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Quando pequeno, o meu primeiro contato com a Ilíada foi em um livro infantil, onde o épico de Homero era contado de forma resumida, com ilustrações que representavam as batalhas entre gregos e troianos. Assim como a maioria das crianças da minha idade, o personagem de Aquiles era o meu favorito. Contudo, quando pude assistir ao filme Tróia e ler a obra completa, o semideus já não me parecia tão interessante. Em vez de Aquiles, Heitor foi – e continua sendo – o meu personagem favorito da saga. 

Em A Total War Saga: TROY – Rhesus & Memnon, dois novos personagens se juntam aos já conhecidos e representados pelo jogo a fim de defender Tróia. Rhesus, o rei da Trácia, e Memnon, rei da Etiópia, lutam ao lado de Paris, Heitor e companhia para, de algum modo, derrotar o exército grego de Aquiles, Menelau, Ulisses e aliados.

A fúria etíope

Começando pelo representante da África, Memnon adiciona elementos de jogabilidade que o difere de todos os personagens da franquia. Seu estilo se assemelha a uma horda nômade, onde um grupo de guerreiros vaga pelo oeste da Europa enfrentando e destruindo as unidades gregas.

A grande novidade é que Memnon, ao contrário dos outros personagens, não pode controlar cidades. Em vez disso, ele as destrói, adquirindo bônus para a sua horda conforme o tipo de habitação existente. Essa mecânica incentiva o jogador a sempre procurar invadir cidades inimigas que possuem como recompensa algum recurso que esteja em falta.

Por não ter cidades – e, consequentemente, não ter território – Memnon possui também uma mecânica única na hora de recrutar tropas. Com suas ligações diplomáticas na África, o rei etíope é capaz de trocar recursos por tropas enviadas de diversas regiões africanas. Cada região oferece um tipo de unidade, e o jogador poderá deixá-las guardadas em seu exército para utilizá-las em sua composição quando for necessário. 

Cada região oferece unidades diferentes

A fraqueza dos africanos está na composição do seu exército. Por mais que a maioria das tropas tenha mobilidade para flanquear os inimigos, a moral baixa e a pouca armadura os tornam vulneráveis, onde pouco esforço por parte do inimigo é necessário para quebrar as linhas de defesa. Entretanto, caso isso não ocorresse, a horda de Memnon seria imbatível.

Com todas essas novidades, a horda de Memnon por si só adiciona uma gama de novidades ao jogo. O estilo nômade força o jogador a sair do habitual processo de conquistar cidades, criar exércitos e expandir o território. Uma vez com as tropas africanas, a destruição pura vira o foco do jogo.

O destino do rei azarado

Na Ilíada, Rhesus aparece no meio do conflito, sendo descrito como um rei poderoso, com cavalos de fino trato e uma armadura dourada que poderia muito bem ser a de um Deus. Entretanto, Ulisses e Agamenon se infiltram no acampamento do rei durante a noite, assassinando-o e levando consigo os cavalos. Em A Total War Saga: TROY – Rhesus & Memnon, o destino do líder da Trácia pode não ser tão cruel, dando-lhe tempo para, de fato, influenciar na guerra.

Se você prefere algo mais tradicional, Rhesus, o rei da Trácia, também chega nesse DLC. Sua jogabilidade, por mais convencional que pareça, adiciona algumas mecânicas novas, cujas possibilidades permitem o uso de diferentes estratégias por parte do jogador. 

As charretes de Rhesus colocam medo nos inimigos

Além dos recursos comuns, os trácios também possuem a devoção como elemento de troca. Ao adquirir devoção, rituais específicos podem ser realizados, garantindo bônus e bênçãos diretamente dos deuses do panteão grego. Em seu exército, charretes podem ser utilizadas a fim de flanquear os inimigos.

O trunfo de Rhesus está nos exércitos que podem ser montados a partir das florestas. Dominando tais regiões e pagando alguns pontos de devoção, é possível montar um exército completo do 0, moldando a sua formação baseado nas unidades disponíveis. As decisões relativas ao domínio de mapa são impactadas por essa mecânica, visto que áreas de floresta se tornam vitais para o rei da Trácia.

O legado de Tróia

Por mais que tais mecânicas sejam novidades dentro do jogo, Rhesus não oferece muito mais do que a experiência padrão da franquia Total War. O grande destaque desse DLC fica por conta de Memnon, cujo estilo e mecânicas, além de únicas, proporcionam uma campanha extremamente divertida baseada em semear o caos.

Mesmo com pouco hype no lançamento, os desenvolvedores não jogaram a toalha e parecem dispostos a melhorar o jogo. A Total War Saga: TROY – Rhesus & Memnon denota um avanço em busca desse objetivo, visando manter os jogadores entretidos com personagens que abrem o leque para diversas maneiras de derrotar os gregos. Se antes apenas Heitor do lado troiano me animava, agora Rhesus e Memnon também surgem para mim como opções viáveis.

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