Escrita por Homero, a Ilíada é uma das obras literárias mais influentes do mundo. O conflito entre Troia e Esparta – que também envolveu outras cidades-estados – rendeu uma história que é lembrada até hoje. A Total War Saga: TROY – Mythos é uma expansão que, assim como o jogo base, exalta a história desse conflito, mas com elementos místicos em seu enredo.
A mitologia grega sempre descreveu inúmeras criaturas monstruosas. Até mesmo Homero, na Odisseia, relata as desventuras de Ulisses com criaturas monstruosas em sua saga para voltar à sua terra. Dentro desse cenário, é de se esperar que, tirando a fidelidade histórica de lado, criaturas mitológicas fossem incluídas no jogo. De maneira similar ao Total War Warhammer, tais monstros roubam a cena e, se utilizados corretamente, mudam a história de uma batalha.
Criaturas místicas e Warhammer
É inegável que, dos Total Wars recentes, a série Warhammer foi o maior dos sucessos da Creative Assembly. Para esse DLC, os desenvolvedores estavam ciente de tal sucesso, introduzindo o grande diferencial da antiga série: as criaturas. Com um grande número de monstros e unidades míticas, A Total War Saga: TROY – Mythos vai fundo nesse universo.
Contudo, uma vez que o jogo tenta manter uma certo realismo, nada disso é obrigatório. Mas já que é para colocar tais unidades dentro do jogo, por que não ir fundo nisso? Existem poucas criaturas míticas, o que é uma pena. Apenas o Cerberus, a Hydra e o Grifo estão disponíveis, juntamente com suas tropas especiais.
As unidades, na maioria das vezes, são versões de tropas existentes com uma temática diferente, além de terem mais força e, em alguns casos, habilidades especiais. As unidades voadoras destoam desse padrão, adicionando uma boa profundidade tática ao jogo.
Sem muitas novidades
Parece que A Total War Saga: TROY – Mythos é uma tentativa de agradar os dois tipos de fãs da franquia com o mesmo jogo. Por um lado, temos os mais antigos, acostumados com fidelidade histórica nas unidades. Para esse tipo de fã, o DLC não é necessária, visto que o jogo suporta uma campanha sem os elementos mitológicos. Por outro lado, temos os fãs da série Warhammer, estes acostumados com diversas criaturas e unidades especiais mágicas. É justamente para esse público que o DLC foi feito.
Além disso, uma vez que você tem uma das criaturas místicas em seu exército o jogo fica bem fácil. A saga para se obter um mostro em suas linhas é árdua, mas muito recompensadora – eu diria que recompensadora até demais. Progredir na campanha com o auxílio dessas criaturas se torna uma tarefa trivial.
Contudo, o conteúdo apresentado ainda é muito fraco para fazer um fã de Total War Warhammer migrar de jogo. A ideia de unir elementos reais e míticos é boa, mas não o suficiente para justificar o preço desse DLC. No final das contas, os fãs que preferem algum dos estilos inclusos dentro desse jogo terão, dentro da mesma franquia, jogos muito mais consistentes e que atendam melhor às suas necessidades do que esse.