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Jogos de tower defense sempre foram um sucesso em consoles portáteis, um gênero que permite um grande desafio em um conceito simples. Nesse tipo de jogo, o objetivo é defender sua base de diversas hordas de inimigos e, com o passar das ondas, novos oponentes mais complexos surgem para complicar as coisas. Essa fórmula funciona, mas com o tempo pode ficar obsoleta, o que torna ainda mais interessante quando se adiciona elementos de outros tipos de jogos como adventures para apimentar o game.

Armed to the Gears traz uma experiência mista de tower defense com um shooter de aventura. O jogo se passa em um cenário apocalíptico onde as máquinas estão tentando dominar o mundo e você precisa construir uma base potente para se defender, mas também se aventurar pelo mapa para conquistar objetivos e derrotar os inimigos. Será que essa fórmula foi bem executada? Vamos descobrir juntos neste review!

O caos em um futuro não tão distante

O contexto se dá em um cenário de destruição em um futuro próximo. Em 2029, os humanos descobrem um combustível novo chamado Neutrium, este que iniciou uma grande corrida entre as nações para obter mais poder e, consequentemente, mais destruição. Não é necessário explicar muito a história para entender que o caos na sociedade reinou quando um governo autoritário tomou o poder. O game introduz o jogador à um grupo rebelde que quer libertar a sociedade desse governo e, para isso, eles usam tecnologia para invadir os geradores de energia e usar seus próprios recursos contra o inimigo.

Ao conquistar os reatores, é possível construir armas de sentinelas e estruturas militares

O game possui dois modos de jogo: Campanha de Dominação e Defesa de Base. No modo Campanha de Dominação você possui oito missões disponíveis e o objetivo principal é ativar todos os geradores; para isso, é necessário construir sentinelas nas bases já conquistadas e se aventurar pelo mapa para conquistar as demais bases. O desafio nesse modo é conquistar rapidamente todos os geradores, mas há inimigos espalhados pelo mapa só esperando uma oportunidade de conquistar seus geradores. Já no modo Defesa de Base, existem seis missões disponíveis e o objetivo é defender sua base de uma invasão; construir torres é essencial para abater todos os inimigos.

O game permite que você customize seu robô Mecha com diferentes armamentos e armaduras, mas também é importante equipar e abastecer com munição e combustível para passar os níveis. O jogo possui uma progressão de dificuldade desafiadora, exigindo que você esteja atento quanto à potencia do seu Mecha. Caso contrário, passará muito tempo em um estágio e gastará todos os seus recursos para, ainda assim, perder.

As vezes é necessário arriscar tudo e ir para cima do inimigo!

Um dos aspectos mais positivos do game é a versatilidade da gameplay. Este é um tower defense que lembra um pouco a dinâmica de jogos beat em’ up, mas permite que você jogue de diversas maneiras: é possível ser mais defensivo e construir uma fortaleza em volta de seus geradores para só então, tentar invadir os geradores dos inimigos. Também é possível jogar totalmente ofensivo, conquistando e destruindo as estruturas hostis em alta velocidade, impedindo que os inimigos tenham tempo de reagir. Contudo, é necessário ter cautela, pois como um bom tower defense, o jogo não é moleza!

O game ainda oferece algumas opções de customização que permitem escolher o tipo da armadura do seu Mecha. É possível escolher uma gama interessante de armamentos que vão desde metralhadoras à canhões de energia Tesla, além de permitir a mudança de cor da lataria. As alterações no armamento e na armadura podem afetar diretamente a maneira de jogar – existem armaduras que são mais pesadas e resistentes, outras mais leves e rápidas, além do armamento que pode alterar seu alcance, dano e tempo de recarga. Todas essas opções precisam ser levadas em conta para construir um Mecha que seja mais adaptado a sua maneira de jogar.

Missão no espaço = gravidade 0!

Deu ruim no motor…

Apesar da performance no Nintendo Switch ser boa, seja no modo portátil ou na TV, o game tem sérios problemas com sua interface. O menu é cheio de letras minúsculas, o que me forçou a ficar colado na tela para conseguir enxergar tudo; também há uma escolha ruim de cores em algumas partes, o que prejudica ainda mais a leitura. Esse fator não chega a atrapalhar durante o jogo em si, mas além de incomodar, me fez ter pouco interesse em ler a história do jogo que está disponível em formato de texto.

O game foi produzido para computadores e Switch, mas é evidente que os jogadores que utilizarem o console estarão com uma desvantagem nos controles. Isso acontece devido ao dinamismo do jogo, por exemplo: para construir uma torre de defesa, é necessário apertar diversos botões para selecionar e depois arrastar para um local permitido. Dependendo da situação, é tempo suficiente para ser derrotado. Já nos PCs, essa dinâmica é muito mais fácil, já que com apenas dois cliques é possível fazer a mesma ação em menos tempo.

A imagem não está pequena, só é difícil de ler mesmo

Armed to the Gears cumpre bem a proposta de ser um tower defense mais dinâmico. A dificuldade dá uma longevidade maior para o game, que é um pouco curto, além das ferramentas de customização e estruturas como torres e mísseis permitirem que o jogador use suas próprias estratégias para vencer obstáculos. Entretanto, os problemas envolvendo os controles do Switch e a interface que dificulta a leitura devem ser considerados para quem deseja experimentar o título.

Se você gosta de tower defense e da temática de futuro apocalíptico, o game dá uma renovada interessante para o gênero acompanhado de um desafio divertido. O jogo chega com um preço acessível na eshop e na Steam, mas se você quer evitar problemas com os controles, o mais indicado é adquirir a versão de PC, agora, em relação aos problemas das letrinha miúdas, só dá para resolver colocando uma cadeira bem próxima da TV.