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Já faz quase 20 anos que o simpático ninja Goemon não recebe um novo jogo. Infelizmente, é improvável que veremos o personagem dando as caras novamente, mas ao menos podemos contar com seu sucessor espiritual: Bakeru! Esse título estreante foi desenvolvido pelo estúdio japonês Good-Feel, que tem como fundador e presidente Etsunobu Ebisu – ex-funcionário da Konami e a principal mente por trás da franquia Mystical Ninja.

Originalmente, Bakeru foi lançado exclusivamente no Japão no fim de 2023, então ninguém esperava vê-lo no ocidente tão cedo. Menos de um ano depois, enfim temos a oportunidade de aproveitá-lo em sua totalidade, com textos totalmente traduzidos para o inglês e leves melhorias no gameplay. Esse é um título obrigatório para todos os amantes de plataforma 3D!

Nasce um novo herói

Toda a história de Bakeru gira em torno de diversos contos do folclore japonês, misturando o Japão moderno com elementos da sua mitologia. A Terra do Sol Nascente está prestes a ser dominada por um grupo maléfico de yokais, que criaram um festival bizarro para expandir sua influência no território. Agora, cabe aos guaxinins enfrentarem essa nova ameaça – mais especificamente ao Bakeru, que se destaca em combate na sua forma humana.

O enredo do jogo é contado em cutscenes no estilo de histórias em quadrinhos e, no geral, é bastante descontraído. A arte é bem feita e os personagens possuem designs marcantes, além do fato de toda a proposta ser muito cativante. É impossível não gostar desta releitura do Japão que mistura realidade com folclore!

A campanha é dividida em mais de 50 fases e todas seguem um estilo de plataforma 3D semelhante a jogos como Kirby and the Forgotten Land e Super Mario 3D World – é válido ressaltar que a Good-Feel já tem um longo histórico de parceria com a Nintendo, então as inspirações são mais que óbvias. Os estágios são amplos e lineares, dando uma certa liberdade de exploração ao jogador.

O estilo do jogo por si já é muito divertido, mas os devs tiveram o cuidado de se certificar que ele não se tornasse enjoativo ao longo do tempo. Diversas fases consistem em minigames variados que fogem da rotina de exploração e combate, evitando que a campanha caia na mesmice. Ao longo de aproximadamente 10 horas de duração, o modo história mantém a excelência do início ao fim.

Guerreiro do taiko

O combate de Bakeru é outro ponto positivo, já que ele não se limita a entregar somente o básico. O jogo é claramente direcionado para um público mais infantil, então desafio não chega a ser o forte aqui; contudo, as mecânicas de luta não deixam de impressionar, sendo necessário utilizar dois botões diferentes para criar uma grande variedade de combos.

Bakeru utiliza um taiko para lutar, empunhando uma baqueta em cada mão e utilizando o tambor como escudo. Devemos utilizar o L ou o R para atacar com a baqueta correspondente, variando entre esquerda e direita. Mesmo no improviso, ainda é possível criar muitos movimentos legais! Nesta versão localizada, o estúdio ainda atualizou alguns combos, removendo sequências pouco utilizadas e adicionando novas que serão mais úteis.

Ao derrotar chefes, Bakeru desbloqueia algumas transformações baseadas em outras figuras do folclore japonês. Cada uma delas garante um novo conjunto de movimentos em combate, além de poderes exclusivos. Todas são muito divertidas de usar, mas se você estiver achando as batalhas fáceis demais, saiba que esses power-ups vão reduzir ainda mais o nível de desafio (que naturalmente já é baixo). Independente da transformação, Bakeru sempre fica muito apelão.

A parte técnica é o único ponto que deixa um pouco a desejar. Começando pelo lado positivo, Bakeru é um jogo muito bonito, que faz bom uso da capacidade do Switch; seja jogando no modo portátil ou pela televisão, seus cenários coloridos e cativantes enriquecem a atmosfera do game. Contudo, o desempenho é bem inconstante – hora está rodando em 60 fps e, subitamente, retorna para os 30 fps, lutando muito para se manter nessa faixa.

Todos gostamos de jogar com framerate alto, mas acho que poderiam ter deixado tudo travado nos 30 fps, já que o jogo não consegue segurar seu desempenho nesse padrão mais elevado. No demais, o único fator que acredito que possa incomodar algumas pessoas é a dificuldade, que no geral é baixa e carece de desafio. Contudo, isso não chegou a prejudicar a diversão durante minhas jogatinas.

Apesar de assumir o manto de “novo Goemon”, Bakeru é muito mais do que isso. Trata-se de um jogo inteiramente novo e com personalidade própria, entregando tudo e mais um pouco: campanha divertida, combate refinado, personagens carismáticos e mais. Esse é o tipo de jogo que qualquer pessoa quer ter no seu Nintendo Switch!

90 %


Prós:

🔺 Esbanja carisma e personalidade
🔺 Combate refinado e com transformações interessantes
🔺 Fases com exploração e minigames diversos
🔺 Divertido do início ao fim

Contras:

🔻 O framerate é bem inconstante
🔻 A dificuldade baixa pode incomodar algumas pessoas

Ficha Técnica:

Lançamento: 03/09/2024
Desenvolvedora: Good-Feel
Distribuidora: Spike Chunsoft
Plataformas: Switch, PC
Testado no: Switch