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Jogos de corrida são muitas vezes mais do mesmo. Com diversos títulos lançados em todos esses anos, muitos tentam rivalizar e poucos marcam história. O meu amor por jogos de corrida se divide em três tipos: corrida normal, corrida armada e corrida futurista. Neste último caso, jogos como F-Zero e WipeOut são dois dos que mais me marcaram, então quando vi que Antigraviator é fortemente inspirado neste estilo, resolvi experimentar aquele que poderia virar um novo game favorito… Mas não foi bem assim.

Contando com um estilo visual bem futurista, Antigraviator tenta abraçar um conceito seguindo os moldes de WipeOut porém fracassa em entregar uma experiência tão divertida quanto o clássico, mas isso não quer dizer que o jogo não tenha seus acertos.

Imagem do jogo Antigraviator
Mesmo não sendo um dos melhores jogos de corrida de naves, os gráficos são impressionantes.

Braços e pernas dentro da nave o tempo todo, por favor!

Comecemos com a parte mais importante de um jogo de corrida: os comandos, ou seja, uma base mecânica sólida que mantenha a corrida interessante e permita que o jogador melhore sua habilidade com o passar do tempo. Com comandos simples e funcionais, afirmo que uma vez que se tenha acostumado com os controles, o jogo flui melhor ainda. Antigraviator nos permite controlar uma nave extremamente responsiva e rápida logo de cara. Com ela você alcançará velocidades maiores do que a de um Hennessey Venom GT em questão de segundos. O jogador pode usar tanto o teclado quanto um controle, mas o teclado acaba por trazer uma jogabilidade não muito favorável e que pode acabar sabotando a experiência.

Além da aceleração, os comandos restantes são direção, frenagem e o botão que se utiliza para ativar as armadilhas. O simples toque no direcional fará com que a nave já altere sua rota, mas esse ainda não é o grande problema do teclado. Além da velocidade extrema, os jogadores vão se deparar constantemente com curvas muito fechadas e terão de usar os freios a ar da nave para realizar o famoso drift, mas como não há meio de mudar o layout dos comandos e o botão de freio fica no Shift esquerdo, às vezes isso passa batido e o choque contra a parede é iminente. Entre outras coisas, você pode executar Barrel Rolls para evitar ser atingido pelas armadilhas de seus oponentes ou para arremessar as outras naves no canto da pista.

Imagem do jogo Antigraviator
Pode não parecer, mas estou de ponta cabeça e no meio de um loop irado.

As pistas estão recheadas de pontos de boost de velocidade. Uma vez que passa por um deles, o jogador vai dar um gás para atingir algumas dessas velocidades alucinantes e você ainda pode pegar orbes laranjas que permitem que dê um impulso em seu jato. Também existe uma mecânica de armadilhas bem fraca e sem graça e que são na maior parte reações ambientais como, por exemplo, causar um deslizamento de rocha nas pistas do deserto, mas o uso delas são muito limitados e, caso seu inimigo resolva utilizar a armadilha dele primeiro, você só poderá utilizar a sua na próxima volta, isso se você conseguir pegá-la.

Agora, caso você tenha tido a sorte de pegar a armadilha e conseguir ativá-la, você receberá um escudo para se proteger da catástrofe que causou. Esse recurso poderia ser retirado do game, já que não é algo que torna o jogo interessante e acaba fazendo o jogador se perguntar o porquê de tal sistema sequer existir. A parte de customização é interessante no começo, mas logo cai por terra. Você pode personalizar seu esquema de cores e também alternar componentes que equilibram estatísticas como sua velocidade e manuseio. Com o passar do tempo e corridas, o jogador recebe créditos que permitem que compre peças e naves. Porém, como só há três, não há tanta diversidade para justificar sequer a existência do mesmo.

Imagem do jogo Antigraviator
Será que dá para rebaixar?

Há um total de cinco ambientes diferentes e cada ambiente possui três circuitos, e cada um dos circuitos possui uma versão reversa. Para um jogo novo de corridas, este é um número decente de circuitos de corrida, mas quantidade nem sempre anda de mão dadas com qualidade. Os cenários são muito bonitos e as paisagens não deixam a desejar, mesmo sendo baseados em locais genéricos como ilhas, desertos, cidades e espaço. As faixas são bem projetadas também, dando bastante espaço entre os pontos de velocidade e os orbes de boost, fazendo com que o jogador consiga se lembrar de seus arredores.

Rápido, mas distante do pódio das lendas

Meu grande problema é o motion blur – para aqueles que não sabem, se você atingir uma velocidade média de 180km/h para cima, tudo que você verá à sua frente vai ser um borrão, então imagine como seria sua visão em uma nave viajando a mais de 500 km/h. Em Antigraviator, essa mecânica simplesmente não funciona e acaba atrapalhando o jogador. Porém o que me deixa frustrado é um jogo bonito assim ter uma trilha sonora que pode ser classificada como quase inexistente. Seguindo os moldes de clássicos como WipeOut e F-Zero, eu esperava trilhas sonoras emocionantes como “Le Night Dominator” e “Tokyo” de WipeOut ou algo como “Mute City” ou “Big Blue” de F-Zero.

Imagem do jogo Antigraviator
Eu consigo sentir meu rosto afundando dentro do meu crânio!

O jogo conta com um primeiro modo bem simples. Podemos escolher entre corridas contra as máquinas em uma das ligas, onde ao chegar em 1º se pode receber uma quantia significativa em créditos para poder personalizar sua nave. Se ficar em 2º ou 3º lugar, você ainda ganha uma quantidade razoável de créditos mas não consegue nada além disso. Se você acabar em qualquer lugar abaixo disso, você não ganha nada e essencialmente perde os créditos que você pagou para entrar na Liga em primeiro lugar. Caso não esteja afim de uma competição tão séria, o jogador ainda pode personalizar um jogo contra os bots ou participar de um co-op local, mas as corridas on-line são o verdadeiro motivo para continuar voltando. Eu disputei algumas e consegui vencer a grande parte.

Quando estiver mais pronto, existem três modos de jogo para escolher. Você tem a corrida padrão de três voltas, bem como a Corrida Mortal e Contagem Regressiva. No modo da Corrida Mortal, cada jogador tem apenas uma vida e seu objetivo é sobreviver o maior tempo possível – o que é mais fácil falar do que fazer enquanto sua velocidade aumenta. Em Contagem Regressiva, a corrida segue um estilo cronometrado, onde seu objetivo é bater o relógio com cada ponto de verificação e adicionar alguns segundos ao seu cronômetro.

Imagem do jogo Antigraviator
Ei garoto, você sabe o que significa DK? Drift King!

Antigraviator consegue entregar um produto acima da média, mas longe de realmente ser algo que vá ficar na memória. Ainda assim, para muitas pessoas que procuram um jogo de corrida rápido, ele com certeza consegue ser o suficiente e é isso que conta no final. Se um jogo de corrida rápido e frenético é algo o que você procura, Antigraviator é um bom pedido.