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Alquimia, a ciência suprema, capaz de transformar qualquer matéria em ouro, manter as pessoas jovens para sempre, aumentar infinitamente o conhecimento de um através da infame Pedra Filosofal. Inúmeras são as lendas sobre esta misteriosa ciência antiga e muitos se embasaram nela para escrever suas histórias, contos e aventuras, sempre se renovando e aprimorando com o tempo. Agora, mais uma vez, a série Atelier traz o tema em seu novo jogo Atelier Lulua: The Scion of Arland.

Sendo o meu primeiro contato com a série que já vem sendo lançada desde 1997, conquistando uma grande quantidade de fãs mundo a fora e agora temos a entrada de uma nova alquimista para a imensa trupe de protagonistas da série. A jovem Elmerulia Frixell, mais conhecida por Lulua por amigos e conhecidos, irá partir em uma aventura muito maior do que a garota espera em busca de seu lugar no mundo da alquimia e para descobrir os segredos do misterioso Alchemy Riddle.

Açucarado, até demais

Atelier Lulua: The Scion of Arland é a mais nova entrada na série principal dos jogos da série Atelier, desta vez voltando para a localidade mais amada dos fãs da série, Arland. No jogo, conhecemos a história de Elmerulia Frixell, nossa Lulua, filha da mais famosa alquimista da série de jogos, Rorolina Frixell, chamada de Rorona e protagonista de Atelier Rorona: The Alchemist of Arland. O jogo produzido pela Koei Tecmo lembra muito visualmente a série Tales, mas senti uma grande diferença jogando este título.

O começo da história é bem básico e até clichê para a receita de anime. Lulua está treinando para se tornar uma famosa alquimista como sua mãe e sua mestra, mas como podemos perceber, a mesma é um tanto quanto estabanada e agitada, não conseguindo se concentrar tão bem nos estudos. Porém um dia o Alchemy Riddle cai em sua cabeça, um livro de alquimia que apenas ela pode ler, com diversas receitas que devem ser desvendadas por Lulua em suas aventuras.

Imagem do review de Atelier Lulua: The Scion of Arland
Se eu comecei, vou até o final também

Após desvendar um pouco do conteúdo do Alchemy Riddle, Lulua recebe uma carta do Ministério de Alquimia de Arland, dizendo que o “alvará” do atelier de sua mãe está para vencer e caso não seja renovado Rorona terá de fechar as portas. A partir deste momento Lulua, sua amiga Eva, o espadachim Aurel, sua mestra Piana partem em direção a Arland para renovar a licença do atelier e, por ventura, ajudar Lulua no seu crescimento como alquimista.

É uma história bem simples em relação a outros títulos de J-RPG, mas para o estilo da série que vem sendo lançada a mais de 20 anos, a receita parece funcionar muito bem. Atelier Lulua: The Scion of Arland parece se basear bastante em Atelier Rorona, tendo em vista que é um segmento direto da história, trazendo não apenas Rorona mais uma vez na história, mas muitas outras protagonistas de outros jogos como as alquimistas Mururu e Totori. Ainda sendo simples, a história conta com algumas reviravoltas interessantes, mas contar sobre as mesmas aqui seria estragar a experiência futura de quem for jogar.

Imagem do review de Atelier Lulua: The Scion of Arland
Você sabe que o jogo é revolucionário quando a premissa é pagar o boleto do alvará.

O sistema de combate de Atelier Lulua: The Scion of Arland é o clássico sistema de combate por turnos de J-RPGs, cada personagem possui suas habilidades e características distintas de combate. Podemos equipar até cinco membros na party, três ficam a frente, combatendo os inimigos, enquanto os outros dois servem como suporte na retaguarda. Os personagens de suporte contam com habilidades que são ativadas durante o combate, curando ou fortalecendo aliados e até mesmo atacando.

Ainda é possível utilizar a intromissão, quando carregada, essa habilidade permite que personagens equipados com bombas ou outros itens de arremesso atravessem o próximo turno e façam um arremesso explosivo antes do próximo turno, o que pode acabar causando uma reviravolta. Há também uma barra de Ultimate Attack, que permite o jogador utilizar uma habilidade devastadora nos inimigos.

Para que possamos criar os itens do Alchemy Riddle, devemos buscar pelas áreas que visitamos ingredientes espalhados, como grama, frutas, água, frutas, peixes, rochas e muitos outros. O avançar na história é um fator delimitante para se conseguir determinados itens, seja por quests principais ou secundárias, elas liberam capítulos do livro e permitem a criação de itens e ferramentas novas. Existem pedras que só podem ser quebradas com determinadas ferramentas, criaturas que precisam de ferramentas específicas para serem capturadas e até mesmo caminhos que só poderão ser abertos com determinadas receitas.

O mágico Ficus é de longe o meu personagem favorito do jogo.

Poção barata? Lá no Atelier Lulua!

O sistema de criação parece ter recebido um reforço em relação aos antigos títulos da série. Em Atelier Lulua: The Scion of Arland agora existe o novo sistema de despertar – Awakening System – que permite aos jogadores criar itens com características especiais, tornando cada item único. Sempre que criamos um item novo, ganhamos experiência alquímica, que permite que subamos o nível de alquimista de Lulua, permitindo que a mesma crie itens cada vez mais poderosos e úteis.

Os gráficos do título são o que podemos esperar de um jogo do estilo, contando com personagens sempre alegres, cores vibrantes e criaturas bem infantis, o que me pegou um pouco de guarda baixa, pois espetava criaturas um pouco mais bem trabalhadas. Grande parte dos locais de Atelier Lulua: The Scion of Arland são muito repetitivos, se você viu um hotel, viu quase todos, se viu uma floresta, viu quase todas e por ai vai. A trilha sonora também deixa a desejar, sendo pouco impactante ou impressionante, sendo algo mais padrão do que algo realmente marcante.

Imagem do review de Atelier Lulua: The Scion of Arland
Sopa para os brothers, com um toque de chá mate.

Um dos maiores problemas que tive com o jogo é o fato do save ser manual e ser totalmente fora de vista do jogador, para salvar podemos apertar o botão de menos enquanto no mapa do mundo do jogo, ou enquanto checamos o quadro de anúncios dentro do atelie de Piana. Outro problema que tive e a questão da personalidade de Lulua, baseada no arquetipo de personagem “moe” sendo sempre fofa e energética, o que pode ser algo extremamente irritante depois de um tempo, sem contar que eu realmente detesto esse arquétipo de personagem, mas até ai é algo pessoal.

Para os fãs de longa data da série, Atelier Lulua: The Scion of Arland é uma ótima aposta, tendo em vista que se passa no local favorito dos fãs da série, tem a presença de grande parte das personagens de outros jogos mais uma vez presente e uma protagonista totalmente nova. Para aqueles que como eu estão experimentanddo a série pela primeira vez, também pode ser uma boa porta de entrada para a série, mesmo com seus problemas o jogo consegue divertir e desafiar os jogadores novatos neste mundo de alquimia e fofura.