partidas junto com a construção de base muito bem integrado
🔺Estilo visual caótico, porém satisfatório
🔺Boa diversidade de heróis e biomas
🔺Alta rejogabilidade e fator surpresa

Contras:

🔻Construção da nova Bolalônia pode ser lenta
🔻Textos e alguns visuais no portátil são um pouco difíceis de interpretar
🔻Faltou um multiplayer local

Ficha Técnica:

Lançamento: 15/10/2025
Desenvolvedora: Kenny Sun
Distribuidora: Devolver Digital
Plataformas: PS5, Xbox Series, PC, Switch e Switch 2
Testado no: Switch 2

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